A Petrobras arrecadou R$ 8,6 bilhões com nova venda de ações de BR Distribuidora nesta terça-feira (23). A subsidiária de postos de combustíveis passa a ter mais capital privado do que estatal.
A venda é mais um capítulo dos desinvestimentos da Petrobras. A gestão Jair Bolsonaro, com Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia, pretende acelerar esse processo de venda de ativos.
A petroleira, que detinha 71,25% do capital da BR, se desfez de 30% dos papéis. Com isso, a BR deixa de ter controle estatal. Foi publicado um fato relevante pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta terça.
Um lote de mais papéis, chamado de suplementar, poderá ampliar as cifras dessa negociação de privatização nos próximos dias. Serão ofertadas mais 43,7 milhões de ações, também por R$ 24,50 cada uma.
Efetuadas essas transações, a arrecadação poderá chegar a R$ 9,6 bilhões. Nesse caso, a participação da Petrobras na empresa cairá para 37,5%.
Em 2017, a Petrobras já havia vendido 28,75% das ações da BR, em operação que girou R$ 5 bilhões. A petroleira, até então, ela detinha 100% do capital da distribuidora, o que fazia da BR uma empresa totalmente estatal.
Hoje, a BR Distribuidora tem como principais competidores a Raízen, empresa da Cosan que opera com a marca Shell, e a Ipiranga, do grupo Ultra.
A avaliação da gestão das empresas é que, sem controle estatal, a distribuidora ficará mais ágil para competir no mercado brasileiro.
Aprovada pelo conselho de administração da Petrobras em maio, a venda das ações da BR é parte do plano para levantar recursos para pagar dívidas e focar a exploração do pré-sal.
A venda de ações anunciada nesta terça só foi possível após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em junho deste ano, que liberou a privatização de subsidiárias de estatais sem aval do Congresso.
Maior distribuidora de combustíveis do país, a BR está presente em todos os estados, com 27,4% de participação no mercado nacional.
A distribuidora tem uma rede de 7.703 postos de gasolina, 95 unidades operacionais e atuação em 99 aeroportos.
Na esteira do julgamento do STF, a empresa também concluiu outro negócio bilionário. Em junho, foram vendidos cerca de 90% das operações da TAG, subsidiária que opera as malhas de gasodutos do Norte e Nordeste, à francesa Engie e à canadense Caisse de dépôt et placement du Québec, por R$ 33,5 bilhões.
Também em junho, a Petrobras deu início à venda de refinarias. Serão desestatizadas 8 de suas 13 unidades, em um processo que pretende privatizar metade da capacidade nacional de refino.