A balança da saúde infantil

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Mais de dois milhões de crianças, anualmente, são vítimas das consequências resultantes da obesidade, considerada como uma doença crescente e agravante, entre os pequenos com faixa etária de 2 a 10 anos. A problemática necessita de acompanhamento médico, nutricional e de uma reeducação alimentar, levando em conta a necessidade de uma mudança de hábitos na família.

Pautada todos os anos, entre médicos e familiares, a obesidade infantil deve ser vista como um grave problema de saúde, o nível de abrangência ganhou força mundialmente e é considerada como uma das situações de alerta mais prevalentes na atualidade.

Segundo o dicionário, a palavra obesidade significa: “excesso de peso caracterizado por uma participação da massa de tecido adiposo superior a 20 % no peso total do indivíduo”. Ou seja, uma pessoa está obesa quando o índice de massa corporal (IMC) dela é de 30 ou mais.

O sintoma principal é o excesso de gordura corporal, o que aumenta o risco de problemas de saúde graves. É importante pontuar que a obesidade traz malefícios para públicos diversos e de diferentes faixas-etárias. Além de ser considerada como uma das doenças que mais afetam a população mundial, não se limitando apenas aos brasileiros.

Os médicos especialistas, nutrólogos, nutricionistas e pediatras, são considerados com um dos melhores amigos no combate à obesidade infantil — Foto: GettyImagesOs médicos especialistas, nutrólogos, nutricionistas e pediatras, são considerados com um dos melhores amigos no combate à obesidade infantil — Foto: GettyImages

Os médicos especialistas, nutrólogos, nutricionistas e pediatras, são considerados com um dos melhores amigos no combate à obesidade infantil — Foto: GettyImages

A realidade é grave

O professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, Hugo Tourinho Filho, deu entrevista ao Jornal da Universidade de São Paulo (USP), e ressaltou alguns pontos importantes sobre a obesidade infantil. Ele destaca que os índices de crianças e adolescentes obesos são alarmantes, de acordo com algumas pesquisas. Aproximadamente, 43 milhões de crianças são consideradas como obesas e mais de 90 milhões se encontram com sobrepeso.

A divergência das condições de uma e de outra é que aquelas que estão com sobrepeso, são postas como “aquela criança gordinha que está um pouco acima do peso. Já a obesidade é aquele grau de peso que começa a trazer problemas para a saúde da criança”, explica Tourinho.

Alguns dados apontados por Hugo mostram que, “no ano de 1989, as crianças que apresentavam sobrepeso no Brasil representavam apenas 15%; esse número saltou hoje para 35%”. Segundo ele, naquela época, apenas 4% das crianças eram obesas, “hoje os índices já ultrapassam os 16%. Isto é, uma a cada três crianças está com sobrepeso”, alerta.

O número de pessoas com o peso acima do normal é uma realidade e a obesidade infantil vem se tornando um problema de saúde pública. Em relação às crianças obesas, as chances de chegarem à vida adulta sofrendo as consequências do problema chegam aos 80%.

Atividades e brincadeiras que tenham um alta gasto energético, são essenciais para os pequenos, visto que estas estimulam na prática de exercícios físicos — Foto: GettyImagesAtividades e brincadeiras que tenham um alta gasto energético, são essenciais para os pequenos, visto que estas estimulam na prática de exercícios físicos — Foto: GettyImages

Atividades e brincadeiras que tenham um alta gasto energético, são essenciais para os pequenos, visto que estas estimulam na prática de exercícios físicos — Foto: GettyImages

Segundo o educador físico, da mesma forma que a obesidade pode acompanhar o crescimento dos pequenos até a vida adulta, estabelecer hábitos saudáveis desde cedo, pode mudar esta tendência. Vale lembrar que, atualmente, manter uma vida ativa não se limita apenas em algo importante para a estética e a vaidade, “estudos recentes apontam que cerca de 50% das crianças de 5 a 7 anos que praticam atividades físicas regularmente e ao crescer, têm maior probabilidade de continuar praticando atividade física”, esclarece o professor.

Ponto de vista do médico pediatra

Para estabelecer uma linha de raciocínio e informações específicas sobre o distúrbio mundial, convidamos o Dr. Nestor Silveira do Amarilho, médico pediatra graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, pós-graduado em Nutrologia Clínica pelo GANEP e cooperado da Unimed Assis. Nestor, afirma que a obesidade, atualmente, é considerada uma doença endêmica e, mais do que isso, um problema de saúde permanente e mundial.

O Dr. Nestor Silveira do Amarilho, médico pediatra e especialista em nutrologia, foi o entrevistado e alerta sobre os cuidados e riscos da obesidade — Foto: DivulgaçãoO Dr. Nestor Silveira do Amarilho, médico pediatra e especialista em nutrologia, foi o entrevistado e alerta sobre os cuidados e riscos da obesidade — Foto: Divulgação

O Dr. Nestor Silveira do Amarilho, médico pediatra e especialista em nutrologia, foi o entrevistado e alerta sobre os cuidados e riscos da obesidade — Foto: Divulgação

“Cada vez mais jovens e adolescentes passam a desenvolver outras doenças crônicas e sistêmicas, devido às consequências da obesidade; problemas ósteoarticulares, resultantes da sobrecarga que o próprio excesso de peso acarreta, dislipidemias (aumento dos níveis de colesterol e triglicérides), hipertensão arterial e alterações metabólicas que podem aumentar a chance do paciente em um espaço de tempo levar ao Diabetes, ao Infarto e ao AVC”, explica Nestor. Entre todos os problemas acarretados, o médico completa que, “as alterações psicossociais são somadas à criança obesa, considerado como um resultado decorrente do bullying e da dificuldade de socialização que a criança obesa normalmente tem”.

