Russos em Bauru comemoram, mas torcida é pelo hexa

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Família Popoff assitindo o primeiro jogo da Copa entre Russia x Arábia Saudito Pedro Motta Popoff, Vladimir Popoff, Therezinha de Carvalho Popoff, Carla Motta, Marcelo de Carvalho Popoff, 2º gol da Russia

Nem mesmo os mais otimistas esperavam uma goleada de 5 a 0 da seleção anfitriã sobre a Arábia Saudita no jogo de abertura da Copa do Mundo da Rússia, ontem. A reportagem acompanhou a partida na casa de Vladimir Popoff, descendente russo, e conversou com outro torcedor da mesma descendência, o pastor Rafael Scachenco Filho. Os dois se surpreenderam com o resultado, mas, ao serem questionados para quem torceriam caso houvesse uma final entre Rússia e Brasil, não tiveram dúvidas na resposta: “Seleção Brasileira”.

Morador da Vila Guedes de Azevedo, Vladimir, 84 anos, nasceu na Índia. Porém, torce para a seleção russa em homenagem a seus pais, que, embora sejam naturais da Rússia (nascidos na Sibéria), se mudaram para Bangalore (Índia) em razão dos regimes comunistas na década de 1930. O mecânico aposentado parou de contar sobre a sua história de vida assim que o árbitro apitou o início do jogo.

Olhos fixados na TV, pernas cruzadas e mãos entrelaçadas. Ao lado da esposa, a professora aposentada Therezinha de Carvalho Popoff, 90 anos, Vladimir acompanhava atento a cada lance. “Ouvi dizer que a seleção russa está fraca”, disparou, demonstrando poucas expectativas para uma grande vitória.

Malavolta Jr.
Família reunida no segundo gol da Rússia: Pedro (à esq.), Vladimir, Therezinha, Carla e Marcelo

Tanto que a comemoração do primeiro gol da Rússia, marcado aos 11 minutos do primeiro tempo, foi bem comedida. Ele apenas abriu um sorriso tímido, repetiu três vezes a palavra gol em tom baixo e bateu algumas palmas. “Começou bem, mas tem muito jogo ainda”, ponderou.

Porém, bastou que a seleção anfitriã do mundial abrisse o placar para que Vladimir palpitasse uma goleada. “Vai ser 4 a 0 para a Rússia”, apostou, ainda sem muito entusiasmo. “É uma característica minha. Não sou uma pessoa que demonstra muito entusiasmo”, justifica.

Entretanto, o clima na casa do aposentado mudou quando seu filho Marcelo, a nora Carla e o neto Pedro, de 12 anos, chegaram para também assistir ao jogo. Não demorou muito tempo para sair o segundo gol da Rússia, ainda no primeiro tempo.

Mais descontraído, Vladimir até se levantou do sofá e aplaudiu o lance com os braços levantados. “Se eu não torço para a seleção russa, ele fica bravo comigo”, brinca a esposa Therezinha, justificando a parceria nas comemorações.

Douglas Reis
Goleada surpreendeu Rafael Scachenco Filho: “Ninguém esperava. Nem os mais otimistas”

Aliás, o terceiro gol deixou transparecer uma vibração ainda maior dos “torcedores de plantão”. Quando saiu o quarto gol, além de festejar, o aposentado fez questão de ressaltar que seu palpite havia se confirmado. “Goleada na estreia, conforme eu tinha adiantado”, bancou.

‘MINHA PÁTRIA’

Satisfeito, Vladimir já tirava a atenção da TV quando, no último minuto de jogo, a Rússia carimba a goleada de 5 a 0. “Me considero pé-quente”, brinca.

Embora tenha descendência russa, quando o Brasil está em campo, o sentimento muda. “Minha nacionalidade é indiana, meu sangue é russo, mas a minha pátria é o Brasil. Foi aqui que fiz minha vida e criei meus três filhos. Então é claro que torço para o Brasil”.

‘NINGUÉM ESPERAVA’

Filho de pai russo, o pastor Rafael Scachenco Filho, 55, também assistiu à estreia da Rússia ontem. “Ninguém esperava essa goleada. Nem os mais otimistas”, frisa, complementando que, por mais que ele torça para a equipe russa, a seleção brasileira sempre fala mais alto. “Em uma final entre Rússia e Brasil, torcerei para o Brasil”, destaca o morador do Jardim Cruzeiro do Sul.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Esportes/2018/06/russos-em-bauru-comemoram-mas-torcida-e-pelo-hexa.html

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