O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (24) o início da vacinação de policiais e professores no estado de São Paulo.
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste de SP).
Segundo Doria, o início da vacinação dos policiais será a partir de 5 de abril e os professores, em 12 de abril. Na categoria dos professores, serão 350 mil profissionais que atuam da creche ao ensino médio, nas redes pública e privada.
O secretário de estado da Educação, Rossieli Soares, disse que a imunização abrangerá todos os tipos de profissionais de educação, a partir de 47 anos. Em relação à rede privada, será exigido um contracheque dos últimos dois meses, com objetivo de evitar fraudes.
Essa será a primeira etapa da vacinação dos profissionais da educação. Esse contingente representa 40% dos profissionais, incluindo professores, diretores e outros que atuam nas escolas.
O governo não informou as datas das demais faixas etárias.
O secretário da Segurança, general João Campos, afirmou que os policiais realizam diversas atividades que expõem esses profissionais.
Ele citou, por exemplo, que profissionais do Samu (serviço de atendimento médico de urgência) são vacinados, mas os bombeiros, com trabalho similar, não.
“Somente no sistema da Secretaria da Segurança Pública até ontem nós perdemos 79 policiais da ativa, 56% deles entre 46 e 55 anos. Uma tragédia”, disse.
Doria anunciou também antecipação da vacinação das pessoas com 69 anos para sexta (26) –inicialmente, estava previsto para o dia seguinte. É uma população de cerca de 910 mil pessoas.
Atualmente, o estado atingiu 5 milhões de doses aplicadas.
Segundo o governo, outras faixas etárias estão sendo prospectadas.
O governador anunciou a entrega de mais 2,2 milhões de doses da Coronavac ao programa nacional de imunização. Com isso, já são 27,8 milhões de doses entregues. Na próxima semana, serão entregue mais de 8 milhões de doses.
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que a ocupação das UTIs no estado é de 92,3% das UTIs. Na Grande SP, está em 91,7%.
“Temos hoje 12.442 pacientes na UTI. Ontem nós tínhamos 12.317 pacientes. Portanto, um número bem menor do que aqueles que vínhamos acompanhando nas semanas anteriores, de aporte de quase 300 pacientes por dia. Isso pode sim ser já um sinal do faseamento vermelho e também da nossa fase emergencial em que ocorre a restrição da circulação de pessoas”, disse.
Gorinchteyn disse que na segunda há mais jovens entre os internados, com formas graves da doença. “Representa o fato de essas pessoas se estarem se expondo mais, de uma forma até irresponsável, sem uso de máscara, participando de aglomerações e festas clandestinas. A maioria dos casos nas UTIs ainda são de idosos”, disse.
Segundo ele, o isolamento vem aumentando, chegou a 45% e foi diminuída a circulação de 3 milhões de pessoas. O objetivo era chegar a 4 milhões de pessoas circulando a menos.
Doria fez críticas a Bolsonaro, classificando o pronunciamento dele em rede nacional como uma farsa. Agora, falou que “não é confiável a realização de um comitê que exclui governadores que estão trabalhando para proteger vidas e o distanciamento social, isolamento quando necessário, uso de máscaras, aplicação de vacinas e ao não uso de cloroquina”.
“O Brasil quer vacinação, não quer comitê de adulação. E comitê de adulação, eu não participo”, disse.
Paulo Menezes, do centro de contingência, afirmou que é possível que seja necessária uma extensão da fase emergencial por um período de 15 dias. No entanto, segundo ele, a avaliação pode mudar ao longo da semana.
“Quando a gente tem uma reunião e sai uma recomendação, não quer dizer que aquilo é imutável. São avaliações dinâmicas. Continuamos avaliando os números e ao longo dos próximos dias vamos estar em conversa constante com o governador e sua equipe para que ele possa tomar a melhor decisão no momento oportuno”, disse.