A regra “50 – 15 – 35″

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Economista, consultor empresarial e professor universitário (pós-graduação e graduação). Com doutorado, mestrado e especialização em economia e finanças. Sócio-diretor do escritório Reinaldo Cafeo & Consultores & Associados. Delegado do Conselho Regional de Economia e vice-presidente da Associação Comercial de Bauru.

Não é plano de pagamento de contas, trata-se na prática de uma regra que vem ajudando muitas famílias a se organizarem financeira e terem um norte no tocante a administração do orçamento doméstico.
A ideia básica desta regra é que cada família divida seus gastos proporcionalmente a sua renda tendo como base três dimensões de gastos: gastos essenciais, neste caso o “50” (50%) da regra, projeto de futuro ou reserva financeira, aqui o “15” (15%) e gastos com seu estilo de vida, destinando neste caso o “35” (35%).
Importante destacar a sequência dos gastos: 50 – 15 – 35, indicando que logo após aos gastos essenciais já vem a reserva financeira, ou seja, o represamento de recursos para garantir as sobras futuras e somente após estes dois gastos é que serão destinados recursos para o estilo de vida.
Exemplificando: tomemos da renda líquida de uma família. Vale esclarecer que a renda líquida é aquela que já descontada os impostos previdenciários (contribuição ao INSS do empregado) e imposto de renda (quando houver a incidência). Supondo que após os descontos tributários a renda líquida familiar seja de R$ 2.000,00. Na regra 50 – 15 – 35, metade da renda líquida, no exemplo, R$ 1.000,00 (50%) deve ser o gasto máximo com os bens e serviços essenciais tais como: educação, moradia (água, luz, aluguel, condomínio, etc.), alimentação, transporte e saúde. Após destinar parte da renda para os gastos essenciais vem a destinação, no nosso exemplo, de R$ 300,00 (15%) para reservas financeiras. Aqui vale a previdência privada, caderneta de poupança, renda fixa, compra de imóvel, entre outros. Os R$ 700,00 (35%) restantes é para manter seu estilo de vida. São gastos com viagem de lazer, gastronomia, um hobbie, academia, salão de beleza, presentes, entre outros. Resumindo nosso exemplo: da renda líquida de R$ 2.000,00, destinar no máximo R$ 1.000,00 para gastos essenciais, R$ 300,00 para reservas financeiras (futuro) e R$ 700,00 para com gastos em seu estilo de vida.
Qual é o grande desafio para colocar em prática esta regra? Se dando um tempo para organizar as finanças do lar. Sem que você faça um levantamento detalhado em que sua família gasta o dinheiro recebido atualmente não saberá se os grupos de gastos estão mais próximos ou mais distantes da regra. Se de um tempo e liste tudo que gasta, classificando cada uma das despesas como essenciais, financeiras ou estilo de vida. Depois da totalização por grupo, divida os valores pela renda líquida, encontrando os percentuais de cada grupo.
Caso atualmente seus gastos estejam “desalinhados” o grupo que você precisa começar a mexer é do estilo de vida. Priorize, neste caso, manter os 15% para reservas financeiras, ou seja, os gastos essenciais e estilo de vida não podem passar de 85% de sua renda. Com o passar do tempo faça os ajustes necessários para que dentro de um determinado período seus gastos estejam alinhados a regra 50 – 15 – 35. Para que isso ocorra trace pequenas metas de redução de gastos e aumento de renda. É fundamental reunir a família para que todos possam saber e compartilhar dos objetivos traçados.
A regra 50 – 15 – 35 é um importante instrumento para disciplinar seus gastos, o que nos remete a concluir que, no caso de finanças do lar, mais do que lamentar as dificuldades financeiras, que existem é inegável, é preciso planejar e controlar. Mãos à obra!

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