Bauru fechou o primeiro semestre de 2018 com aumento do número de empregos com carteira assinada. De janeiro a junho deste ano, foram criadas 3.084 novas vagas de trabalho, o melhor saldo dos últimos seis anos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho.
O último ano em que a cidade registrou desempenho semelhante foi 2012, quando foram gerados 3.194 postos de trabalho no primeiro semestre. O resultado de 2018 indica que, mesmo em ritmo lento, a economia da cidade caminha para recuperar os 8.255 empregos formais perdidos nos últimos três anos devido à crise no País.
Os dados nacionais, inclusive, também demonstram esta retomada. No Brasil, foram 392 mil novos postos de trabalho criados entre janeiro e junho, sendo 141 mil somente no Estado de São Paulo.
“Bauru acompanha a variação positiva verificada no País, mas o volume ainda está aquém da real necessidade”, frisa o economista Reinaldo Cafeo, salientando que o desemprego ainda atinge 13 milhões de trabalhadores brasileiros.
Em Bauru, os setores que mais geraram empregos no primeiro semestre deste ano foram o de serviços, com 2.308 novos postos de trabalho, e construção civil, com 1.006 vagas. “Os serviços de saúde, por exemplo, vão bem na cidade. Já a construção civil começou a ter um ânimo a partir da virada do ano e a perspectiva é de que cresça em mais de 5%. Há crédito no banco, mas, por enquanto, não há demanda. As pessoas ainda não estão assumindo compromisso de longo prazo e, ao longo do tempo, o setor deve ajustar a mão de obra em relação ao volume de vendas”, pondera.
JUNHO
Com o fechamento do primeiro semestre de 2018, um dado preocupante foi o desempenho de junho, que, em Bauru e no País, foi o primeiro mês com saldo negativo, após cinco meses de crescimento do nível de emprego. Segundo Cafeo, o resultado, em âmbito nacional, está diretamente relacionado à paralisação dos caminhoneiros, que começou em 21 de maio e durou 11 dias, com bloqueios nas estradas que causaram desabastecimento e queda na produção de todo o País.
“Certamente, isso trouxe um problema de caixa para muitas empresas”, aponta. Em Bauru, os dois setores que tiveram os piores resultados no mês passado são justamente o de construção civil (158 vagas extintas) e serviços (fechamento de 119 vagas).
Se o primeiro ajustou sua mão de obra em razão da baixa demanda, o segundo foi afetado, informa o economista, pela redução do quadro de funcionários no segmento de recuperação de crédito. “E este é um setor importante para a cidade, que deve empregar mais de 12 mil pessoas. Mas, com o aumento da inadimplência, em situações pontuais, o apetite do setor cai e acaba mexendo com o mercado como um todo”, detalha.
Cafeo não acredita que o resultado ruim de junho seja uma tendência para o segundo semestre, mas também não projeta saldos de emprego muito elevados até o fim deste ano, até porque o crescimento da economia em 2018 está no patamar de 1,5% na comparação com o ano passado. “A toada será parecida com o que observamos neste primeiro semestre”, acrescenta.
Fonte: https://www.jcnet.com.br/Economia/2018/07/em-seis-anos-bauru-tem-melhor-saldo-de-emprego-no-1o-semestre.html