Saúde vê início de controle da 2.ª onda

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Os dados epidemiológicos da Covid-19 em Bauru apontam o início de uma possível saída do pico da segunda onda da doença na cidade. A taxa de retransmissão do novo coronavírus caiu a mais da metade na comparação com o momento mais grave na região.

Em 15 de janeiro, duas semanas após o fim das festas de fim de ano, o chamado Rt chegou a 1,8 – o mais alto desde o início da crise sanitária. Ou seja,100 pessoas infectadas têm potencial para contaminar outras 180.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, na última quarta-feira (10), a taxa de retransmissão era de 0,8.

Diretor da Divisão na Secretaria Municipal de Saúde, Ezequiel Santos explica que, quando o Rt fica abaixo de 1,0, a retransmissão do vírus deixa de ocorrer de modo exponencial, ou seja, fora de controle. “É claro que tudo pode mudar, mas é um sinal de que as coisas estão melhorando. Há um certo controle, embora o controle mais eficaz se dê com o Rt abaixo de 0,5”.

Depois da taxa atingida em 15 de janeiro, o segundo maior pico na região de Bauru foi de 1,5, registrado em 27 de novembro do ano passado.

RESULTADOS

Santos aponta que a proporção entre resultados negativos e positivos é outro bom indicador.

Nos últimos quatro dias, foram 379 casos positivos na cidade ante 978 negativos. Entre 17 de e 21 de janeiro, por exemplo, período próximo ao ápice da taxa de retransmissão, foram 743 positivos e 740 negativos.

A média móvel de novos casos confirma a tendência. Como noticiado pelo JC, até 7 de fevereiro, ela era de 94,8. Nas duas semanas anteriores, os registros foram de 173,3 e 191,6.

O alto número de mortes ainda registrado (leia mais abaixo), a despeito da desaceleração de novos casos, pode estar relacionado às janelas entre a manifestação de sintomas e o período de tratamento que antecede os óbitos. A região de Bauru está classificada na fase vermelha do Plano São Paulo de enfrentamento à Covid-19.

Prefeitura deve receber 10 mil novos testes nesta sexta

A Prefeitura de Bauru espera para esta sexta-feira (12) a chegada de 10 mil novos testes para diagnóstico da Covid-19 comprados com recursos próprios: 2,5 mil do tipo IgG/IgM e 7,5 mil do antígeno.

No ano passado, o lote adquirido pelo município foi de 25 mil unidades: 10 mil IgG/IgM e 15 mil antígenos.

Na última sessão da Câmara, vereadores requisitaram que a administração reforçasse a política de testes com o intuito de ampliar o controle para a transmissão do vírus. Markinho Souza (PSDB) pontuou que o comércio precisa abrir para que as pessoas trabalhem, e que a testagem em massa seria o caminho para afastar, com mais efetividade, pessoas contaminadas pelo coronavírus. O tucano lembrou das ações em drive thru promovidas pela gestão Gazzetta.

Estela Almagro (PT), por sua vez, já vinha reiterando a importância de aplicação da estratégia chamada de TRIS, que implica na testagem, no rastreamento e no isolamento.

DESCARTA

Sobre o drive thru, Ezequiel Santos alega que não há qualquer recomendação técnica para iniciativas deste tipo, que, no ano passado, foram providas por decisão de governo. Segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica, esse tipo de ação não caracteriza testagem em massa. “Isso só ocorre quando praticamente toda a população é testada, e não apenas um grupo”.

SINTOMAS

Santos alega ainda que o isolamento não deve ser baseado na realização de testes, mas sim, em sintomas. “É essa a confusão que parte dos políticos faz”.

Na avaliação do especialista, o lote menor de testes agora do que o que foi comprado pela prefeitura em 2020 não implica em prejuízos epidemiológicos. A primeira leva, de 25 mil, foi esgotada no ano passado.

Isso porque, segundo Ezequiel Santos, a mais importante estratégia de testagem está no chamado PCR, realizado pelo Adolfo Lutz, ou em parceria com a USP e o Lauro de Souza Lima, em pacientes entre o terceiro e o sétimo dia de sintomas.

“Se faltassem esses testes, teríamos problemas, mas somos uma das cidades que mais encaminha. São cerca de 400 testes diariamente”, argumenta.

Santos explica que os testes IgG/IgM são aplicados em pacientes que perderam o timing do PCR, a partir do oitavo dia de sintomas. “Não implica em quase nada para o isolamento, pois o tempo recomendado já está quase no fim”.

O teste antígeno, por sua vez, deve ser usado apenas em situações muito específicas, como em casos de surtos em casas de repouso. “São aplicados para afastar de imediato outros contaminados para que o quadro não se agrave”, observa o diretor.

ASSINTOMÁTICOS

Os protocolos também não indicam a necessidade de testagem de assintomáticos, segundo Ezequiel Santos. “É uma discussão superada. Os assintomáticos não são um problema para a transmissão da Covid”.

Preço cai de R$ 160 para R$ 45

Na nova compra de testes, a unidade do antígeno foi adquirida por R$ 45,00. A conformação do processo licitatório foi publicada no dia 31 de dezembro.

O valor é quase quatro vezes menor do que o estabelecido na primeira leva de testes, quando a aquisição foi efetuada de modo emergencial, com dispensa de licitação, por R$ 160,00.

A Secretaria de Saúde informou que, no início da pandemia, havia pouca oferta e muita procura por testes. Por isso, a unidade do antígeno chegava a custar mais de R$ 200,00.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2021/02/749695-saude-ve-inicio-de-controle-da-2—-onda.html#.YCZVgUqJ-uw.whatsapp

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