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Bauruenses que voltaram a estudar depois de muito tempo contam suas experiências como universitários

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Primário, ensino fundamental, ensino médio e faculdade. Esse é um caminho usual quando se trata de estudos nos dias de hoje. É muito comum crianças, ainda com meses de idade, entrarem em um ambiente escolar e, assim, passar boa parte da vida, até se formar. Porém, até pouco tempo atrás as pessoas não tinham fácil acesso à universidade.

“Quando eu terminei o 2º grau em 1989, tudo era muito difícil. Os alunos que conseguiam ingressar em uma faculdade eram pessoas com poder aquisitivo maior e esta não era minha realidade. Eu tinha que trabalhar para ajudar meus pais em casa, então, este sonho ficou para trás”, explica Valdirene Cremoneze, aluna de 46 anos do curso de Pedagogia na USC, em Bauru.

A história de Valdirene é muito comum entre pessoas com mais de 40 anos que estão realizando o sonho de ter um ensino superior agora, na vida adulta. Segundo a assessoria de imprensa da FIB, Faculdades Integradas de Bauru, aproximadamente 9% dos seus alunos têm mais de 35 anos. “De uma maneira geral, é bem comum, pessoas voltarem a estudar depois de um tempo para fazer outra graduação”, conta a Prof.ª Dra. e Diretora do Centro de Ciências Humanas da USC (Universidade do Sagrado Coração), Eveline Ignácio da Silva Marques.

Em nível nacional, os dados são ainda maiores. De acordo com o Censo de Educação Superior, atualizado em 2016, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), entre os oito milhões de brasileiros matriculados no ensino superior, aproximadamente 1,3 milhões têm mais de 35 anos.

Depois de tanto tempo afastados dos estudos, sempre bate aquela insegurança de enfrentar um ambiente universitário, majoritariamente composto por jovens. Segundo Camila Contin, de 42 anos, que está cursando Psicologia na FIB, o começo é sempre difícil, mas vale a pena: “tive o acolhimento da sala e dos professores, o que me impulsionou ainda mais a seguir em frente. A sala é bastante heterogênea e formada desde adolescentes até pessoas ‘mais maduras’, grupo no qual me incluo. Dessa forma, a experiência tem sido fantástica e muito enriquecedora! ”.

– Mais idade é melhor

Um receio comum de quem está pensando em estudar depois de tanto tempo é de não conseguir acompanhar o ritmo da faculdade e dos alunos mais novos. Mas, segundo a professora Eveline, as dificuldades não estão relacionadas com a idade: “as dificuldades têm relação com o desenvolvimento individual. Os estudantes mais velhos tendem a ser mais responsáveis, dedicados, pois já têm – em sua maioria – maturidade e suas preocupações se relacionam diretamente com o curso, o que nem sempre acontece com os mais jovens”.

– Não desista!

Quatro anos de faculdade não é um caminho fácil a ser percorrido. Independentemente da idade, muitos são os desafios, desde conhecer pessoas novas até lidar com provas e trabalhos. Para quem retomou os estudos depois de muito tempo, é ainda mais difícil se readaptar às rotinas de estudos.

“O começo para mim foi muito difícil. Foram muitas noites fora de casa deixando a minha família, muitas tentativas para entender e aprender as matérias… tinhas aulas que eu achava que não ia conseguir entender nunca! Pensei, inclusive, em desistir muitas vezes, mas sempre pedi a Deus para me dar força e Graça para continuar”, relata Eunice Aparecida Campos, aluna de 57 anos do curso de Serviço Social, na ITE.

Mesmo com as dificuldades, é muito importante persistir no sonho, já que conhecimento, segundo Moises Pondé, que está fazendo Engenharia de Produção na ITE, nunca é demais. “Já pensei em desistir várias vezes por não conseguir acompanhar o ritmo das aulas e por não entender muita coisa que não tinha visto no ensino médio, na década de 90. Além das dificuldades financeiras. Mas a convivência com o meio universitário é muito bom; é um legado para vida toda e abre-se um leque de opções por toda bagagem acumulada nesse período”, explica.

– Ainda não se convenceu? Confira as dicas

“Assuma os riscos e entre de cabeça! São dias e noites sem dormir, madrugadas acordada e sem finais de semanas. Mas trace um caminho e busque essa meta, pois valerá a pena, aliás os anos irão passar de qualquer forma mesmo. Compense esse caminho árduo.” – Moises Pondé

“O grande incentivo é que nunca é tarde para realizar nossos sonhos, somos capazes quando nós acreditamos em nós mesmo! E vale a pena sim, pois hoje me sinto uma pessoa renovada, que almeja ainda mais sonhos. ” – Valdirene Cremoneze

“Tenho colegas na sala que começaram a estudar mais tarde. Cada um tem uma estória de vida e suas razões para ter iniciado nesse momento. Tudo é sempre válido em questões de estudos e conhecimentos, desde que se tenha força de vontade e disposição para isso. Nunca é tarde para começar! Quanto mais estudamos mais descobrimos o quão pouco sabemos e aí é que está o maravilhoso universo de possibilidades pela busca do saber. Com toda a certeza vale a pena começar não importa a idade! ” – Camila Contin

“Para quem está em dúvida digo o seguinte: as dúvidas e dificuldades não podem ser maiores que nossos sonhos, na realidade, damos muitas desculpas para nós mesmos. Nossas experiências e vivências são muito importantes para essa juventude que hoje está sendo tragadas por uma sociedade consumista e sem valores éticos. Vale a pena, independente de tudo, vale muito a pena é muito gratificante o conhecimento enriquece, liberta e transforma as pessoas, a vida, a sociedades e nos transformas em todos os sentidos. ” – Eunice Aparecida Campos

“Eu passei na Unesp em Engenharia Civil há 12 anos, mas não cursei porque decidi me casar. Preferi viver meu casamento e depois de muitos anos, resolvi voltar para a faculdade. Como trabalho na FIB, escolhi esta faculdade para cursar, mas ainda não tinha engenharia civil aqui. Comecei outro curso e, assim que saiu engenharia, tranquei e comecei o que eu sempre sonhei. Acredito que gente tem que adquirir conhecimento sempre. Isso é muito importante. E nunca é tarde para começar algo. Conhecimento é tudo”, diz Valéria Ribas, estudante de 44 anos de Engenharia Civil na FIB.

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