Escolha livre e consciente

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A maioria das mulheres já deve ter ouvido essas frases: Feche as pernas. Sente-se direito. Não fale alto. Tire os cotovelos da mesa. Seja boazinha. Seja paciente. Não tenha amigos homens. Não seja muito simpática. Não seja chata. Não seja muito extrovertida. Controle seus impulsos. Não fale tudo o que pensa. Não fique deprimida. Você provocou. Não saia sozinha. Não viaje sozinha. Não seja muito magra. Não seja muito gorda. Não use roupa curta. Não saia de cara lavada. Não use muita maquiagem. Não leia muito. Não seja egoísta. Case-se. Tenha filhos. Não tenha muitos filhos. A responsabilidade é sua. Cozinhe. Limpe. Lave. Passe. Cuide de tudo e de todos. Aguente firme. Trabalhe. Não seja muito independente. Ignore a TPM. Engula o choro. Agradeça. Sorria e acene. Diga sempre que está tudo bem.
Ser mulher é como estar em uma montanha russa, tanto na questão hormonal como em adjetivos que possuem e põem em prática nos 365 dias do ano, como a constante busca de equilíbrio, força vital abundante, disposição, valentia, solidariedade entre outros e por fim ansiedade.

“As mulheres são condicionadas a terem um comportamento padrão. Mas devemos pensar se esse padrão nos torna feliz ou nos aprisiona.”

Dentro de cada uma habita uma força selvagem comum a todas as fêmeas, que foi sendo tirada ao longo dos milênios para serem moldadas conforme a imposição cultural e religiosa da sociedade patriarcal. Lutam a cada dia para poderem se comportar como quiserem, buscam serem tratadas com respeito inerente a todos os humanos.
Se pensarmos na construção histórica e social do feminino, se em 1930 havia mulheres que iam para as ruas brigar pelo direito ao voto, outras cuidavam da casa e esperavam o marido voltar do trabalho e estavam satisfeitas com isso. Se em 1960 havia quem exigisse o direito de tomar a pílula, havia também quem desejasse se casar virgem. Se nos anos 2000 há quem lute contra o machismo há quem escolha ser ‘bela, recatada e do lar’. O importante é que o papel a ser ocupado por cada mulher possa ser uma escolha livre e consciente, e não uma obrigação para cumprir qualquer tipo de convenção, pois é na maioria das vezes ter que esconder sua essência, que dá as mulheres o título de campeãs nos índices de doenças emocionais principalmente os relacionados ao transtorno de ansiedade.

 

Marina Terraz Pinto

Psicoterapeuta Corporal e Familiar.
CRP 0672729
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