Bauru disputa a eleição com 25 candidatos: saiba quem são eles

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Os 25 candidatos de Bauru a deputado federal e deputado estadual repetem, na média, o perfil social típico do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa. Há forte predominância de homens, brancos, com média de 50 anos de idade e nível superior. O levantamento do JC, feito com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela um retrato parecido com já o encontrado entre os atuais ocupantes de mandato no País.

As mulheres são mais da metade da população e do eleitorado do Brasil, fato que ocorre também em Bauru. Porém, cerca de 10% apenas dos atuais deputados federais e estaduais são do sexo feminino, sendo uma das maiores distorções entre a realidade da população e os representantes eleitos. Entre os 25 candidatos locais a esses cargos, somente cinco são mulheres, sendo que três disputam cargos na Assembleia Legislativa – Therezinha Fogo (PHS), Telma Gobbi (SD) e Suéllen Rosim (Patriota) – e duas à Câmara dos Deputados – Jupira Terena (PSOL) e Tifanny (MDB). A última é jogadora do Sesi Vôlei Bauru e a primeira atleta transexual a jogar a Superliga Feminina.

São ainda poucos os candidatos negros, pardos e indígenas. Dos 25, nada menos do que 18 se declaram brancos. Os únicos três declarados negros são Roque Ferreira (PSOL), Thyago Cezar (PDT) e Suéllen Rosim (Patriota). Já os indígenas são Jupira Terena (PSOL) e Irineu Nje’a (PCdoB). Por fim, Celso Nascimento (PSC) e Osmar Brito (PCO) se consideram pardos. Na atual formação da Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, menos de 20% diz ser negro ou pardo. Não há indígenas.

A média de idade dos 13 candidatos a deputado estadual é de 50 anos, sendo Thyago Cezar e Suéllem Rosim os mais jovens, com 32 e 30 anos, respectivamente. Caio Coube (PSDB), Celso Nascimento, ambos com 60, e Therezinha Fogo, com 62 anos, são os mais velhos. A média de idade dos candidatos a deputado federal é a mesma, de 50 anos, sendo Tifanny e Rodrigo Agostinho (PSB) os mais novos, com 33 e 40 anos, respectivamente. Roque Ferreira e Luiz Carlos Valle (PSL), ambos de 63, são os mais velhos.

PROFISSÃO

As ocupações apontam uma variedade maior. Boa parte dos concorrentes está ligada a atividades dos setores de comércio e serviço, o que de fato reflete a cidade de Bauru, caracterizada por ter sua economia baseada no setor terciário. As profissões com mais candidatos são a de advogado, médico e empresário, com três em cada. Outras profissões que exigem nível superior têm um profissional cada, no caso jornalista, engenheiro, farmacêutico e professor. A lista conta ainda com agente penitenciário, cozinheiro, policial militar, ferroviário, bancário, motorista, atleta profissional e servidor público federal.

Maioria é veterana na eleição de outubro

Dos 25 candidatos, 15 já disputaram eleições em outros anos. Porém, apenas oito já ocuparam ou ocupam cargo eletivo, casos do deputado estadual Celso Nascimento (PSC), dos atuais vereadores Fábio Manfrinato (PP) e Telma Gobbi (SD) e do ex-vereador Raul Gonçalves Paula (Podemos), que disputam a deputado estadual, e ainda de Rodrigo Agostinho (PSB), prefeito de Bauru entre 2009 e 2016, o atual vereador Natalino da Silva (PV) e os ex-vereadores Roque Ferreira (PSOL) e Luiz Carlos Valle (PSL), candidatos a deputado federal. Por outro lado, dez nunca disputaram uma eleição. Os novatos concorrendo a deputado estadual são Aparecido Leandro (PDT), Irineu Nje’a (PCdoB), Therezinha Fogo (PHS), Suéllen Rosim (Patriota) e Professor Cabo Helinho (PR). Já para deputado federal, entram pela primeira vez em uma disputa eleitoral Edu Avallone (PRB), Roberson Moron (Novo), Tifanny (MDB), Toninho da Mariflex (PSDB) e Vagner Crusco (PCO). Os demais já participaram ao menos uma vez de campanha, a maioria a vereador, mas alguns já tentaram também a prefeito e deputado federal ou estadual.

Pulverização reflete momento político e interesses de legendas

O grande número de candidatos a cargos parlamentares está diretamente ligado ao número de partidos do País. São atualmente 35 legendas registradas no TSE e nada menos do que 20 delas possuem candidato na cidade. Além disso, há o fator de sobrevivência para muitos partidos em jogo nesta eleição. Foi aprovada, a partir deste ano, a cláusula de barreira, que vai restringir a partir de 2019 o acesso ao tempo de rádio e TV e ao Fundo Partidário. Com isso, legendas ‘nanicas’ lançaram muitos candidatos na tentativa de fazer o quociente mínimo para continuarem recebendo esses recursos.

