Para cumprir lei estadual, Bauru deve instalar mais 300 hidrantes

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Matéria sobre o rio Bauru Eric Fabris

Em alguns desenhos animados, os hidrantes são usados como banheiro de animais de estimação. Porém, na vida real, a função destes equipamentos é vital, afinal, fornecem água para que o Corpo de Bombeiros combata incêndios em edificações. Pelo decreto estadual n.º 56.819, datado de 10 de março de 2011, Bauru deve ter um item do tipo a cada 300 metros, mas ainda faltam 300 para que o município, de fato, atenda esta exigência.

Em 2014, a cidade firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público (MP), com quem assumiu o compromisso de instalar 110 equipamentos até o final deste ano, sendo que 86 já estão em operação.

A pedido da reportagem, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) levantou que, até o momento, a cidade conta com 186 hidrantes. O ideal, conforme a lei estadual, seria que houvesse em torno de 500.

Segundo o presidente da autarquia, Eric Fabris, o Corpo de Bombeiros determina o local da instalação dos hidrantes, mas o DAE é quem avalia as condições técnicas para tanto, porque o equipamento só é viável em redes de, no mínimo, 100 milímetros de diâmetro.

Como a autarquia não tem dinheiro para adquirir os hidrantes, recorre à Lei Municipal n.º 6.586, que prevê que cada empreendimento, cuja área supere 3 mil metros quadrados, doe um item como este para que o DAE faça a instalação. Atualmente, o estoque da autarquia é de seis hidrantes, mas está para receber a doação de outros 150. Mesmo assim, a quantidade não chegaria ao previsto em lei. “A ideia é adicionar a verba para a aquisição do restante dos equipamentos no orçamento dos próximos anos”, adianta.

Inclusive, o presidente do DAE reconhece a importância dos hidrantes e pretende cumprir esta exigência até o final do seu mandato, em 2020. Portanto, como não há previsão imediata para a instalação destes 300 itens, o departamento não possui levantamento acerca dos bairros que deverão recebê-los.

Além disso, no final desta etapa de cumprimento do TAC, o DAE e o Corpo de Bombeiros pretendem se reunir, novamente, com o intuito de definir quais regiões deverão abrigar os hidrantes que faltam.

IMPORTÂNCIA

De acordo com o 1.º tenente Victor Félix Tozi Bonfim, do Corpo de Bombeiros de Bauru, os veículos da corporação armazenam pouca água, afinal, caminhões muito grandes não têm acesso a bairros cujas ruas são estreitas. Normalmente, quando há incêndio em edificações, exige-se grande quantidade de água para combatê-lo. Logo, o estoque da viatura não é suficiente e o hidrante serve para abastecer os veículos do Corpo de Bombeiros.

SEM VAZÃO

Samantha Ciuffa
Segundo o 1.º tenente Victor Félix Tozi Bonfim, o número de hidrantes dobrou de 2012 para cá, mas está longe do previsto em lei

Além disso, a cidade enfrenta um problema crônico existente em todos os municípios do País. “No Brasil, a rede de água é a mesma daquela de emergência. Em um horário de pico, em que as pessoas estão chegando do trabalho e utilizando bastante água em casa, os hidrantes ficam sem vazão suficiente para suprir a nossa necessidade”, revela Tozi.

Em contrapartida, o Corpo de Bombeiros trabalha com viaturas menores, que transportam mais água, justamente, para atender ocorrências neste horário de pico. Portanto, o tenente tranquiliza a população, já que a corporação possui veículos preparados e trabalha junto ao DAE para cumprir a meta da lei estadual. “Se houver incêndio de grandes proporções em edificações, não haverá falta d’água”, ratifica.

Ainda segundo Tozi, a maior preocupação do Corpo de Bombeiros girava em torno dos Distritos Industriais, que, até pouco tempo, sequer abrigavam hidrantes.

O tenente explica que incêndios em grandes edificações, como fábricas e indústrias, não são combatidos apenas com a água dos veículos oficiais, ou seja, o item é peça fundamental para abastecê-los. Embora o local tenha sido atendido pelo DAE neste sentido, Tozi assume que o ideal seria que, por precaução, houvesse mais equipamentos do tipo.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Geral/2018/10/para-cumprir-lei-estadual-bauru-deve-instalar-mais-300-hidrantes.html

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