FOB: pesquisa aponta que antisséptico bucal reduz a gravidade da Covid-19

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O professor Paulo Sérgio da Silva Santos coordena a pesquisa na FOB / Foto: Samantha Ciuffa/JC Imagens

Estudo da USP foi realizado no HE e comprovou que pacientes que usaram o novo produto tiveram menor progressão da doença

Uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com outros três centros de referência no Brasil, comprovou a eficácia de um antisséptico bucal na redução da gravidade e da progressão da Covid-19 em infectados já hospitalizados. Foram testados pacientes do Hospital Estadual (HE) em Bauru. O lançamento oficial do produto será em coletiva de imprensa nesta terça-feira (24) e ele deve chegar ao mercado ainda neste mês.

A tecnologia, chamada de Phtalox, foi desenvolvida há dois anos, visando combater fungos e bactérias que se proliferam na boca. Porém, em março deste ano, a fórmula passou a ser testada contra o Sars-CoV-2. Em um estudo feito pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP de São Paulo, foi comprovado que o produto inativa 96% do vírus da Covid-19 que fica alojado na boca e na garganta de pessoas infectadas.

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Diante deste dado, o próximo passo foi realizar o teste em humanos. Segundo Paulo Sérgio da Silva Santos, professor da FOB e coordenador do estudo na unidade bauruense, para esta fase, a instituição firmou uma parceria com o HE. “Separamos os pacientes em dois grupos: os que usariam o placebo e os que receberiam o Phtalox. Todos que fizeram gargarejo com o antisséptico tiveram a carga viral reduzida em poucos dias. Com isso, a doença não progrediu. Já os que usaram o placebo passaram mais tempo hospitalizados e parte precisou ser transferida para a terapia intensiva”, explica.

BOA NOTÍCIA

Assim, segundo ele, a pesquisa comprova a eficácia do produto na redução da gravidade e da evolução da doença. “Ainda não é a cura, mas já é, sem dúvida, uma ótima notícia sobre as medidas que podem ser usadas no combate ao coronavírus”, avalia o coordenador da pesquisa, ressaltando que o antisséptico não é um medicamento e não deve ser visto, por ora, como um tratamento preventivo à Covid-19.

De março pra cá, a FOB foi responsável por coordenar majoritariamente a parte científica e clínica da pesquisa, enquanto o trabalho laboratorial ficou a cargo do ICB da USP de São Paulo, o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. O antisséptico ainda será produzido e distribuído pela DentalClean, empresa de produtos voltados para a higiene bucal com sede em Londrina, no Paraná, que também participou do desenvolvimento da pesquisa por meio de seu Centro de Pesquisa e Inovação.

PRÓXIMO PASSO

Agora, inicia-se mais uma fase de estudos, em que será avaliado se o Phtalox é eficaz para prevenir a Covid-19. “A FOB firmou uma parceria com a Prefeitura de Uru e vai distribuir o antisséptico para todos os habitantes da cidade, que farão o uso durante dois meses. A ideia é fazer com que mais ninguém tenha Covid-19 lá”, detalha Paulo Sérgio da Silva Santos, relatando que esta etapa da pesquisa começou nesta segunda-feira (23).

Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2020/11/742112-fob–pesquisa-aponta-que-antisseptico-bucal-reduz-a-gravidade-da-covid-19.html

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