O Sesc Jazz chega à sua 2ª edição com uma programação intensa, ao longo de três semanas. Entre os dias 8 e 27 de outubro, o festival possibilitará ao público ter acesso à ampla e diversa produção nacional e estrangeira do gênero.
As unidades Pompeia, Guarulhos, Santos, Araraquara, Bauru, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto e Sorocaba receberão um total de 81 apresentações de 26 artistas diferentes, de quatro continentes, originários de 12 países: Brasil, Cuba, Espanha, EUA, França, Hungria, Inglaterra, Israel, Nigéria, Noruega, Suíça e Tunísia. Esta diversidade é uma das principais características do festival, que busca reunir músicos de fora dos eixos tradicionais do jazz.
O público poderá ter contato com as distintas vertentes da produção atual do jazz, apresentando um conceito expandido, que abrange estilos como R&B, blues, soul music, além de outros normalmente não associados ao gênero, como flamenco, música eletrônica, hip-hop e o ritmo de origem judaica klezmer.
“A programação pretende explorar as mutações, mesclas e cruzamentos possibilitados pela liberdade característica à criação jazzística, tratada também enquanto transmissão de experiências nas atividades educativas contempladas pelo projeto”, diz Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.
BAURU
A grade programática, elaborada por comissão curadora formada por técnicos do Sesc São Paulo, equilibra nomes de relevância histórica, com representantes de peso da vanguarda do jazz e artistas em ascensão. Desta maneira, a unidade Bauru reúne apresentações de artistas internacionais, de diferentes vertentes do jazz.
Abrindo a programação do festival no Sesc Bauru, no dia 16 de outubro, o trompetista Arturo Sandoval (EUA e Cuba), que já ganhou dez prêmios Grammy, apresenta seu jazz com suingue cubano. No dia seguinte, dia 17, a cantora Yazmin Lacey (Inglaterra) mostra a fusão de jazz e soul, com composições existencialistas dos EPs “Black Moon” e “When the Sun Dips 90 Degrees”.
Seguindo a programação, no 18 é a vez de Maurício Einhorn (Brasil, RJ) que, aos 87 anos, já tocou sua gaita com Sarah Vaughan e Nina Simone. Dhafer Youssef (Tunísia), especializado no oud, o alaúde árabe, faz a conexão do jazz com a música indiana em faixas minimalistas e emocionais, que serão apresentadas no dia 19. Finalizando a programação, no dia 20, o trompetista israelense Avishai Cohen, com a formação Big Vicious, traz ao Brasil seu projeto que mistura jazz e rock.
Além dos shows, atividades educativas com caráter de difusão da linguagem do jazz somam à programação do festival. São encontros, workshops e palestras que possibilitarão um contato próximo do público com importantes nomes nacionais e internacionais do universo jazzístico mundial. Bauru receberá o Workshop de Bateria com Edu Ribeiro de Santa Catarina, dia 19, às 11h, no Auditório na unidade.
SERVIÇO
Sesc Jazz em Bauru de 16 a 20 de outubro. Ingressos limitados a quatro por pessoa podem ser comprados nas bilheterias do Sesc ou pelo portal sescsp.org.br
Os artistas
Arturo Sandoval
O trompetista Arturo Sandoval, que já ganhou dez prêmios Grammy, apresenta seu jazz com suingue cubano. Ele é um dos responsáveis por adicionar influências latinas ao jazz norte-americano. Isso se deu em parte pela amizade e mentoria do jazzista norte-americano Dizzy Gillespie (1917-1993), para quem prestou homenagem no álbum “Dear Diz: Everyday I Think of You”, lançado em 2012. Sandoval foi um dos fundadores do grupo Irakere, ao lado de Chucho Valdés, em 1973. A mistura de jazz, rock e das músicas clássica e tradicional cubana impactou o mundo do entretenimento e conquistou público e crítica, que rendeu ao grupo um Grammy na categoria melhor álbum latino em 1980. Oito anos depois, ele deixou o Irakere para formar sua própria banda. O set list dos shows de Arturo sempre muda de acordo com o público. Ele vem acompanhado de John Belzaguy (baixo), Tiki Pasillas (percussão), Michael Tucker (sax), Johnny Friday (bateria) e Maxwell Haymer (piano). A apresentação de arturo será no dia 16, às 20h30.
Aflições do cotidiano
Yazmin Lacey, da Inglaterra, cresceu em meio às influências do reggae, do dancehall e do rap norteamericano, Por aqui, vai apresentar uma fusão de jazz e soul. As letras, que ela costuma escrever no próprio quarto, abordam aflições do cotidiano, a busca pela cura de dores existenciais e outros temas que emergem de sua experiência de vida. Desde 2014, a artista vem ganhando os palcos com suporte de nomes importantes do jazz britânico, como o DJ Gilles Peterson, da BBC, que a descreveu como uma “brilhante cantora e compositora. Ela vem acompanhada de Jordan Hadfield (bateria), Sarah Tandy (teclado) e Marla Mbemba (baixo). A apresentação será no dia 17, às 20h30.
Gaita: paixão de Einhorn
Aos 87 anos, Maurício Einhorn, que já tocou sua gaita com Sarah Vaughan e Nina Simone, apresenta música inédita e diz ter muito trabalho pela frente. Maurício Einhorn é um dos gaitistas mais importantes do Brasil. Já tocou com Toots Thielemans, um dos melhores do mundo na gaita, e artistas como Sarah Vaughan e Nina Simone. Mauricio conta que já compôs “quase mil músicas com diversos parceiros” e apenas algumas dezenas foram gravadas. Por isso, está garimpando seu acervo em busca de novidades. Ele vem acompanhado de Natan Gomes (piano), Luís Alves (baixo) e João Cortez (bateria). A apresentação será dia 18, às 20h30.
Faixas mais minimalistas
Especializado no oud, o alaúde árabe, Dhafer Youssef faz a conexão do jazz com a música indiana em faixas minimalistas e emocionais. Nascido em uma pequena cidade no litoral da Tunísia, Dhafer Youssef foi introduzido ainda criança, pelo avô, à tradição dos muezins – responsáveis nas mesquitas por recitar os chamados à oração. Essa foi sua iniciação no uso da voz como instrumento, e também na música. A partir daí, o jovem Youssef foi dando saltos cada vez maiores na exploração de seu talento vocal e de suas possibilidades musicais. Ele vem companhado de Isfar Sarabski (piano e eletrônica), Raffaele Casarano (saxofone) e Adriano dos Santos (percussão). A apresentação será dia 19, às 20h10.
Mistura de jazz e rock
Após sucesso de crítica dos álbuns “Into the Silence” e “Cross My Palm with Silver”, o trompetista Avishai Cohen traz ao Brasil projeto que mistura jazz e rock. Avishai Cohen tinha 8 anos quando começou a estudar trompete. Aos 10, já tocava numa big band e saía em turnê com a Orquestra Filarmônica Jovem de Israel, sob a batuta de maestros como Zubin Mehta. Mais tarde, foi estudar no Berklee College of Music, em Boston, e em Nova York mergulhou na cena jazzística dos clubes da cidade. Começava uma trajetória que já resultou em nove álbuns, sem falar em parcerias ecléticas. Ele vem acompanhado de Aviv Cohen (bateria), Uzi Ramirez (guitarra) e Yonatan Albalak (baixo). O show será dia 10, às 20h30.
Fonte: 96 FM BAURU