Transformação digital modifica a atividade agrícola

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O crescimento constante e acelerado da população mundial e o debate cada vez mais acalorado sobre a importância da alimentação saudável impõem muitos desafios ao setor agrícola. A garantia de uma produção suficiente e diversificada e a necessidade de diminuir o desperdício de produtos são apenas alguns deles.

Para superá-los, as empresas do setor precisam inovar, criando ou atualizando técnicas capazes de otimizar a produção e garantir mais eficiência e rentabilidade a produtores rurais. Muitas iniciativas já estão sendo tomadas nesse sentido e estão modificando o cenário da atividade agrícola.

“A agricultura 4.0 surge como uma importantíssima ferramenta, pois a aplicação de técnicas sustentáveis no campo deixou de ser uma tendência revolucionária e se tornou uma necessidade para a garantia do abastecimento da cadeia produtiva de alimentos para as próximas gerações”, explica Fernando Gonçalves, presidente da Jacto.

Drones, veículos autônomos, máquinas conectadas, agricultura de precisão, biotecnologia, internet das coisas e big data são alguns dos novos aspectos do trabalho no campo. Quando utilizadas em conjunto, essas técnicas têm como objetivos principais melhorar a produtividade e a eficiência na utilização de insumos, reduzir custos, aumentar a segurança dos trabalhadores e diminuir os impactos ambientais causados pela atividade agrícola.

Um exemplo desse futuro está sendo construído pela Jacto. Desde 2011, a empresa vem apresentando ao mercado um conceito de veículo autônomo. O protótipo chamado de JAV II, do inglês Jacto Autonomous Vehicle, é um pulverizador autônomo que aplica agroquímicos somente onde existe necessidade, a partir de tecnologia que identifica a presença/ausência da planta e monitora as condições de clima.

A máquina poderá ser utilizada tanto em ambientes controlados, como estufas, quanto em culturas perenes ou extensivas.

Entre os benefícios que o equipamento poderá trazer estão a aplicação de agroquímicos com menor desperdício, uma vez que identifica a presença/ausência da planta; oferece maior rendimento operacional devido a maior velocidade de aplicação do equipamento, permite utilização de um número menor de operadores por área, pois um operador pode gerenciar vários equipamentos ao mesmo tempo, além de permitir aumento da produtividade em função do ciclo operacional, podendo ser de 24 horas por dia.

Outra área em crescimento constante é a agricultura de precisão. Desde 1999, a Jacto trabalha com tecnologias voltadas a essa área específica e, desde 2010, conta com uma marca própria de produtos dessa categoria, a linha Otmis, marcando definitivamente a entrada da empresa como desenvolvedora de produtos desse segmento.

Nesse sentido, falando em novos conceitos, a Jacto também inovou em 2017 com o lançamento do Omni 700. O equipamento inaugura também um novo conceito de produto para a agricultura de precisão. Além das funções básicas de navegação, o Omni 700 apresenta uma função exclusiva, o Repetidor de Operações Agis, que permite ao operador gravar a operação na primeira aplicação em determinada área.

“No simples apertar de um botão, o pulverizador automotriz passa a repetir o que o operador fez anteriormente. Entre outras funcionalidades, o sistema traz facilidade para o operador, reduz a fadiga das longas jornadas e reproduz o trabalho dos operadores mais experientes”, explica Cristiano Pontelli, gerente da área.

Em um ambiente cada vez mais conectado, a Internet das Coisas no campo oferece cada vez mais dados sobre clima, terreno, índice pluviométrico em diferentes épocas do ano e tudo mais necessário para estabelecer a quantidade de água necessária para uma irrigação. Também é capaz de relacionar a temperatura do motor com a inclinação de um terreno e fazer um levantamento da quantidade de combustível que está sendo usado naquela rampa. Todos esses dados que são hoje capturados por sensores instalados nas máquinas, somando às informações da interpretação de dados agronômicos e tantas outras análises que o big data pode permitir, poderão ser aplicados nos desenvolvimentos de novas máquinas ou melhorias, especialmente na questão de manutenção preditiva, provavelmente um dos maiores benefícios para os agricultores, que não precisarão parar suas máquinas por mais tempo que o necessário para consertos.

Cenário exigirá novos profissionais tanto nas indústrias quanto na lavoura (Foto: Divulgação)Cenário exigirá novos profissionais tanto nas indústrias quanto na lavoura (Foto: Divulgação)

Cenário exigirá novos profissionais tanto nas indústrias quanto na lavoura (Foto: Divulgação)

Qualificação da mão de obra

Com máquinas cada dia mais avançadas em recursos tecnológicos, ficou evidente também a necessidade da melhor preparação dos profissionais que estão e estarão a cargo das operações agrícolas e mesmo na manutenção correta desses equipamentos.

Para permitir que o produtor use as tecnologias existentes nos produtos de forma a potencializar o trabalho no campo e proporcionar economia de recursos e produtividade, a Jacto disponibiliza variados tipos de treinamentos.

De acordo com Rafael Arcuri, coordenador de treinamento na Jacto, ao todo, são mais de 50 tipos de capacitações que abordam pontos específicos para cada especificação de equipamento e situação de operação.

“Com mais tecnologia, especialmente voltada a evitar perdas e trazer maior economia, a preocupação na formação é ainda maior, pois um ajuste ou um diagnóstico preciso é muito importante para não comprometer a utilização ou qualidade do trabalho executado pelo equipamento”, explica Arcuri.

Recentemente, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Goiás e com o Senai – Goiás, a Jacto inaugurou o seu segundo Centro de Treinamento, na cidade de Rio Verde (GO).

No espaço serão oferecidos treinamentos técnicos para a manutenção e operação de pulverizadores da família Uniport, dos modelos 2530, 3030, e 4530. No espaço de cerca de 100 m² serão disponibilizados simuladores dos circuitos elétricos, hidráulicos e de transmissão que fazem parte das máquinas e que ajudarão os técnicos em explicações práticas e simulação de diagnóstico de falhas com maior precisão e entendimento pelos participantes.

Parcerias para formação profissional

Para dialogar com o mercado e ainda permitir uma formação mais completa dos profissionais que lidam com as novas tecnologias agrícolas, a Jacto sempre trabalhou com projetos educacionais próprios e parcerias com instituições de ensino e pesquisa. O empenho na área educacional é representado pela Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, que sempre foi referência na área agrícola e hoje mantém convênios com outras instituições de ensino, possibilitando a criação da unidade em Pompéia da Fatec Shunji Nishimura, que mantém os cursos de Mecanização em Agricultura de Precisão do Mundo e Tecnologia de Big Data no Agronegócio, além da parceria com o Senai na área de ensino profissionalizante em Mecânica, Eletrônica e Robótica.

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