Bauru é uma cidade-referência em comunicação social não é de hoje. A cidade tem o primeiro jornal a utilizar tecnologia offset do Interior do Estado (JC, no início dos anos 70), o primeiro canal de televisão do Interior da América do Sul (TV Bauru, década de 60), emissoras de rádio que marcaram época, como as extintas PRG-8, Terra Branca e Auri Verde, inúmeros jornais, duas faculdades de jornalismo, curso de radialismo e, mais recentemente, um curso que forma pessoas para uma profissão em alta, a de produtor de audiovisual, nas Faculdades Integradas de Bauru (FIB).
Em um mundo de rápidas mudanças, algumas tendências merecem atenção e vêm ganhando espaço e se consolidando, em especial as que dizem respeito à relação entre criatividade, inovação e tecnologia. Os jornais, por exemplo, entre outros, cada vez mais utilizam a produção audiovisual em suas páginas na Internet para diversificar seu player de produtos noticiosos.
Por sinal, a área de produção audiovisual tem inserção em variados segmentos. Hoje, existe uma demanda crescente na produção de conteúdos digitais, tais como vídeos, séries, animações, canais de YouTube e conteúdos para redes sociais.
Por isso, o desenvolvimento de competências técnicas e estéticas para produção, direção, elaboração de roteiros, edição, direção de arte e direção de fotografia de produtos e obras visuais é imprescindível para quem quer atuar na área de comunicação.
Segundo sua coordenadora, Angelica Santini Galego, o curso de Produção Audiovisual Superior em Tecnologia da FIB é considerado uma referência no desenvolvimento e orientação de projetos de excelência. Os alunos recebem uma formação com foco em metodologias ativas, desenvolvem conteúdos na prática e atuam em empresas jornalísticas, agências de publicidade, empresas de eventos, produtoras de conteúdos educativos, na produção de filmes e ministrando cursos.
“Há forte estímulo para que o profissional desenvolva características empreendedoras, que incluem o planejamento de seu negócio e o desenvolvimento de projetos. O corpo docente é formado integralmente por mestres e doutores que atuam na área e estão alinhados com as tendências de mercado”, afirma Angelica.
De Bauru para o mundo
Por conta deste estímulo, muitos projetos são premiados já ao longo do curso e no início da vida profissional do aluno. O documentário “Eu sou Raul Torres, violeiro sim sinhô!” é um destes exemplos. O projeto, dirigido por Leandro Ferrari e Daniel Figueira e com produção de Nidowilliam Spadotto, foi realizado como trabalho de conclusão de curso e selecionado para festivais como o In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical. O filme “Sobre os trilhos da história” (direção de Evandro Souza e produção de Débora Dias), que conta a história da Estação Ferroviária de Bauru, também circulou nacional e internacionalmente, em eventos como o 15º REcine – Festival de Cinema de Arquivo e o 10º Istanbul International Architecture and Urban Films Festival. E o curta-metragem experimental “Autólises em Pulmões de Vidro”, de Guilherme Godoy, foi selecionado para o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba (FICBIC).
Depois de formados, os alunos estão aptos a desenvolver e a cuidar da gestão de seus projetos. Este ano, por exemplo, está sendo realizado o documentário “O movimento não pode parar”, selecionado no Programa de Estímulo à Cultura da Secretaria Municipal de Bauru, produzido pelos ex-alunos Henrique Ramos, Guilherme Nascimento e Bruno Colombo, que vão contar a história do movimento hip hop na cidade.
O professor da FIB Fernando Geloneze explica que a tendência na criação de documentários tem a ver com a necessidade cada vez maior, em um mundo com muita informação fragmentada, de se trabalhar a informação com propriedade.
Além do universo do documentário e da ficção, a animação digital e o motion design são mais duas tendências com forte aplicação no mercado. O professor da FIB Nicholas Grassi, responsável pela área no curso e que trabalha atualmente com animações educativas para YouTube, comenta que o aprendizado de técnicas de animação tem aplicação tanto na publicidade quanto em redes sociais e no chamado UXMotion – animação para aplicativos.
O professor doutor Álvaro André Zeini Cruz é o responsável por trazer a bagagem de leitura cinematográfica no curso da FIB, tendo sido um dos críticos convidados para o Talent Press do Festival do Rio 2018, um dos maiores festivais de cinema do país. A grande variedade de formatos de conteúdos só tende a aumentar, seja em vídeos para aplicativos, experiências interativas, imersão em 360 graus, projeções de vídeo em museus e galerias de arte, eventos e plataformas de streaming.
Mas uma coisa é certa: as imagens e narrativas visuais nunca estiveram tão presentes em nossa vida. Saber interpretá-las, organizá-las e produzi-las é a tarefa cada vez maior do profissional do futuro.