Tarifa branca baixa conta de energia

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Se você consegue concentrar seu consumo de energia nos períodos da madrugada, manhã e início da tarde, aderir à chamada tarifa branca pode ser uma boa saída para reduzir o valor da conta no fim do mês. A opção está disponível desde o início do ano para residências, pequenos comércios e pequenas indústrias conectados na rede elétrica de baixa tensão e que possuem consumo médio mensal superior a 250 kW/h.

A troca do modelo tarifário convencional para o de tarifa branca já era possível desde o ano passado para consumidores com média de consumo mensal superior a 500 kW/h e, a partir de 2020, será estendida a todos os clientes de baixa tensão, independentemente da faixa de consumo.

Com a novidade, instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o consumidor na zona urbana e rural passa a ter a possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e do dia da semana em que consome eletricidade, uma realidade já comum das grandes indústrias e estabelecimentos comerciais. Se adotar hábitos que priorizem o uso da energia nos períodos de menor demanda, a opção pela tarifa branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pelo consumo.

Em Bauru, por exemplo, o custo da energia fica 13% mais barato entre 22h e 16h59, fora dos horários considerados de ponta e intermediário. Por outro lado, no horário de ponta, o valor do kW/h aumenta em 87% e, no intermediário, em cerca de 20%.

“Ou seja, se a pessoa, ou uma família, não tiver condições de deslocar o uso de energia elétrica para o período fora de ponta, a tarifa branca pode resultar em uma conta maior. Até porque o percentual de acréscimo é bem superior ao atrativo do desconto”, alerta Calos Augusto Kirchner, diretor da delegacia de Bauru do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp).

DISCIPLINA

Segundo a CPFL Paulista, concessionária de energia que abastece Bauru, é considerado horário de ponta o intervalo entre 18h e 20h59 e intermediário os períodos das 17h às 17h59 e das 21h às 21h59. Vale destacar, contudo, que, no horário de verão, é preciso adiantar os intervalos em uma hora: o período de pico vai das 19h às 21h59 e o intermediário, das 18h às 18h59 e das 22h às 22h59.

Nos demais horários, assim como aos finais de semana e feriados nacionais oficiais, todas as horas do dia são consideradas fora de ponta. Especialista em energia, Braz Melero reforça que a adesão ao modelo de tarifa branca é voluntário e viável para quem conseguir evitar, nos horários de pico e intermediário, principalmente o uso de aparelhos que consomem muita energia, tais como chuveiro elétrico, ar condicionado e ferro de passar roupa.

“A pessoa precisa ter disciplina para gerenciar seu consumo, mas, também, pode voltar atrás e pedir para que a cobrança seja retomada no modelo tarifário convencional, se perceber que a conta de energia aumentou”, acrescenta, salientando como outras medidas importantes para reduzir o consumo a aquisição de lâmpadas por modelos de LED ou fluorescentes.

Para Kirchner, a tarifa branca acaba favorecendo principalmente pessoas que moram sozinhas ou casais que não têm filhos, já que crianças possuem uma rotina mais difícil de modificar. “Pode ser uma boa vantagem para pessoas que trabalham à tarde e à noite e que, portanto, não precisam fazer nenhuma grande adaptação. Para as demais, o esforço é maior e pode ficar mais difícil”, observa.

Adesão deve ser feita por meio da CPFL

A adesão deve ser solicitada pelos canais digitais ou pelas agências de atendimento da CPFL Paulista, que terá 30 dias para atender o pedido. A conta de luz irá detalhar as informações do consumo de energia em cada um dos três horários e os respectivos valores.

Se o consumidor não perceber qualquer vantagem, poderá solicitar o retorno ao modelo tarifário convencional sem pagamento de multa. A distribuidora também terá prazo de 30 dias para retornar o consumidor ao sistema anterior.

Caso queira participar de novo da modalidade de tarifa branca, o consumidor deverá cumprir um período de carência de 180 dias. Vale destacar que a tarifa branca não se aplica aos consumidores residenciais classificados como baixa renda, beneficiários de descontos previstos em lei, e à iluminação pública. Segundo a CPFL, o custo do medidor próprio para a leitura do sistema de tarifa branca e sua instalação são de responsabilidade da companhia. Porém, eventuais despesas para alterações no padrão de entrada do imóvel competem ao consumidor.

Economia e meio ambiente

Segundo especialistas, além de economia para os consumidores que possuem flexibilidade para deslocar sua faixa de consumo, a adesão da população à tarifa branca contribui para reduzir o uso de termelétricas (mais caras e poluentes), bem como a necessidade de realizar grandes obras de infraestrutura, no curto prazo, para expandir a rede elétrica.

“Há um aspecto ambiental envolvido, a que as pessoas devem estar atentas. Ao participarmos desta mobilização, estaremos colaborando para que se façam menos usinas e, assim, para agredir menos a natureza”, aponta Braz Melero.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Economia/2019/02/tarifa-branca-baixa-conta-de-energia.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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