Na avaliação do parlamentar, pautas consensuais para o desenvolvimento precisam ser priorizadas, enquanto as que possam politizar o debate devem ser deixadas para o próximo governo
O vereador Sandro Bussola (PDT) defende que seja firmado um “pacto pela cidade” para que problemas crônicos de Bauru possam ser atacados em 2020, a partir do trabalho conjunto entre os poderes Executivo e Legislativo.
Em entrevista ao Portal da Câmara, o parlamentar afirma que ações consensuais não podem ser afetadas em função do processo eleitoral deste ano. “Temos um papel a cumprir e as situações precisam avançar”.
Para isso, na avaliação de Bussola, o governo municipal não deve politizar seus programas prioritários. Além disso, ele sugere que temas que não tenham consenso ou ainda demandem maior debate sejam deixados para a gestão que terá início em janeiro de 2021 – entre eles, mudanças no organograma administrativo e a concessão do lixo.
“Perdeu-se o timing. Não há compreensão clara sobre o custo do que se pretende fazer e o quanto isso impactará na população. Todos nós precisamos nos debruçar sobre a questão da tarifa e do estudo como um todo. É preciso ter calma. Fora isso, não vamos resolvemos os problemas na ponta da prestação do serviço, se não forem pensadas mudanças em toda a cadeia do processo”, argumenta.
Por outro lado, o vereador entende como urgente uma das propostas já em pauta no Legislativo: a criação do Instituto de Planejamento.
“Era a única matéria que eu defendia que fosse aprovada já nas Sessões Extraordinárias que foram canceladas pelo prefeito. Acho que já passou do momento de a cidade ter um órgão que pense em seu crescimento, considerando questões como as contrapartidas dos empreendimentos, a elaboração da Lei de Zoneamento e do Plano Diretor, aos Planos de Manjo das APAs [Áreas de Proteção Ambiental] e das propostas de ampliação do perímetro urbano. Tudo o que não se politize deve ser encarado agora”, avalia Sandro Bussola.
Saúde
O parlamentar diz que seguirá cobrando a informatização da Saúde em Bauru. Ele é autor da Lei Municipal que determina a publicidade, pela internet, da fila para atendimento nas unidades vinculadas à Prefeitura. A norma foi sancionada pelo prefeito Clodoaldo Gazzetta no dia 11 de junho. O prazo para que fosse aplicada era de quatro meses, mas, até agora, não saiu do papel.
“Os núcleos dos bairros não estão interligados entre si nem com a rede hospitalar estadual. Não podemos aceitar que uma mão em trabalho de parto não tenha seu histórico na Maternidade Santa Isabel, mesmo tendo feito o pré-natal na unidade básica. Sobre essa lei, idealizamos a partir da constatação da realidade. A gente via que, no mesmo instante, 200 pessoas estavam aguardando passar pelo médico na UPA Bela Vista, enquanto 10 estavam no Pronto-Socorro Central. Dispondo desse dado, as pessoas podem decidir aonde ir”, explica.