Na sessão de ontem, vereadores que foram reeleitos falaram sobre problemas que devem ser priorizados pela prefeita.
A primeira sessão da Câmara após a eleição de Suéllen Rosim (Patriota) teve cumprimentos dos parlamentares, desejando sucesso à nova prefeita a partir do começo do ano que vem, e alerta aos desafios que ela vai enfrentar já nos primeiros meses de mandato. Sem uma base consolidada na Câmara, ela terá um mês para construir uma formação mínima de sustentação.
Entre os discursos, o vereador Coronel Meira (PSL), que será da oposição, destacou a necessidade de que problemas crônicos sejam encarados, como a conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, a definição de como serão as concessões da iluminação e do lixo, as obras para contenção de enchentes, a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores, a finalização do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, além dos Planos de Manejo das Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
Meira citou ainda a regularização de áreas de habitação precárias, o cuidado com a Funprev e o abastecimento de água, além da situação da Cohab. Manoel Losila (MDB) pediu atenção especial para a falta de água na região abastecida pelo Rio Batalha. Telma Gobbi (PP) falou sobre a permanência do Hospital das Clínicas (HC), assim como José Roberto Segalla (DEM). Já Chiara Ranieri (DEM) falou sobre a importância da Câmara manter sua atuação de cobrança.
SEM COLIGAÇÕES
O Patriota não fez coligações no primeiro turno. Já no segundo turno a maioria dos candidatos a prefeito que não avançou manteve neutralidade. O único que declarou apoio formal a Suéllen Rosim foi Luiz Carlos Valle (Podemos). Um de seus principais desafios será construir uma base sólida de apoio na Câmara. O Patriota elegeu um vereador, Marcelo Afonso.
O Podemos, que sinalizou apoio no segundo turno, também fez um vereador, Pastor Bira. Por outro lado, vereadores como Coronel Meira (PSL), Chiara Ranieri (DEM), Telma Gobbi (PP), José Roberto Segalla (DEM), todos reeleitos com boas votações, e ainda Eduardo Borgo (PSL), devem formar uma oposição ao governo, assim como Estela Almagro (PT), que anunciou proposta de fazer oposição crítica. Outros vereadores, que não apoiaram nem Suéllen e nem Raul, podem participar de alguma maneira da base de apoio, o que ainda será discutido.
Aprovado o Orçamento
Na sessão de ontem, a Câmara aprovou o projeto da Lei Orçamentária Anual de 2021. Conforme o JC noticiou, apenas 2% da receita prevista para a prefeitura estará disponível a investimentos. O restante está comprometido em despesas obrigatórias, como folha de pagamento, custeio e dívidas.
A receita prevista para a prefeitura em 2021 é de R$ 953,8 milhões. Deste montante, R$ 21,6 milhões são para o duodécimo, valor destinado para a Câmara. Outros R$ 2,5 milhões são para reserva de contingência. O Orçamento efetivo da prefeitura é de pouco mais de R$ 929,6 milhões. O Orçamento estima ainda R$ 67,2 milhões para a Emdurb, R$ 198,4 milhões na Funprev, e R$ 159,6 milhões para o DAE.
Ainda na sessão, a Câmara aprovou projeto de lei de Telma Gobbi (PP) que obriga a prefeitura a divulgar em seu site a localização dos radares, bem como os limites de velocidade. Já o projeto que cria o Instituto de Planejamento (IP) foi sobrestado por três sessões, a pedido de Segalla, e o que autoriza a concessão do lixo também adiado por três sessões, a pedido de Chiara Ranieri (DEM).
Capitão Augusto aponta desafios, diz que irá ajudar e já faz contato
O deputado federal Capitão Augusto (PL) revelou que sua assessoria já fez contato com a prefeita eleita Suéllen Rosim (Patriota) e pretende agendar uma reunião em breve para que ambos possam conversar pessoalmente. “Todos nós torcemos para que o governo dela dê certo, porque Bauru precisa crescer e melhorar em muitas áreas. Quero ouvi-la para saber quais são seus projetos prioritários e ajudar naquilo que for possível”, diz o parlamentar.
O deputado disse, ainda, que as portas de seu gabinete estão abertas ao próximo governo municipal, assim como esteve nos quatro anos da gestão Clodoaldo Gazzetta. Capitão Augusto citou, ainda, que pode ser interlocutor das demandas de Bauru junto aos governos federal e estadual, salientando ter proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, bem como com o governador João Doria e seu vice, Rodrigo Garcia.
“Também tenho um ótimo contato com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho”, elenca, citando que a próxima prefeita terá inúmeros desafios a partir de 2021.
Entre eles, o deputado cita a necessidade de criar mecanismos para recuperar a economia da cidade, a conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e a criação de um novo ponto de captação de água para abastecimento da cidade. “Só perfurar poços artesianos não vão resolver o problema. Há um projeto interessante, de captação de água do Rio Tietê, que pode ser uma solução para Bauru para os próximos 50 anos”, afirma.
‘Ela vai ter de fazer a boa política, porque ninguém governa sozinho’
O deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB) também analisou o contexto que levou à vitória de Suéllen Rosim, além de se colocar à disposição para ajudar em seu governo. Segundo o parlamentar federal, um conjunto de fatores alçou a jornalista ao feito de primeira mulher eleita prefeita em Bauru. “Ela já tinha uma imagem muito conhecida na cidade, como apresentadora de TV. E ficou com a imagem de uma pessoa que estava nos bairros, mostrando os problemas da cidade. Foi candidata na última eleição como deputada estadual e se tornou suplente, então, teve uma experiência de campanha. E ela tem carisma, se comunica bem”, frisa.
Ainda de acordo com Rodrigo, o eleitor optou pela novidade e o fato de ela despontar entre os primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto ajudou a impulsionar sua campanha. “Além disso, nos últimos dias, o nível da campanha baixou bastante, muito ataque pessoal e o eleitor rejeita isso”, acrescenta.
Para ele, Suéllen, agora eleita, terá de buscar apoio político e estruturar uma boa equipe de governo. “Embora ela tenha se colocado como alguém que não faz política, ela vai precisar fazer uma boa política, dialogar muito com a sociedade e com a Câmara Municipal, porque ninguém governa uma cidade sozinho”, frisa. Como ex-prefeito, Rodrigo quer contribuir apontando caminhos neste momento de transição, já que conhece a máquina pública e as pessoas que trabalham na Prefeitura. Já como deputado, além de recursos, se coloca à disposição para ajudar a abrir portas com os governos federal e estadual. “
Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/politica/2020/11/742779-camara-elenca-desafios-a-suellen.html