A cláusula de barreira põe condição de que, para ter acesso ao fundo a partir do ano que vem, o partido precisará receber pelo menos 1,5% dos votos válidos em todo o País, na eleição para deputado federal com pelo menos 1% dos votos válidos em nove estados. Caso fique sem atingir esse índice, a legenda ainda tem a chance de continuar com acesso ao fundo se eleger pelo menos nove deputados federais, distribuídos em nove unidades da federação. O nível de votação da cláusula de barreira vai aumentando gradativamente nas próximas eleições nacionais.

Ninguém se elegerá com poucos votos

Outra novidade para as eleições deste ano é que não mais será possível um candidato se eleger com poucos votos, mesmo que o partido ou coligação tenha um puxador de votos. Agora, o concorrente precisará, pelo menos, fazer 10% do quociente eleitoral para ser eleito. Em 2014, o quociente em São Paulo para deputado federal foi de 303 mil votos, ou seja, a cada votação desta, um partido ou coligação garantia uma cadeira. Se já fosse usado na última eleição, o critério impediria que candidatos com menos de 30 mil votos entrassem, o que já aconteceu em algumas legendas.

Muitos candidatos acreditam que neste ano pode aumentar o número de votos brancos e nulos, além das abstenções, o que reduziria o quociente, pois só entram na conta os votos em candidatos ou de legenda, os chamados votos válidos. Alguns partidos acreditam até em uma redução para cerca de 270 mil votos para fazer uma cadeira. Na prática, esse número será conhecido apenas após a eleição. Já para deputado estadual, o quociente foi de 219 mil votos em 2014. Há legendas estimando redução neste ano para a casa de 190 mil a 200 mil.

Filiação na cidade e também desistências

A lista de candidatos de Bauru tem 22 nomes com filiação no município. Outros três são moradores de Bauru, mas estão filiados por outras cidades, casos dos candidatos a deputado federal Toninho da Mariflex (PSDB) e dos candidatos a deputado estadual Professor Cabo Helinho (PR) e Suéllen Rosim (Patriota). Eles estão registrados por Pratânia, Ourinhos e Birigui, mas como moram em Bauru, farão campanha na cidade.

A relação de candidatos chegou a ter mais dois nomes, ambos a deputado federal, que desistiram. Um deles era o arquiteto Edson Crivelli (PHS), que concorreria pela primeira vez e optou em sair da disputa por motivos pessoais. O outro era o ex-vereador Roberval Sakai (PMB), que afirmou já ter muitos candidatos e declarou apoio a Rodrigo Agostinho (PSB) a deputado federal e a Tipó (PHS), de Lençóis Paulista, a deputado estadual.

Patrimônio de todos os candidatos de Bauru soma R$ 38 milhões

O patrimônio dos 25 candidatos de Bauru soma R$ 38.109.009,07. A declaração de bens é feita ao TSE. Os 13 candidatos a deputado estadual possuem ao todo R$ 16.777.552,00, enquanto os 12 candidatos a deputado estadual tem R$ 21.331.457,07. Os maiores patrimônios declarados são de Edu Avallone (PRB), candidato a deputado federal, com pouco mais de R$ 13,3 milhões, seguido pelos candidatos a deputado estadual Caio Coube (PSDB), com R$ 8,2 milhões, e Raul Gonçalves Paula (Podemos), com R$ 5,1 milhões. Depois, aparece Roberson Moron (Novo), candidato a federal, com R$ 3,1 milhões.

Na faixa entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões, estão Henrique Almirates (PRB), Luiz Carlos Valle (PSL), Rodrigo Agostinho (PSB), todos a deputado federal, e Celso Nascimento (PSC) e Telma Gobbi (SD), estadual. Entre R$ 100 mil e R$ 500 mil estão Toninho da Mariflex (PSDB) e Roque Ferreira (PSOL) a federal, e Aparecido Leandro (PDT), Professor Cabo Helinho (PR) e Hélio Santiago (PRTB), a estadual. Já Natalino da Silva (PV), a federal, e Thyago Cezar (PDT) e Irineu Nje’a (PCdoB), ambos a estadual, declaram valores até R$ 40 mil.

Não declaram patrimônios: candidatos a estadual Suéllen Rosim (Patriota), Therezinha Fogo (PHS) e Osmar Brito (PCO) e a federal Marcelo Afonso (PRP), Tifanny (MDB) e Vagner Crusco (PCO).

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Politica/2018/08/bauru-disputa-a-eleicao-com-25-candidatos-saiba-quem-sao-eles.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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