Saúde faz apelo por vacinação contra Influenza e abre seis postos até as 20h

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Secretário de saúde de Bauru faz coletiva para falar sobre a gripe H1N1, Marcos Cabelo, José Eduardo Fogolin, Ezequiel Santos

Após divulgação nesta terça de mais três casos de H1N1 em Bauru, sendo duas mortes, a prefeitura estende, já a partir de hoje, o funcionamento de seis unidades básicas de saúde da cidade até as 20h durante a semana (veja relação no quadro abaixo), numa tentativa de aumentar a procura pela imunização. Os postos do Jd. Redentor, Núcleo Geisel e Jd. Godoy, que já estavam funcionando até as 19h, seguem com atendimento estendido.

A medida foi anunciada ontem em entrevista coletiva concedida pelo secretário municipal de Saúde, José Eduardo Fogolin, que contou com a presença do diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do município, Ezequiel Santos, e do presidente regional da Associação Paulista de Medicina (APM), o ginecologista Marcos Cabello dos Santos.

Fogolin destacou que o número de casos de gripe A deve aumentar em razão do início do inverno e, portanto, faz um apelo para que a população que integra o grupo de risco procure os postos para se vacinar. Conforme o JC divulgou, Bauru totaliza, neste ano, onze casos de H1N1, com três óbitos, e dois de H3N2. Há mais sete casos suspeitos e uma morte em investigação.

O secretário nega que a cidade esteja vivendo uma epidemia ou surto da doença, mas não descarta a possibilidade de atingir esse patamar. “Existe um risco sanitário. Além dos casos registrados, que vêm numa tendência de crescimento em Bauru, esperamos novos casos. Estamos num período de inverno, mas não iniciamos as temperaturas mais baixas em nossa região. Por isso, há uma preocupação em relação ao que está por vir”, alerta.

O número de infectados neste ano já é maior que 2017 inteiro, quando o município registrou cinco casos e nenhuma morte. “Em 2016, foram 38 casos e 11 óbitos. No ano passado, as pessoas olharam o ano anterior (2016) e a gravidade estava na memória delas. Portanto, procuraram se vacinar. Como houve menos casos, para este ano a população pode ter ficado um pouco distante dessa realidade, o que explica o baixo índice de imunização”.

CAMPANHA

Os casos recentes e a alta letalidade da doença reforçam ainda mais a necessidade da vacinação. A campanha foi prorrogada duas vezes e segue até que acabem as doses. Em Bauru, a taxa de cobertura vacinal ainda está em 79,5%, abaixo do esperado. A preocupação é ainda maior nos grupos das crianças (63,66% de cobertura) e das gestantes (61,05%).

Conforme o JC noticiou, além daqueles grupos que já estavam no mote da campanha desde o início, a imunização foi aberta nesta semana também para crianças entre 6 meses e 10 anos e adultos a partir de 50 anos. O público-alvo, além desses recém-adicionados, são: crianças entre 6 meses e menores de 5 anos; gestantes; puérperas; trabalhadores da Saúde; indígenas; pessoas com doenças crônicas/imunodeprimidos; pessoas com 60 anos ou mais; população prisional e os funcionários do sistema prisional; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medida socioeducativas; e professores das escolas públicas e privadas.

AMENIZAR

Fogolin ressalta que os casos têm comprovado que a imunização (ou a falta de dela) tem sido decisiva para determinar a gravidade da doença. Portanto, a vacina tem o objetivo, segundo ele, de amenizar os efeitos. “Para reduzir a mortalidade, a gravidade e a internação. A importância é não ter gravidade, não ter letalidade. A vacina demora 15 dias para imunizar. Portanto, é importante procurar uma unidade de saúde o quanto antes”, reforça.

NÃO IMUNIZADOS

A mais recente vítima fatal de H1N1 em Bauru foi o mecânico Alberto Salles de Toledo Baroni, 46 anos, conforme o JC noticiou nesta quarta-feira. Além dele, a prefeitura divulgou anteontem mais duas confirmações de pessoas que não se imunizaram contra a doença.

Um deles se trata de um outro homem, de 45 anos, que seria do grupo de risco por ser diabético. Ele, que estava internado em um hospital particular da cidade, também não resistiu à doença e morreu no último dia 21.

Já o outro caso, felizmente, não terminou de forma trágica. Trata-se de uma criança de 5 anos, que, inclusive, já recebeu alta hospitalar e se recupera na casa da família.

Também foi confirmado mais um caso positivo de H3N2. O paciente é um adolescente de 16 anos e que compõe o grupo de risco por ter doença neurológica crônica. Nesse caso, o jovem havia recebido a vacina neste ano. Ele segue hospitalizado, mas seu quadro de saúde é considerado estável.

Todos são moradores das regiões Norte e Noroeste de Bauru, mas Fogolin frisa que a circulação atinge todo o município.

‘É UM MITO, UM CRIME’

Secretário de Saúde, José Eduardo Fogolin critica o chamado movimento contra a imunização, pelo qual parte da população afirma que a vacina causa gripe. “É um mito. A vacina não causa doença. Esse grupo contrário à vacinação provocou uma onda que julgamos ser um crime contra a saúde pública: pessoas não estão se vacinando e estão morrendo”.

Presidente da APM, Marcos Cabello também reforça a importância da imunização. “A vacina não causa a gripe. Ela salva. Essa gripe é extremamente letal. É como se fosse uma morte anunciada. A vacina mudou a história da dimensão da doença e sua morbidade. O vírus, ao circular, sofre algumas mutações. Quem tomou o ano passado tem que tomar esse ano e certamente no ano que vem”, destaca.

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