Empresa divulgou os dados de um novo estudo clínico realizado com 32 mil voluntários, mas ainda não publicou os resultados em revista científica para análise
A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca mostrou 79% de eficácia contra casos sintomáticos do coronavírus e 100% de eficácia contra formas graves da doença e hospitalização de pacientes. O percentual de eficácia foi revelado pela empresa nesta segunda-feira (22) após o recebimento dos resultados de um novo ensaio clínico realizado nos Estados Unidos.
As descobertas feitas no novo ensaio clínico da Fase 3, que incluiu mais de 32 mil participantes, podem aumentar a confiança na vacina, que foi originalmente desenvolvida pela Universidade de Oxford.
De acordo com a empresa, o ensaio mostrou que a vacina foi bem tolerada e não identificou problemas de segurança. Segundo a Astrazeneca, um comitê independente “não encontrou risco aumentado de trombose ou eventos caracterizados por trombose entre os 21.583 participantes que receberam pelo menos uma dose da vacina”.
Os novos dados foram obtidos em um ensaio clínico de Fase 3 realizado nos Estados Unidos, Chile e Peru. A AstraZeneca disse que está planejando o envio das descobertas a um jornal científico para que seja feita a revisão por pares.
Por sua vez, a Oxford disse que as descobertas se somam “aos dados de testes anteriores do Reino Unido, Brasil e África do Sul, bem como aos dados de impacto real do imunizante no Reino Unido”, de acordo com uma nota à imprensa emitida pela universidade.
Como parte do ensaio, mais de 32 mil voluntários recrutados em todas as idades receberam duas doses da vacina ou uma vacina de placebo em um intervalo de quatro semanas.
A vacina Oxford-AstraZeneca se tornou objeto de controvérsia no início do mês, quando vários países europeus, incluindo Noruega, França e Dinamarca, decidiram suspender temporariamente seu uso devido a relatos de coagulação sanguínea em pacientes após a inoculação.
Uma investigação emergencial realizada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) chegou à conclusão na última quinta-feira (18) de que a vacina é “segura e eficaz” na prevenção do coronavírus e “não está associada a um aumento no risco geral de eventos tromboembólicos ou coágulos sanguíneos”.
A co-criadora da vacina e professora de vacinologia da Universidade de Oxford, Sarah Gilbert, saudou os dados por fornecerem “uma confirmação adicional da segurança e eficácia” da vacina.
O investigador principal da vacina e professor de infecção pediátrica e imunidade da Universidade de Oxford, Andrew Pollard, disse que os dados da AstraZeneca eram “consistentes com os resultados dos testes conduzidos por Oxford”, acrescentando que esperava um “forte impacto contra Covid-19 em todas as idades e para pessoas de todas as origens que fizessem o uso generalizado da vacina. “
Os dados serão enviados aos reguladores norte-americanos, a Food and Drug Administration (FDA), como parte de um pedido de autorização emergencial de uso da vacina no país, informou a AstraZeneca.