Cresce número de brasileiros que decidem viver no exterior; países oferecem oportunidades de emprego

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A quantidade de pessoas que decide deixar o Brasil continua crescendo. Os últimos dados da Receita Federal mostram que 22,4 mil pessoas entregaram a declaração de saída definitiva do país no ano passado. Em 2017, foram 21,2 mil.

A declaração definitiva é obrigatória para quem vai morar no exterior. Os registros de entrega cresceram de forma acentuada a partir de 2014, quando o Brasil passou a sentir os primeiros sinais da recessão econômica. Até então, os pedidos de saída definitiva não superavam 10 mil.

Há países que adotam políticas de incentivo para atrair trabalhadores estrangeiros, embora o processo migratório seja bastante burocrático. Entre os destinos mais tradicionais, estão Japão e Canadá. São economias que combinam baixo desemprego e uma população mais velha e, portanto, lidam com falta de mão de obra.

No Japão, o governo recruta trabalhadores estrangeiros para 14 áreas, de acordo o consulado japonês. Há vagas para atividades de limpeza e cuidados domésticos; na indústria manufatureira, eletrônica e automotiva; na construção civil; na agricultura, entre outras.

“Houve uma mudança drástica no perfil de quem decide ir para o Japão. Antes o objetivo era conseguir acumular algum dinheiro, hoje são famílias inteiras que querem sair do Brasil em busca de mais qualidade de vida”, afirma o sócio da agência TGK, Armando Shinozaki.

Fábrica de motores da Mazda no Japão — Foto: Divulgação Fábrica de motores da Mazda no Japão — Foto: Divulgação

Fábrica de motores da Mazda no Japão — Foto: Divulgação

A mudança para o Japão costuma ser mais fácil para os trabalhadores integram até a terceira geração de japoneses que vieram para o Brasil em décadas passadas. “Se a pessoa estiver nesse grupo, ela pode consegue o visto e aí trabalhar e morar normalmente no Japão”, diz Shinozaki.

Recentemente, com o agravamento do problema de falta de mão de obra, o governo japonês também começou a facilitar a entrada de descendentes da quarta geração.

De forma geral, as agências que recrutam mão de obra brasileira para o Japão trabalham com empresas terceirizadas. São essas companhias que fazem a ponte com as empresas mais importantes do país asiático. “Nós só apresentamos as pessoas. São essas companhais terceirizadas que entram em contato com o trabalhador para fazer o processo seletivo e, depois, ficam responsáveis pela moradia no Japão se o candidato for aprovado”, afirma Shinozaki.

Road show para o Canadá

O Canadá também mantém uma busca permanente por trabalhadores estrangeiros. O governo tem um programa exclusivo – chamado de Express Entry – para quem deseja se mudar para o país com um trabalho garantido.

Entre as principais profissões oferecidas pelo Canadá, estão vendedor, operário de obras, soldador, engenheiro elétrico, assistente administrativo, recepcionista, motorista, caixa, enfermeiro, entre outras.

“Para o processo mais realista, com residência permanente, e consequentemente, a obtenção de todos os direitos e deveres de um residente no Canadá, inclusive permissão de trabalho em quase todas as profissões, o candidato precisa, antes de tudo, fazer um processo imigratório, atendendo os critérios de elegibilidade do país”, afirma o cofundador da Canada Intercambio, Eduardo Santos.

Neste mês, a empresa começa um road show pela cidade de São Paulo para receber os trabalhadores interessados em migrar para o Canadá. As cidades de Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP), Belo Horizonte, Uberlândia (MG), João Pessoa e São Luís também estão no roteiro.

Planejamento é fundamental

Para quem deseja começar uma nova vida no exterior, o planejamento é fundamental, diz Maria Elisa Moreira, professora de gestão e liderança do Insper.

“Por mais aventureira que uma pessoa possa ser é um pouco insano não se organizar para uma empreitada dessas, sobretudo as questões que envolvem a parte financeira”, diz Maria Elisa.

Veja algumas dicas de como se planejar:

  • Manter uma documentação organizada, como visto de trabalho;
  • Ter fluência idioma do país de destino;
  • Não ter pendências jurídicas e financeiras no Brasil;
  • Conhecer os costumes e a cultura do novo país;
  • Organizar as questões de moradias e educacionais, sobretudo se a mudança envolver toda a família.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/04/03/cresce-numero-de-brasileiros-que-decidem-viver-no-exterior-paises-oferecem-oportunidades-de-emprego.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1&utm_content=post

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