79% dos pacientes graves se recuperam em todo o Brasil

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Luz ao fim do túnel: maioria consegue superar a Covid-19 / Foto: Marcele Tonelli

Já em Bauru, mortalidade entre todas as pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus (leves e graves), até agora, é de 1,84%

O Brasil está em seu quinto mês de pandemia do novo coronavírus e, neste período, ficou claro que a doença não pode ser menosprezada. Porém, um levantamento recente demonstrou que, mesmo entre os pacientes que desenvolvem quadro grave da Covid-19, o índice de recuperação chega a 79%.

O dado foi revelado por um estudo realizado pelo projeto UTIs Brasileiras, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) e do Epimed – uma ferramenta de análise de dados e desempenho hospitalar. Segundo o médico intensivista e hematologista de Bauru José Roberto Ortega Junior, a pesquisa mostrou que o índice médio de mortalidade entre pacientes que precisam de internação em UTI – seja os que ficam conscientes, recebendo suporte de oxigênio por meio de cateter, ou inconscientes, intubados com respirador – é de 21%.

Ou seja, de cada dez pacientes que precisam de cuidados intensivos, oito conseguem retornar para casa. Porém, se considerados somente aqueles que precisam de ventilação mecânica (respirador), o percentual de letalidade sobe para 66%, o que equivale a uma taxa de mortalidade de dois a cada três pacientes intubados. “Na Inglaterra, a taxa de mortalidade entre os que precisam de respirador é de 42% e, na Holanda, chega a 44%. Mas, em localidades como Nova York, quando houve pico de incidência de Covid e o sistema de saúde, mesmo com todos os recursos tecnológicos, não comportou o atendimento de tantos pacientes ao mesmo tempo, o índice chegou a 88%”, descreve Ortega Junior.

PERFIL

Ele explica que a taxa de mortalidade varia ao redor do mundo na proporção da capacidade que cada sistema de saúde possui para acolher os pacientes. Já em relação ao perfil dos doentes, como já é sabido, tendem a apresentar quadros mais graves aqueles que pertencem ao grupo de risco, como é o caso de idosos e pessoas com comorbidades.

“Temos percebido que pacientes com menos de 20 anos raramente ficam internados e pacientes com menos de 50 anos raramente morrem em decorrência da Covid”, aponta. Considerando todas as pessoas diagnosticadas com a doença em Bauru – que fazem tratamento em casa, que são internadas em leitos clínicos ou de UTI, a mortalidade média, até o momento, é de 1,84%. “A grande maioria da população tem sintomas leves”, acrescenta o médico.

Por outro lado, o levantamento da Amib e do Epimed revelou que o tempo de permanência dos pacientes infectados pelo novo coronavírus nas UTIs tende a ser superior na comparação com os pacientes acometidos por outras doenças. As internações médias na terapia intensiva são de seis a oito dias, mas, para o tratamento da Covid, chegam a dez dias. “Agora, se o paciente precisar de ventilação mecânica, o período pode se estender para 15, 20 dias”, observa.

Conforto

Além de médico intensivista e hematologista, José Roberto Ortega Junior também é médico paliativista, ou seja, trabalha com o cuidado paliativo de pacientes com doenças graves e em estágio avançado, muitas vezes já consideradas incuráveis. O objetivo desta abordagem é garantir um tratamento humanizado ao doente e minimizar seu grau de sofrimento, seja físico ou emocional.

“O cuidado paliativo não exclui o suporte medicamentoso, terapêutico, que visa a reversão da doença. Mas precisamos ouvir o que é importante para o paciente, ou, na ausência dele, para os familiares. E, para a Covid, é a mesma coisa. O paciente que está com múltiplas disfunções estabelecidas, em uma condição de irreversibilidade, tem direito a viver seus últimos dias com tranquilidade, sem sofrimento”, frisa ele. Vale destacar, contudo, que cuidados paliativos não são ofertados apenas para pacientes em fase terminal. Para pessoas com Covid-19 que são internadas, os profissionais de saúde auxiliam na realização de videochamadas com a família. Também é garantido acolhimento emocional e espiritual.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2020/07/730389-79–dos-pacientes-graves-se-recuperam-em-todo-o-brasil.html

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