Índice de emprego no município tem o melhor semestre em 3 anos

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A reação ainda é tímida e oscilante, mas, na análise final, o primeiro semestre deste ano parece anunciar uma fase promissora para o nível de emprego em Bauru. Os primeiros seis meses de 2017 registraram o melhor saldo para o período nos últimos três anos, com 106 novas vagas de trabalho com carteira assinada criadas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta semana pelo Ministério do Trabalho.

Ainda que o aumento seja pequeno diante dos 7,8 mil postos fechados nos anos de 2015 e 2016 e que, ao longo do primeiro semestre de 2017, os saldos mensais tenham oscilado entre índices negativos e positivos, especialistas avaliam que o resultado seja o início da retomada do emprego. Entre janeiro e junho de 2016, o saldo havia sido de 2.891 vagas fechadas e, em 2015, de 57 postos criados.

E Bauru acompanha uma tendência verificada também em âmbito nacional. Segundo o Caged, o Brasil também teve o melhor primeiro semestre em três anos, gerando 67.358 vagas de trabalho com carteira assinada entre janeiro e junho de 2017.

O economista Reinaldo Cafeo ressalta que o nível de emprego, assim como foi o último indicador a ser afetado pela crise econômica – com ênfase a partir do segundo semestre de 2015, também deve ser o último a se recuperar plenamente. “É uma cadeia. O primeiro passo já consolidado foi o controle efetivo da inflação e a queda na taxa de juros. E quem permaneceu nos empregos percebeu que o ritmo de demissões nas empresas diminuiu”, cita.

CONFIANÇA

Com isso, o economista pondera que teve início um ciclo de recuperação da confiança de trabalhadores e empresários para a retomada do consumo. Em Bauru, de acordo com o Caged, o saldo positivo no semestre foi impulsionado fundamentalmente pelo setor de serviços, que, sozinho, gerou 1.226 vagas de emprego com carteira assinada no período.

“Com a perspectiva de melhoria de vendas, com perdas cada vez menores, o empresariado já começa a entender que precisa se preparar para este momento, buscando talentos para montar o seu time. Até porque mais um fim de ano já está chegando”, observa.

Ele salienta, contudo, que o restabelecimento dos 7,8 mil postos perdidos entre 2015 e 2016 ainda levará alguns anos. “É um ciclo lento, mas que, aos poucos, está fazendo o País sair do marasmo, daquela paradeira a que a gente assistiu até o 1.º trimestre deste ano”.

Construção e indústria

Pesquisa recente realizada pela FGV-SP, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), mostrou que Bauru alcançou o quarto mês consecutivo de resultados positivos para o setor da construção civil. Entre julho de 2016 e julho de 2017, foram 503 postos de trabalho criados na cidade, um aumento de 3,08% no período, conforme o JC divulgou.

Para o diretor regional do SindusCon-SP em Bauru, Ricardo Aragão, o momento é de encontrar equilíbrio. “Estamos na busca pela retomada do crescimento e dependemos muito das questões políticas e econômicas do País para que isso aconteça. Com melhores condições de compra por parte do consumidor final, o mercado volta a aquecer e, consequentemente, a gerar mais empregos”, destaca.

Já na indústria, o nível de emprego na região abrangida pela diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Bauru, composta por 25 municípios, registrou aumento de aproximadamente 550 postos de trabalho de janeiro e julho de 2017. No mês de agosto, contudo, o resultado foi negativo, com perda de aproximadamente 250 postos de trabalho.

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