Por conta da fase vermelha, espetáculos foram suspensos e funcionários já passam por dificuldades para se manter
Sem poder abrir ao público em função da pandemia e da fase vermelha em Bauru, um circo instalado na avenida Nuno de Assis, na altura do cruzamento com a rua Inconfidência, busca ajuda para conseguir sair da cidade. O local está há três semanas fechado e, sem o dinheiro da bilheteria, que mantém tudo por lá, os funcionários já começam a passar por dificuldades. Para se ter uma ideia da situação, não há dinheiro nem mesmo para arcar com o combustível dos caminhões e trailers para o próximo destino.
“O pouco dinheiro que temos é para comer. Se até a próxima semana não conseguirmos abrir o circo, não sei o que será. É triste. Talvez, seja preciso sair e pedir ajuda da população”, lamenta Sandro Lima, 43 anos, representante do Circo Moscou.
Ele explica que Bauru não estava na fase vermelha quando a agenda foi confirmada e nem quando as carretas chegaram à cidade, em meados de janeiro. O local abriu, aplicando regras sanitárias e de distanciamento, por apenas um final de semana, pouco antes da publicação do decreto da fase vermelha adaptada, em 24 de janeiro. Depois, não pôde mais funcionar por conta das restrições.
DIFICULDADE
O Circo Moscou é o “ganha-pão”, atualmente, de cerca de 50 pessoas, entre artistas e demais trabalhadores de produção. Alguns deles até internacionais, oriundos da Argentina, Colômbia e Uruguai. Equilibristas, malabaristas, mágicos, bailarinas, palhaços e globo da morte estão entre as atrações que o local oferece normalmente.
Antes de Bauru, o circo passou uma temporada em Marília. E é do que sobrou da bilheteria conseguida na cidade vizinha, no final do ano passado, que o local tem sobrevivido. “Pagamos água, luz e o aluguel do terreno, não está fácil, todo mundo aqui tem suas contas também. A nossa expectativa é de que Bauru mude logo de fase para que possamos abrir, pelo menos, para conseguir algum dinheiro para o combustível da viagem. Temos agenda em Araras antes do fim de fevereiro, mas será uma luta conseguirmos viajar”, comenta Sandro. “Cheguei a pedir ajuda até para a Prefeitura de Bauru para o combustível, mas ainda não tive um retorno”, acrescenta.
O representante conta que atua no circo há 28 anos. Segundo ele, o Moscou é centenário e está em sua terceira geração. A atração esteve por diversas vezes em Bauru, mas o elenco nunca enfrentou um momento tão difícil. “A situação está tensa. Temos tentado distrair a cabeça arrumando as coisas por aqui enquanto o circo não abre. Hoje (ontem) mesmo, usamos a tinta que já tínhamos para pintar a lona e deixar o lugar mais bonito e alegre. Afinal, aqui é também a nossa casa”, finaliza Sandro Lima, contando que um de seus filhos também atuam nos espetáculos.
AJUDA
Quem quiser ajudar pode entrar em contato com Sandro, por meio do (14) 99848-5441. o Circo Moscou está na av. Nuno de Assis, na altura do cruzamento com a rua Inconfidência.