Quando o assunto é sobre entender os fatores que levam às pessoas a se tornarem obesas ainda muito novas, muitas questões são relacionadas à genética e colocadas em pauta atualmente. Segundo Amarilho, alguns estudos já estão sendo feitos ao nível de reprogramação genômica.

“Evidências mostram que já dentro do útero sofremos influência no nosso genoma, conforme hábitos alimentares, sociais, medicamentosos e diversos outros pela nossa mãe. Obesidade é considerada uma doença multifatorial, mas eu não tenho dúvida que o peso da genética será cada vez maior entre todos esses fatores”, afirma Nestor.

De acordo com o pediatra, visualizamos que as pessoas responderão de forma diferente a qualquer tipo de tratamento, ou seja, algumas terão mais facilidade em perder peso, outras não.

Os estudos para maiores descobertas sobre a relação que a obesidade estabelece com a genética, seguem constantes no campo científico — Foto: GettyImagesOs estudos para maiores descobertas sobre a relação que a obesidade estabelece com a genética, seguem constantes no campo científico — Foto: GettyImages

Os estudos para maiores descobertas sobre a relação que a obesidade estabelece com a genética, seguem constantes no campo científico — Foto: GettyImages

Cuidados com a saúde

Inicialmente as orientações são alimentares, com a busca por uma nutrição mais equilibrada, com variação do cardápio e conhecimento na seleção de alimentos mais saudáveis. Hoje em dia não falamos mais sobre a prática de dietas, o assunto é pautado em reeducação alimentar. De acordo com nutricionistas, nada é proibido, os alimentos mais calóricos e desprovidos de nutrientes devem ser encaixados como uma exceção no plano alimentar.

Lanches, pizza, massas, frituras, doces e outras milhares de delícias, devem ter dia e hora para serem consumidas. “A partir deste controle, estimulamos uma alimentação mais equilibrada, natural e saudável”, incentiva Nestor Silveira.

Ele continua e conclui que, se alimentar corretamente é uma orientação que vale para toda a família, ou seja, não deve se limitar apenas às crianças.

A reeducação alimentar começa dentro de casa e, para as crianças, a ajuda dos pais colabora para a mudança de vida desta — Foto: GettyImagesA reeducação alimentar começa dentro de casa e, para as crianças, a ajuda dos pais colabora para a mudança de vida desta — Foto: GettyImages

A reeducação alimentar começa dentro de casa e, para as crianças, a ajuda dos pais colabora para a mudança de vida desta — Foto: GettyImages

Os cuidados não se limitam apenas à boa prática alimentar, insistir no aumento da atividade física é fundamental! De acordo com o Dr. Nestor, crianças menores, que ainda não tem condições de realizarem uma atividade desportiva, devem ser orientadas a adotarem brincadeiras que gastem mais energia.

Hoje por inúmeras questões sociais e de segurança, muitas crianças não brincam fora de casa e acabam passando maior parte do tempo em frente a dispositivos ligados à mídia. A Sociedade Brasileira de Pediatria determina um tempo limite à exposição de “tela”, em no máximo duas horas durante o dia. Em relação ao momento de realizar a refeição, nos quais, recomenda-se um momento exclusivo para a mesma, sem a interferência de fatores externos como programas de TV ou qualquer outra multimídia.

“A atividade física vai depender da idade da criança. As menores devem desenvolver atividades lúdicas. Já as maiores, podem praticar esportes nas escolinhas. Pré-adolescentes e adolescentes podem frequentar academia e desenvolver atividade aeróbica e, até mesmo, musculação. Desde que haja um respeito da carga máxima compatível com sua atividade e seu desenvolvimento. Nesses casos é obrigatório o acompanhamento de um educador físico”, orienta Nestor Silveira.

A prática de atividades físicas é uma das principais soluções, geradora de bons resultados, para o condicionamento físico da criança — Foto: GettyImagesA prática de atividades físicas é uma das principais soluções, geradora de bons resultados, para o condicionamento físico da criança — Foto: GettyImages

A prática de atividades físicas é uma das principais soluções, geradora de bons resultados, para o condicionamento físico da criança — Foto: GettyImages

O gigante cuidado com os pequenos

Seguindo a lógica de assuntos voltados a proteção e cuidados do público infantil, no mês de setembro, a Revista Unimed BR publicou uma matéria com um importante alerta voltado à proteção radiológica nas crianças, enfatizando os riscos deste exame na saúde dos pequenos. O entrevistado dessa reportagem foi o Dr. Ajax Machado, médico pediatra cooperado da Unimed Bauru e Diretor Presidente da Unimed Centro-Oeste Paulista.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/especial-publicitario/unimed-centro-oeste-paulista/noticia/2018/10/24/a-balanca-da-saude-infantil.ghtml?utm_source=afiliada&utm_medium=materia_pub&utm_term=chamada&utm_content=unimed_cop&utm_campaign=tv_tem

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