Prefeitura de Bauru vê saída de médicos cubanos como ‘revés’ para saúde pública

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Cidade vai perder dez profissionais e secretário da Saúde diz que será complicado reorganizar o sistema. Coordenador de novo curso de medicina na USP na cidade só vê demanda regularizada ‘no futuro’.

O secretário de Saúde de Bauru (SP), José Fogolin, afirmou nesta segunda-feira (19) que a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos, por decisão tomada na semana pelo governo de Cuba, representa “um revés” para a saúde pública do Brasil.

Bauru deve perder dez médicos cubanos que, juntos, realizaram 960 consultas por semana em unidades de saúde, principalmente na zona norte da cidade. Cada médico do programa cumpre uma carga horária de 40 horas semanais.

Para o secretário, todos os municípios que perderam profissionais terão muitas dificuldades para reorganizar o sistema de forma imediata. Na região, Ourinhos deve perder 14 médicos e Marília apenas um profissional.

“Vamos ampliar a carga horária, abrir concursos, mas sabemos que a saída repentina desses profissionais afeta qualquer município. É um revés para a saúde pública brasileira, que faz com gestores locais do sistema tenham de assumir uma responsabilidade que era do Ministério da Saúde”, diz Fogolin.

Prefeitura de Bauru vê saída de médicos cubanos como ‘revés’ para saúde pública
TEM Notícias 2ª Edição – Bauru/Marília
Prefeitura de Bauru vê saída de médicos cubanos como ‘revés’ para saúde pública

Prefeitura de Bauru vê saída de médicos cubanos como ‘revés’ para saúde pública

Na última quarta-feira o governo cubano anunciou a saída do país do programa Mais Médicos. A decisão veio após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro consideradas como “depreciativas e ameaçadoras”.

Outra mudança proposta pelo presidente eleito é que todos os médicos formados fora do Brasil façam o Revalida, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) apoia a exigência por entender que a falta da avaliação coloca em risco a saúde da população atendida.

A opinião do secretário de Saúde de Bauru é compartilhada por José Sebastião dos Santos, coordenador do novo curso de medicina USP na cidade.

José Sebastião dos Santos, coordenador do curso de medicina USP-Bauru: demanda normalizada apenas "no futuro" — Foto: TV TEM/ReproduçãoJosé Sebastião dos Santos, coordenador do curso de medicina USP-Bauru: demanda normalizada apenas "no futuro" — Foto: TV TEM/Reprodução

José Sebastião dos Santos, coordenador do curso de medicina USP-Bauru: demanda normalizada apenas “no futuro” — Foto: TV TEM/Reprodução

Ele acredita que a saída imediata de profissionais do país vai prejudicar os atendimentos à população e que o novo curso poderá suprir a demanda de profissionais apenas no futuro.

“A medida cria uma grande dificuldade para os municípios que fizeram uma provisão de médicos contando com os profissionais que vieram de Cuba. O programa terá de mudar para criar atrativos para que médicos formados no país possam ocupar esses lugares”, afirma Santos.

O governo federal, através do Ministério da Saúde, anunciou que publicará nesta terça-feira edital para a contratação de médicospara o programa Mais Médicos. Serão 8,5 mil vagas para médicos formados no Brasil e no exterior que tenham registro brasileiro.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2018/11/20/prefeitura-de-bauru-ve-saida-de-medicos-cubanos-como-reves-para-saude-publica.ghtml

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