A atleta afirmou que as tentativas de nivelar o campo de atuação do esporte feminino “discriminando” atletas transgêneros equivalem a “negar seus direitos humanos”.
No último sábado (19/10), a ciclista transgênero – ou seja, um homem biológico que se identifica com o gênero feminino – Rachel McKinnon venceu o campeonato mundial de ciclismo feminino e estabeleceu um recorde mundial nessa categoria no evento classificatório.
McKinnon já havia vencido o mesmo evento em 2018, contudo, recebe críticas por sua condição física diferenciada. Em uma entrevista concedida na sexta-feira (18) ao Sky News, a atleta afirmou que as tentativas de nivelar o campo de atuação do esporte feminino “discriminando” atletas transgêneros equivalem a “negar seus direitos humanos”.
“Todos os meus registros médicos dizem que sou mulher”, disse Rachel. “Meu médico me trata como uma mulher, minha licença de corrida diz que sou uma mulher, mas as pessoas que se opõem à minha existência ainda querem pensar em mim como homem… Então, se queremos dizer que acredito que você é uma mulher para toda a sociedade, exceto por essa parte central que é o esporte, isso não é justo”, completou.
Victoria Hood, por outro lado, ex-campeã de ciclismo e gerente de uma equipe britânica de ciclismo feminina, desafiou McKinnon, afirmando à Sky que “não é complicado, a ciência está lá e diz que é injusto. O corpo masculino, que passou pela puberdade masculina, ainda mantém sua vantagem, que não desaparece. Eu tenho simpatia por eles. Eles têm o direito de praticar esportes, mas não o direito de entrar em qualquer categoria que desejarem”.
No sábado, McKinnon divulgou um comunicado à imprensa denunciando Hood por ter “um medo irracional de mulheres trans”.