12 de setembro de 2021 – A luta pelo bom senso Por Gabriel Fernandes de Souza Lima – Corcéis da Esperança

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Existe uma argumentação muito repetida entre os ditos Bolsonaristas: “Ele não é corrupto e não existe crime que possa servir de base para o impeachment”. A análise do senso comum segue essa linha, em parte porque não acompanha política e porque não entende como funcionam esquemas de corrupção. Parafraseando Aristides Lobo, “assistem bestializados” os movimentos do governo que traiu suas promessas de campanha.
Assim, atenhamo-nos a narrativa contínua dos apoiadores fiéis do governo. Primeiro, sobre Bolsonaro não ser corrupto. As investigações sobre as “rachadinhas” do Flávio Bolsonaro estão demonstrando que Jair pode estar envolvido, e que talvez possa até ser o chefe do esquema, conforme alguns áudios vazados dessa investigação. Claro que isso ainda precisa ser confirmado. Mas já há quem cria uma narrativa que diminui a importância desse fato, vide Rodrigo Constantino comparando os escândalos do PT com as “rachadinhas” de Flávio. Obviamente, só saberemos da verdade caso o presidente Bolsonaro e o STF – tão odiado por seus apoiadores – nas figuras dos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli permitirem que as averiguações ocorram sem impedimento, o que não parece ser o caso, uma vez que o STF só é criticado quando é conveniente.
Sobre a não existência de crimes de responsabilidades: essa é a pior defesa alegada pelos defensores do presidente. De longe, Bolsonaro é o presidente com mais pedidos de impeachment da história, fato que com certeza não é por acaso. No entanto, a fim de termos uma discussão mais racional, examinemos apenas 3 dos mais de 100 pedidos já protocolados, sejam: interferência política na Polícia Federal, erros no combate a pandemia da Covid19 e participar de manifestações a favor de intervenção militar.
Este primeiro foi até motivo da saída de Sergio Moro do governo, segundo as palavras do ex-ministro, Bolsonaro queria ter acesso a informações de investigações e queria alguém de sua confiança pessoal. Esse fato demonstra claramente como o presidente tem uma visão patrimonialista do Estado brasileiro, evidencia sua tentativa de blindar aliados, a si próprio e principalmente os filhos. Nenhum órgão de investigação seja PF ou MP deve servir de uso particular de nenhum político. Interferir politicamente baseado em interesses pessoais fere gravemente o Estado Democrático de Direito que rege nossa Constituição.
Os erros na gestão da pandemia são os mais variados. O presidente foi um desastre total em qualquer pauta que esteja minimamente ligada a questão da saúde e sempre se esquivava de qualquer responsabilidade culpando prefeitos e governadores. Falando somente de fatos diretos que se referem ao presidente, temos: indicação de remédio sem eficácia comprovada, negligência nas compras de vacinas de diversas fabricantes, além da suspeita de prevaricação no escândalo da Covaxin. Patriotismo só na hora de prestar continência a bandeira estadunidense, nada de patriotismo na hora de salvar a vida dos brasileiros.
A participação do presidente em atos golpistas, à primeira vista, pode até não ter importância significativa, porém se considerarmos as insistentes tentativas de desestabilizar as instituições democráticas, fica claro que não era uma participação apenas de simpatia a seus apoiadores, e sim de busca por legitimidade na propositura de um golpe. Isso ficou óbvio quando vimos diversas placas expostas em manifestações de verde e amarelo com a frase “nos autorizamos”. Os reiterados ataques ao STF, aos prefeitos e governadores e até mesmo o TSE e as urnas eletrônicas só reforçam o empenho do presidente em enfraquecer nossa democracia.
Lutar contra Bolsonaro vai muito além de uma questão puramente utilitária e consequencialista, é uma questão de princípios, de defender o regime democrático e, no mínimo, coerência – visto as traições do governo federal em relação às pautas defendidas em campanha. Porém, é notável que se possa fazer uma avaliação factual utilitária do cenário político atual.
A rejeição do presidente oscila, hoje, entre os 50 e 60%, ou seja, é disparada a maior rejeição entre os candidatos às eleições de 2022. O que o coloca muito abaixo do segundo colocado, Lula – que aparece com uma rejeição de 34%. Poderá tentar argumentar que as pesquisas são falhas – com razão -, mas o quadro prova isso. Os atos promovidos por deputados e apoiadores do Presidente foram um fracasso e, até mesmo, agentes importantes do empresariado político já começam a reconhecer o inevitável: derrotar Bolsonaro, também é derrotar Lula.
As pesquisas e o clima atual apontam para um segundo turno entre Bolsonaro e Lula em 2022, horizonte que dificilmente será alterado. E, como analisado aqui, em um segundo turno entre os dois, quem leva é o petista.
O maior partido em 2018 era o antipetismo, foi isso que decidiu as eleições, e a realidade aponta para o óbvio: a melhor forma de derrotar Lula em 2022 é tirando o Bolsonaro da corrida presidencial através de um impeachment – que, como disse anteriormente, não pode ser justificado apenas por essa análise utilitária. Se os mesmos que votaram 17 em 2018, ainda tem como prioridade tirar o PT, deveriam ter como prioridade, hoje, o impeachment!
Bolsonaro é um dos maiores inimigos da democracia brasileira, não é novidade que ele pessoalmente já afirmou que daria golpe de estado. Agora com a máquina pública a seu favor não é de duvidar que isso possa realmente acontecer. A manutenção da democracia brasileira depende do impeachment de Jair Messias Bolsonaro, por isso dia 12 de setembro vamos às ruas, assim como fomos para tirar o governo corrupto do PT, iremos para lutar contra esse governo golpista de Bolsonaro.
Acesse https://1209euvou.com/?a=corceisdaesperanca e tenha acesso a informações sobre as manifestações, compartilhe e ajude o Brasil a se livrar desse mal.

Por Gabriel Fernandes de Souza Lima – Corcéis da Esperança

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