Resultado no estádio Centenário levou a equipe de Tite aos 12 pontos e 100% de aproveitamento
Depois de bater as três últimas colocadas das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, a seleção brasileira incluiu em seu ótimo início de campanha uma vitória sobre um adversário expressivo. Em Montevidéu, na noite de terça-feira (17), o time fez 2 a 0 no Uruguai.
O resultado no estádio Centenário levou a equipe de Tite aos 12 pontos, com 100% de aproveitamento e a liderança isolada do torneio qualificatório. A formação celeste, estacionada nos 6, ocupa a quarta colocação, ainda na zona de classificação ao Mundial do Qatar.
Com gols de Arthur e Richarlison, o Brasil ampliou um longo tabu sobre os uruguaios, que venceram o rival pela última vez em 2001. De lá para cá, foram cinco empates e seis derrotas, uma freguesia que poderá chegar a 20 anos se não for interrompida na Copa América de 2021.
A partida que deu sequência à freguesia não começou da melhor maneira para a seleção brasileira. Após um bom lance com Gabriel Jesus pela direita logo no início, os visitantes se viram em dificuldades, sufocados pelos donos da casa na saída de bola.
As duas equipes estavam bastante desfalcadas por lesões e pela Covid-19. Suárez e Neymar eram os principais nomes ausentes do duelo, que causava preocupação em Tite na medida em que o Uruguai criava perigo, sobretudo pelo lado esquerdo.
Nuñez esteve muito perto de abrir o placar por ali, depois de ganhar disputa pelo alto e trabalhar com De la Cruz. Ele cortou Danilo e acertou um chute forte no travessão. Na sequência, Cavani subiu bem de cabeça e errou a finalização por pouco.
Vendo que seu plano de jogo não funcionava, Tite mexeu na formação verde-amarela, tirando Gabriel Jesus da ponta direita e o deixando em uma dupla de frente com Firmino. Isso permitiu que Everton Ribeiro jogasse onde se sente mais à vontade, partindo pela direita.
A mudança deu tão certo que o primeiro gol surgiu de uma jogada de Ribeiro pela direita e teve a participação de Jesus na área após o cruzamento, aos 34 minutos. O atacante fez o trabalho de pivô e rolou para Arthur, que bateu da meia-lua e contou com um desvio para abrir o placar.
A cara do jogo se alterou consideravelmente, e Firmino quase ampliou logo em seguida, em contra-ataque bem puxado por Arthur. Aos 45, o Brasil ampliou em cobrança curta de escanteio, com cruzamento de Renan Lodi. Richarlison aproveitou bem de cabeça.
Escapando de um susto nos acréscimos do primeiro tempo, em cabeceio de Godín no travessão em posição duvidosa, a seleção de Tite adotou um posicionamento mais conservador após o intervalo. Matar o jogo no contragolpe era o plano.
O contra-ataque não se apresentou, porém o confronto ficou muito bem encaminhado em uma falta dura de Cavani, que pisou no tornozelo de Richarlison. Após longa espera e intervenção do árbitro de vídeo, o centroavante foi expulso, aos 28 minutos.
Em desvantagem de dois gols e com um jogador a menos, o Uruguai ainda lutou e chegou a balançar a rede, com Cáceres, mas o gol foi anulado por impedimento. Aí, já não havia muito o que fazer para evitar a ampliação do tabu nos embates com o Brasil.
A seleção, assim, começou as Eliminatórias com quatro vitórias, algo que não acontecia desde 1981, na caminhada para a Copa do Mundo de 1982. Na ocasião, com uma tabela bem mais enxuta, esses quatro triunfos foram a totalidade da campanha rumo à Espanha.
Agora, a disputa é longa, em pontos corridos, com 19 rodadas. Ela terá uma pausa maior na virada do ano e voltará a ser disputada no final de março. Na retomada, o Brasil enfrentará a Colômbia fora de casa.
URUGUAI
Campaña; Giménez, Cáceres, Godín, Oliveros; Nández, Torreira (Arambarri), Bentancur (Brian Rodríguez), Nicolás de la Cruz (Jonathan Rodríguez); Cavani, Darwin Núñez. T.: Óscar Tabárez
BRASIL
Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva, Renan Lodi; Arthur, Douglas Luiz (Bruno Guimarães), Everton Ribeiro (Lucas Paquetá); Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Richarlison (Éverton Cebolinha). T.: Tite
Estádio: Centenário, em Montevidéu (Uruguai)
Juiz: Roberto Tobar (Chile)
Cartões amarelos: Giménez, Cáceres (Uruguai); Douglas Luiz, Richarlison (Brasil)
Cartões vermelhos: Cavani (Uruguai)
Gols: Arthur, aos 33min, e Richarlison, aos 44min do primeiro tempo