Real tem terceira maior alta no mundo em fevereiro, aponta levantamento

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Real passa por tendência de alta desde janeiro de 2022, favorecido por um fluxo estrangeiro Ricardo Moraes/Reuters

Levantamento exclusivo considera desempenhos em relação ao dólar; moedas russa e ucraniana estão entre maiores quedas

real teve o terceiro melhor desempenho em relação ao dólar entre 101 moedas em fevereiro de 2022, segundo um levantamento da consultoria Austin Rating produzido a pedido do CNN Brasil Business.

Segundo a consultoria, a moeda teve valorização de 4,2%, ficando atrás apenas do afegane, moeda do Afeganistão, que subiu 9,7%, e do kwanza, de Angola, que avançou 6,4%.

Com isso, o real teve o melhor desempenho entre os países do continente americano e dentre os Brics, grupo que também reúne a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul.

O movimento de fevereiro segue uma tendência de valorização da moeda brasileira iniciada em janeiro deste ano. No primeiro mês de 2022, o real foi a moeda com maior alta ante o dólar, segundo levantamento da Economatica.

Essa valorização está ligada principalmente à entrada de capital estrangeiro no Brasil, apoiada nos juros altos do país, ativos descontados na bolsa de valores e alta nos preços das commodities, com uma rotação de investimentos para países ligados a esse tipo de produto.

Outros países conhecidos pela exportação de commodities também tiveram bons resultados no mês, caso de Angola, Austrália (2,5%), Venezuela (3,9%) e África do Sul (1,8%).

Já entre as maiores baixas, estão as moedas ligadas à guerra na Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro. O hryvnia ucraniano teve o pior desempenho no mês, caindo 6,6%, enquanto o rublo russo recuou 6,4%. Também envolvida no conflito, Belarus teve uma desvalorização de 5,9% em sua moeda.

Outros países que passam ou passaram em crise também tiveram desempenhos ruins no mês. A lira turca caiu 3,4% em meio a intervenções do governo na política monetária e uma inflação com forte alta.

A Etiópia, que ainda passa por uma guerra civil, e o Cazaquistão, que enfrentou uma série de protestos contra o governo em janeiro, também estão entre as maiores baixas.

Entretanto, as quedas do rublo russo ganharam ainda mais força no mês de março, com o mercado refletindo os impactos das sanções econômicas contra o país devido à invasão na Ucrânia. A moeda já é negociada em valores historicamente baixos, com quedas de até 30%.

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