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A geração do mimimi: onde foi parar a resiliência?

A geração do mimimi: onde foi parar a resiliência?

Vivemos tempos curiosos. Nunca tivemos tanto acesso à informação, liberdade para nos expressarmos e oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Mesmo assim, parece que a sociedade está criando uma geração cada vez mais frágil, vulnerável emocionalmente e incapaz de lidar com o menor sinal de adversidade. Qualquer opinião contrária vira “ataque”, qualquer crítica é recebida como “violência”. O problema não está apenas no campo social; esse fenômeno atinge diretamente o ambiente corporativo, o mercado de trabalho e a construção de empresas sólidas. Afinal, como prosperar em um mundo onde a resiliência cedeu lugar ao melindre?

A sociedade hiperprotegida

Um dos fatores que contribuem para essa fragilidade emocional é a chamada “sociedade hiperprotegida”. Nos últimos anos, o discurso de proteção e cuidado, inicialmente saudável, foi levado a extremos. Muitos jovens cresceram sem nunca experimentar a dureza da rejeição ou a frustração de um erro real. Foram ensinados que a felicidade é um direito constante, e qualquer desconforto deve ser eliminado a todo custo.

O problema desse tipo de educação é que a realidade não acompanha essa bolha de proteção. O mundo é competitivo, cheio de desafios, e o sucesso raramente vem sem esforço ou fracassos no caminho. A proteção excessiva cria adultos despreparados para o mercado e, mais grave ainda, para a vida. Aqueles que não aprendem a lidar com a adversidade logo se tornam reféns de seus próprios medos e limitações.

Veja o ambiente corporativo, por exemplo. Empresas precisam de pessoas capazes de lidar com pressão, aprender rápido e se adaptar às mudanças. No entanto, cada vez mais gestores relatam dificuldades em formar equipes resilientes, dispostas a sair da zona de conforto e crescer diante dos desafios. Em vez disso, encontram colaboradores que desistem ao primeiro obstáculo ou evitam assumir responsabilidades para não “se desgastarem”.

O problema do excesso de sensibilidade

Vivemos também a era do “sentimento ferido”. Opiniões divergentes são vistas como ataques pessoais, e a busca por aprovação constante mina a capacidade de inovação e crescimento. Isso acontece porque o medo de ofender ou ser criticado paralisa a ousadia. Ninguém quer correr riscos quando uma simples discordância pode virar um escândalo.

Nas redes sociais, o comportamento é ainda mais extremo. Qualquer comentário fora do discurso dominante é rapidamente atacado. Criou-se uma cultura de cancelamento onde discordar se tornou perigoso, e o medo de represálias limita a liberdade de expressão e ação. Imagine como isso afeta um empresário ou gestor que precisa tomar decisões difíceis diariamente.

O excesso de sensibilidade gera ambientes frágeis e instáveis. Empresas que adotam uma cultura exageradamente focada no “não causar desconforto” acabam sufocando a inovação e a meritocracia. No lugar de um ambiente desafiador e de alto desempenho, surge uma cultura de melindres, onde ninguém quer ser responsabilizado ou corrigido.

Mentalidade de crescimento x mentalidade de vitimização

Aqui entra um conceito fundamental para reverter esse cenário: a mentalidade de crescimento. Enquanto a mentalidade frágil se preocupa em evitar o fracasso, a mentalidade de crescimento vê o erro como parte do aprendizado. Em vez de fugir dos desafios, quem adota essa postura encara cada dificuldade como uma oportunidade de desenvolvimento.

A diferença entre os dois tipos de mentalidade é brutal. A mentalidade de crescimento transforma pessoas comuns em líderes, empresários e profissionais de alta performance. Já a mentalidade de vitimização paralisa, limita e cria um ciclo vicioso de insatisfação.

Grandes empresários que construíram negócios de sucesso não chegaram lá por sorte. Cada um deles tem histórias de quedas e fracassos superados com trabalho duro e resiliência. Pense em exemplos como Alexandre Costa, da Cacau Show, e Flávio Augusto, do Geração de Valor. Ambos passaram por situações que teriam feito muitos desistirem, mas foi justamente nessas dificuldades que encontraram a força para seguir em frente.

O empresário como exemplo de resiliência

É impossível falar de resiliência sem destacar o empresário brasileiro. Em um país marcado por burocracia excessiva, alta carga tributária e instabilidade econômica, sobreviver como empresário já é, por si só, uma demonstração de força. Crescer, então, é quase um ato heróico.

O empresário brasileiro é o verdadeiro herói da vida real. Como eu defendo — e como faz parte do movimento empresarial que estamos desenvolvendo —, ele encara desafios diários que muitos nem sequer imaginam. Enquanto alguns reclamam e se rendem, o empresário encontra soluções e segue em frente. Sua resiliência não está na ausência de problemas, mas na capacidade de superá-los repetidamente.

No entanto, essa força não é automática. Ela precisa ser construída, alimentada por uma mentalidade de crescimento e pelo desejo constante de melhorar. Muitos empresários que fracassam não o fazem por falta de oportunidade ou talento, mas porque se deixam abater pelos primeiros sinais de dificuldade.

Conclusão

A sociedade atual precisa urgentemente resgatar o valor da força, da coragem e da determinação. Precisamos de mais exemplos de resiliência e menos discursos que promovem o conformismo e o vitimismo. O mundo real não é um lugar para os frágeis, e o mercado, menos ainda.

Se quisermos construir uma sociedade mais forte, empresas mais sólidas e líderes preparados para os desafios do futuro, é preciso abandonar a cultura do mimimi e encarar a realidade de frente.

A pergunta final é simples, mas poderosa: você vai se fortalecer ou continuar fugindo dos desafios? A escolha é sua.

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