Bauru está em 4.º lugar entre as cidades com menor número de mortes

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Sérgio Antonio: cidade está preparada para receber as vacinas / Crédito: Malavolta

A colocação diz respeito ao Estado de São Paulo; no País, o município está em 25.ª posição, segundo pesquisa da Abramet

Conforme pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), divulgada no último sábado (26), Bauru é a 4.ª cidade do Estado de São Paulo e a 25.ª do País com a menor taxa de mortalidade por Covid-19, considerando as cidades com mais de 300 mil habitantes. Para o agora ex-secretário de Saúde, Sérgio Henrique Antonio, a classificação foi resultado do trabalho de todos os funcionários da pasta.

Ele, inclusive, ressalta ter assumido a função, que já não é fácil, assim que a pandemia teve início e destaca ter conseguido seguir o cronograma de ações planejadas para o combate à doença. Para tanto, garante ter aberto mão de sua experiência enquanto médico ginecologista concursado da prefeitura há 27 anos. Trabalhou no pronto-socorro, em unidades de saúde e foi coordenador da Saúde da Mulher por dois anos antes de assumir a Secretaria de Saúde, em fevereiro deste ano. Além do serviço público, trabalhou por 25 anos na Maternidade Santa Isabel, quatros deles como diretor, e é coordenador do serviço de ginecologia e obstetrícia do hospital Unimed.

Jornal da Cidade – Quais ações no combate à Covid-19 garantiram a baixa taxa de mortalidade?

Sérgio Henrique Antonio – Foi fundamental a criação do Comitê de Enfrentamento da Covid-19, composto por uma equipe qualificada tecnicamente. Todas as ações seguiram protocolos e sempre nos apoiamos nas pesquisas mais recentes que saíam sobre a Covid-19. Também realizamos as quatro ações de testagens em massa, adquirimos testes rápidos e o tomógrafo, que auxilia no diagnóstico da doença. Renovamos a frota com 22 novos veículos, adquirimos EPI’s aos servidores e medicações para suporte farmacêutico aos usuários. Também participamos do estudo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do projeto de pesquisa de rastreamento junto ao governo estadual. Foram várias ações que nos proporcionaram esta posição que estamos hoje no estado e no Brasil.

JC – Quais os diferenciais de Bauru na luta contra Covid-19?

Sérgio – Fomos a única cidade do Brasil que realizou a Vacinação Casa a Casa de H1N1 aos idosos, que são do grupo de risco da Covid-19. Além disso, criamos o Posto Avançado Covid-19 em março, logo no início da pandemia, e as unidades referenciais de atendimento à Covid-19. Outras ações importantes foram a fiscalização pela vigilância sanitária e o serviço de telemedicina implantado junto ao Samu 192. Nas vezes que estive em Brasília e em São Paulo, Bauru sempre foi elogiada pelo seu trabalho na área da saúde, tanto pelo governo Estadual como Federal.

JC – Qual a principal dificuldade enfrentada na pandemia?

Sérgio – Foi a falta de leitos para outras patologias, algo que já vinha de muito tempo. Além da dificuldade e morosidade que existe nos processos de licitação. Recentemente também perdi minha mãe e foi muito difícil dividir o estar ao lado dela com a secretaria. Em um dos seus últimos momentos de lucidez, ela me disse que Deus nunca dá nada mais ou nada menos do que conseguimos suportar. E eu levei isso para minha vida na secretaria.

Jornal da Cidade – O que esperava da sua gestão quando assumiu a secretaria?

Sérgio – Tinha uma ideia de melhorar a saúde não só para paciente, mas para o servidor. Depois de um mês veio a pandemia, que é uma doença nova e tudo que é novo assusta. Mas a experiência é muito válida, pois felizmente formei uma equipe muito boa, com profissionais qualificados. Acredito que com afinco e comprometimento conseguimos vencer qualquer batalha.

JC – E as outras áreas da saúde?

Sérgio – Bauru não é apenas Covid-19, também tivemos que dar atenção às outras áreas. Realizamos as entregas das obras e reformas já previstas, como a UBS Redentor, UBS Vila São Paulo, CDIB, Promai, CAPS Girassol, UBS Beija-Flor, e, na última quarta-feira (30), o Departamento de Saúde Coletiva, Serviço de Orientação e Prevenção ao Câncer (SOPC), UBS Nova Esperança e o novo prédio do Banco de Leite Humano. Além do Centro de Especialidade Médicas Municipal (CEMM), que já era um sonho meu como servidor.

JC – Houve solidariedade neste processo?

Sérgio – São com a união de forças e conhecimento que se faz uma saúde adequada à população. Também foi essencial a solidariedade das pessoas, posto que no momento mais crítico da pandemia tivemos a colaboração e doação de várias entidades e setores da cidade, inclusive os seguimentos primário, secundário e terciário de Bauru.

JC – Como deixa a Secretaria de Saúde?

Sérgio – A Secretaria está estruturada com EPI’s, testes, medicamentos, duas viaturas do Samu compradas e uma Rede de Frio preparada para receber as vacinas de Covid-19. Desejo todo sucesso ao colega que será meu sucessor e que ele possa conduzir a secretaria da melhor maneira. Saio com o sentimento de dever cumprido por fazer o que era possível dentro do curto espaço de tempo da minha gestão. É isso que vale a pena, pois nossa bandeira sempre será a de salvar vidas.

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