‘Sempre fui doador, agora sou eu que preciso e é urgente’

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O professor Vitor Augusto Giatti Fernandes luta contra a leucemia e busca doador de medula óssea. 06/02/2019

Uma chance de compatibilidade em 100 mil. É esta a probabilidade que tem tirado as noites de sono de Vitor Giatti Fernandes, 32 anos, e de sua família no último ano. Diagnosticado com leucemia mieloide aguda, uma das formas mais graves da doença, Vitor necessita da doação de medula 100% compatível para continuar vivendo. Na luta contra as estatísticas, ele e seus amigos montaram uma página no Facebook, a “Somos Todos Vitor”, para divulgar informações sobre a doença e incentivar novos doadores, na tentativa de aumentar as chances de compatibilidade para ele e também a quem mais precisa no País. Fevereiro é o mês laranja, alusivo à leucemia. A cidade, no entanto, não possui campanhas amplas sobre o assunto.

Bauruense e formado e pós graduado em engenharia da aquicultura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Vitor chegou a ministrar aulas na UFSC. Na mesma época, ainda morando em Santa Catarina, ficou noivo de Pamela Asmuss.

Quando tudo parecia transcorrer bem, o primeiro susto, em julho de 2016. Vitor foi diagnosticado com câncer no testículo, mas o tratamento e quimioterapia surtiram efeito. Dois anos depois, exatamente em julho de 2018, nova alteração nos exames e o segundo susto: ele estava com leucemia. “A notícia surgiu como uma bomba, me internei no mesmo dia e já comecei a quimioterapia, mas meu corpo estava debilitado. Acreditamos que a leucemia tenha sido um efeito da medicação”, conta.

SONHOS

De volta à cidade natal, o bauruense teve que postergar seus sonhos de casar e conseguir um emprego melhor. “No dia que recebi o diagnóstico eu havia participado de um entrevista por skype para trabalhar em um instituto de pesquisas nos Estados Unidos. E, no dia seguinte, tinha marcada uma entrevista de emprego na França”, detalha.

Passos para trás, a doença trouxe uma série de limitações. Vitor voltou para a casa dos pais para receber cuidados e a ajuda da mãe. Hoje, ele e sua noiva raramente saem por conta dos riscos de ele contrair infecções. E a máscara virou parte da vestimenta. Desde o início do diagnóstico, a equipe médica que o atende no Hospital Amaral Carvalho em Jaú defende o transplante, até porque a quimioterapia não zerou as células leucêmicas.

DOAÇÃO

Conscientes de que o caminho é lutar para encontrar um doador 100% compatível, ele e seus amigos se mobilizam para crescer o número de doadores no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Hoje, a rede integrada possui 5 milhões de cadastros no País, mas como a chance de compatibilidade é de uma a cada 100 mil, o número precisa aumentar.

Desde o ano passado, eles publicam conteúdos incentivando a doação de medula.

“Eu sempre fui doador de sangue e tudo o que pudesse, agora sou eu que preciso e urgente. Não tenho muito tempo. A doação de medula deveria fazer parte da formação cidadã das pessoas”, opina Vitor. “Para entrar no Redome, basta ir até o Hemonúcleo dos Hospital de Base e tirar 5 ml de sangue para dados genéticos do banco. Se você for chamado para doar, não há prejuízo ou sequela. Em 15 dias, a medula se regenera e você pode até doar de novo”, ensina. “Um simples ato pode salvar não só a mim, mas a outras dezenas de pessoas”, ressalta.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Geral/2019/02/sempre-fui-doador-agora-sou-eu-que-preciso-e-e-urgente.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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