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Radar da quadra 17 da Nações é o ‘campeão’ de multas em Bauru

Bauru possui 36 pontos de radares fixos, mas apenas seis dispositivos são responsáveis por 60% das multas aplicadas aos condutores apressadinhos. O “campeão” de autuações no município fica na quadra 17 da avenida Nações Unidas, trecho que possui limite de velocidade de 50 quilômetros por hora. Sozinho, este dispositivo registrou 4,4 mil multas em 2018, uma média de 12 autuações por dia. O número representa 13% do total de multas geradas por radares fixos no ano passado todo, que foi de 33.607.

A infração mais cometida no radar é a de transitar pelas vias excedendo em até 20% o limite de velocidade permitida.

No ranking, o radar no aclive da quadra 3 da rua Campos Salles, na Vila Falcão, aparece como o segundo aparelho que mais autuou motoristas na cidade, com 4.085 multas.

O terceiro que mais puniu condutores é o do quilômetro 4 da rodovia Elias Miguel Maluf, a Bauru- Piratininga, que fechou o ano contabilizando 4 mil multas (veja o ranking no quadro no final).

Juntos, os seis radares que mais multaram motoristas em Bauru totalizam 19.929 infrações, número que representa 60% do total de multas do tipo aplicadas pelos 36 radares em 2018.

‘PEGOU’

Multas no Radar Eletrônico Edson de Moraes Correia
Fotos: Douglas Reis
Edson Correa foi multado duas vezes no radar da Nações Unidas
Multas no Radar Eletrônico Claudio Pereira Batista
Claudio Batista critica limite de velocidade no ponto ‘campeão’

“Vítima” do radar da Nações por duas vezes, em menos de 2 anos, o propagandista Edson Moraes Correa, 46 anos, reclama. Para ele, a velocidade na quadra 17, por se diferenciar do limite aplicado aos demais trechos na avenida, que é de 60 quilômetros por hora, acaba induzindo os condutores ao erro. “Eu fui multado porque passei a 57 quilômetros por hora. Não entendo porque aquele trecho tem que ser diferente dos demais. Até porque há semáforo para os pedestres ali e o pessoal obedece, não vejo risco”, critica. “Acho que o radar não educa em nada, só dói no bolso. Um comando educativo rotineiro ali ajudaria muito mais”, opina.

Marcele Tonelli
Gustavo Cardoso, da Emdurb, comenta o número de infrações

O jardineiro Claudio Pereira Batista, 39 anos, que passa ao menos 3 horas diárias rodando a cidade também critica limite de velocidade de 50 quilômetros por hora, tanto na quadra 17 da Nações, quanto na quadra 16 da Duque. “Atrapalha o fluxo, porque o pessoal reduz a velocidade só ali. Depois, volta a acelerar e fica até mais perigoso”, cita o condutor, que conta ter sido multado há 8 meses na Duque. “Lá é uma via rápida. Devia ser uns 60 quilômetros por hora, pelo menos”, julga.

OUTRO LADO

Responsável pelos radares em zona urbana, a Emdurb esclarece que o sistema opera em esquema de rodízio com 30 faixas ativas nos 36 pontos de radares. A cada três meses, é possível ativar uma nova faixa ou um novo ponto, mas o gerente de infrações da empresa municipal, Gustavo Cardoso, diz que, há anos, os seis locais descritos no ranking não são alterados, justamente pela alta quantidade de infrações que registram.

“São locais problemáticos, que geravam vários acidentes, por causa do excesso de velocidade. A quantidade de multas mostra que ainda não há educação. Por isso, não vamos desativar tão cedo esses radares”, comenta. “Ali na quadra 17 da Nações, por exemplo, tem ponto de ônibus, mercado, posto. O fluxo de pedestres é grande. Tivemos até acidentes fatais. E a velocidade mais baixa é justamente por isso e para dar viabilidade ao retorno que existe ali”, completa.

Ele pondera, contudo, que a quantidade de multas na quadra 17 da Nações é consideravelmente pequena, se comparada ao fluxo do trânsito ali, de até 480 mil veículos. “Só 1% de condutores que passa por ali no ano acaba é multada. Mas ainda assim consideramos um número preocupante”.

Ele cita a rua Campos Salles com uma das mais problemáticas. “O radar está situado em um trecho de subida, porque os motoristas aceleram de forma abusiva e causam acidentes. É algo absurdo”, aponta.

Pé no freio!Apesar de o total de multas oriundas dos radares ser considerado alto, houve queda de 17% nos registros entre 2017 e 2018, de 40.844 para 33.607, respectivamente. Para Gustavo Cardoso, a diminuição é prova de que não há “indústria da multa na cidade”. “Não houve mudança no contrato da Emdurb com a empresa que gerencia os radares. Acredito que essa redução seja resultado da melhoria de sinalização que temos feito pela cidade e também da maior conscientização dos condutores. A lei está mais rigorosa e as multas mais caras, então, a queda é uma tendência”, pontua.

Pequenas distrações provocam grandes acidentes

A infração mais registrada pelos radares é a de transitar excedendo em até 20% o limite da velocidade. Para o capitão Bruno Mandaliti, comandante 1.ª Companhia da PM – que engloba o Pelotão de trânsito -, coibir qualquer tipo de exagero no trânsito é crucial para evitar tragédias. 

“As pequenas distrações causam grandes acidentes e o radar chama a atenção do condutor não só para o limite de velocidade. É neste momento também que muitos motoristas percebem o que estão fazendo de errado no trânsito. Então, eles acendem as luzes, colocam cinto, largam o celular”, comenta o policial. “Os radares são essenciais em grandes avenidas, porque colaboram para evitar tragédias. Sem eles, o cenário seria um pouco caótico”, acrescenta o capitão Mandaliti.

Gustavo Cardoso, da Emdurb, considera que melhorias no asfalto da cidade e o avanço da tecnologia – que produz carros cada vez mais potentes – ajudam a resultar neste tipo de infração. “A falta de educação aliada ao estresse e à rapidez dos grandes centros faz com que as pessoas acelerem mais”, cita.

Fonte: https://m.jcnet.com.br/Geral/2019/01/radar-da-quadra-17-da-nacoes-e-o-campeao-de-multas-em-bauru.html?utm_source=Whatsapp&utm_medium=referral&utm_campaign=Share-Whatsapp

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