Bauru fecha 2018 com melhor nível de empregos dos últimos seis anos

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Vagas de empregos volta a crescer em Bauru Sabrina Correa Luiz Pereira, trabalha em uma rede de lojas no Bauru Shopping
Vagas de empregos volta a crescer em Bauru Jéssica Aparecida Apolinario Costa, cabeleireira

Sabrina Corrêa Luiz Pereira e Jéssica Aparecida Apolinário Costa são o reflexo da economia de Bauru e do País. Elas ficaram por um longo período desempregadas e, em 2018, retornaram ao mercado, corroborando o que mostram as estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho.

Após três anos consecutivos de quedas, Bauru finalmente voltou a fechar o ano com aumento do número de empregos com carteira assinada. De janeiro a dezembro do ano passado, segundo o levantamento, foram criadas 2.518 novas vagas de trabalho, o melhor saldo dos últimos seis anos.

O último ano em que a cidade registrou saldo superior foi 2012, quando foram gerados 6.717 postos de trabalho. O resultado de 2018 indica que, mesmo em ritmo lento, os 8.255 empregos formais perdidos entre 2015 e 2017 devido à crise no País estão começando a ser recuperados.

Os dados nacionais, inclusive, também reforçam esta tendência. No Brasil, foram 529,5 mil novos postos de trabalho criados no ano passado, sendo 146,6 mil somente no Estado de São Paulo.

“É uma grande demonstração de que o País está entrando em um novo ciclo. É claro que ainda é muito pouco, considerando todos os trabalhadores que estão aguardando a sua vez”, pondera o economista Reinaldo Cafeo, salientando que o desemprego ainda atinge mais de 12 milhões de brasileiros.

Os números de 2018 foram impulsionados por exemplos como os de Sabrina e Jéssica. Em fevereiro deste ano, Sabrina, 30 anos, vai comemorar um ano de trabalho como atendente de crédito em uma loja de departamentos localizada no Bauru Shopping.

“Eu sou uma das vítimas da crise do Brasil. Fiquei três anos desempregada. É muito desesperador. Nesse período, fiz faxina, vendi semijoias, tudo o que pudesse ajudar a complementar a renda do meu marido. Agora, completando quase um ano com carteira assinada, a sensação é de maior tranquilidade e segurança”, conta ela, mãe de um menino de oito anos.

TENDÊNCIA

A mesma dificuldade foi vivida pela cabeleireira Jéssica Costa, 26 anos, que possui oito anos de experiência no ramo. Ela conta que se afastou das atividades profissionais em 2014 para ter o primeiro filho e, embora tenha trabalhado por conta própria até o nascimento do segundo, hoje com quase dois anos, sofreu para conseguir um emprego na área.

“Fiquei praticamente o ano passado inteiro em busca de uma oportunidade. Com duas crianças, só contávamos com a renda do meu marido. Foi difícil”, relata. O fim do sufoco só veio em novembro, quando conseguiu uma vaga em um salão de cabeleireiros localizado na Vila Cidade Universitária.

O setor de serviços do qual Jéssica faz parte, aliás, foi o que mais gerou empregos em Bauru no ano passado. Com saldo de 1.449 novos postos de trabalho, o segmento foi seguido pela construção civil, que somou 1.242 vagas.

Segundo Reinaldo Cafeo, são números que refletem a melhoria da percepção de boa parte dos empresários quanto ao reaquecimento gradativo da economia. Os resultados de 2019, contudo, ainda dependerão do desempenho do novo governo federal.

Embora o clima seja de otimismo para boa parte dos investidores e trabalhadores, uma análise mais concreta sobre o que eles devem esperar, pontua o economista, somente poderá ser feita ao final do primeiro trimestre deste ano. “Se tudo correr bem, o País crescerá os 2,5% previstos ou mais até o fim do ano, fazendo com que a geração de empregos seja bem superior a que observamos em 2018: algo em torno de 800 mil novas vagas”, conclui.

2º Encontro Internacional de Imóveis. Reinado Cafeo
Aceituno Jr.Cafeo analisa o final de ano preocupanteFIM DO ANOCom o encerramento de 2018, um dado preocupante foi o desempenho dos últimos meses do ano. Em Bauru, novembro e dezembro acumularam a perda de 2.260 vagas de emprego, resultado pior que o mesmo período dos três anos de crise.Segundo o economista Reinaldo Cafeo, a queda foi impulsionada por diversas razões, como as demissões da multinacional Mondelez, que está em processo de encerramento de suas atividades em Bauru, além da redução do quadro de pessoal em outras fábricas e em uma construtora da cidade.”No setor de educação, também houve redução de vagas de emprego porque o número de alunos matriculados caiu em 2018, muito em função das restrições impostas pelo governo federal aos financiamentos estudantis”, analisa, acrescentando, ainda, que a alta rotatividade de trabalhadores em empresas de recuperação de crédito podem ter contribuído para o resultado dos dois últimos meses do ano.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Economia/2019/01/bauru-fecha-2018-com-melhor-nivel-de-empregos-dos-ultimos-seis-anos.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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