Mudança de faixa curta é anúncio de acidentes nas marginais da Rondon

0
1444
Professor Arquimedes Fala sobre O Trevo da Eny Arquimedes Raia Júnior

 

Trevo da Eny
Professor Arquimedes Fala sobre O Trevo da Eny
Arquimedes Raia Júnior

Recém-liberados, os dois primeiros trechos das marginais da rodovia Marechal Rondon, em Bauru, já são alvo de críticas de motoristas que trafegam com frequência pelo local. Eles reclamam que as chamadas áreas de entrelaçamento, onde veículos trocam de faixa para ingressar ou sair da marginal, têm extensão muito curta para garantir a adequada segurança aos usuários.

Tratam-se de dois trechos, um no sentido Interior-Capital e outro no sentido Capital-Interior, ambos na altura do trevo da Eny. Para o engenheiro especialista em segurança viária Archimedes Raia Junior, os pontos foram mal planejados e se tornaram críticos para a ocorrência de acidentes.

“Quem está na Rondon no sentido Interior-Capital e quer acessar a rodovia Bauru-Ipaussu, por exemplo, terá que cruzar a marginal, onde trafegam veículos que saem da avenida Doutor Mário Oliveira Mattosinho. Há um confronto no fluxo de veículos: quem está à direita quer acessar a pista esquerda e quem está à esquerda quer passar para a pista direita”, detalha.

No sentido Capital-Interior, o conflito viário se repete para quem sai do trevo da Eny para acessar a marginal e quem está na marginal em direção ao mesmo trevo. “É um perigo terrível. O movimento de mudança de direção precisa ser feito muito rápido, porque a área de entrelaçamento é curta”, acrescenta o especialista, que também é diretor de mobilidade da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (Assenag).

Como agravante, ele destaca que a velocidade em que os veículos transitam pelo local é incompatível – inclusive a dos caminhões, que possuem maior dificuldade para frear bruscamente, se necessário for. Por meio de nota, a ViaRondon, concessionária da rodovia, informou que “as obras atendem a todos os ditames contidos no contrato de concessão, assim como àqueles de ordem técnica e legal”.

SUSTOS

Não é esta a percepção de um empresário de 35 anos, que trafega por ambos os trechos todos os dias e foi ouvido pela reportagem sob a condição de anonimato. “Os carros aparecem de repente. Já tomei muitos sustos, de ter de frear em cima. Tanto dinheiro investido para isso? Só não aconteceu nada mais grave ainda por sorte”, reclama.

Também usuário das novas marginais, o publicitário Eugênio Jabur, 46 anos, compartilha da mesma opinião e conta que, nos horários de pico, o fluxo de veículos que estão na marginal para acessar a rodovia chega a parar, devido ao conflito viário que se estabelece no local. “É um pedaço muito perigoso. Falta sinalização. O motorista precisa ter atenção redobrada, senão, bate o carro”, observa.

O empresário que não quis se identificar também critica o local onde foi fixada uma placa de sinalização de preferência de passagem, bem na confluência entre a pista marginal e a faixa de acesso dos veículos que saem da Rondon, no sentido Interior-Capital. “A forma como a placa foi posicionada deixa o motorista em dúvida. Certamente, a intenção era sinalizar aos veículos que saem da Rondon, mas, na prática, a maioria deles não para e acaba prevalecendo no movimento”, explica Archimedes Raia Junior.

Para o especialista, houve erro no projeto de construção elaborado pela ViaRondon. Como solução paliativa, já que o trecho está concluído, ele recomenda o reforço na sinalização de solo e a instalação de placas de alerta que antecipem aos motoristas a existência dos dois trechos críticos.

“É preciso um estudo muito aprofundado, uma auditoria de segurança viária para levantar os pontos do projeto que apresentam problemas e modificá-los antes da execução de novos trechos”, conclui.

Desníveis

O engenheiro Archimedes Raia Junior aponta, ainda, problemas de desníveis acentuados nos dois lados das marginais, que podem provocar acidentes se os veículos estiverem em velocidade mais elevada. Um exemplo é a pista descendente para sair da marginal e acessar a rodovia Marechal Rondon, no sentido Capital-Interior.

“Se o condutor estiver dirigindo em uma velocidade um pouco maior e se perder, pode ser lançado em uma decolagem muito perigosa”, aponta. Outros problemas verificados pelo especialista são rachaduras em uma estrutura de concreto onde há uma passagem para pedestres e placas de sinalização mal fixadas nos trechos já liberados para trânsito.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Geral/2019/02/mudanca-de-faixa-curta-e-anuncio-de-acidentes-nas-marginais-da-rondon.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

Deixe uma resposta