O impacto que a pandemia do coronavírus tem causado em nossa sociedade e de forma tão ampla, com perdas emocionais, financeiras e sociais .
O desemprego ou a diminuição da renda são fatores ligados ao surgimento de sintomas depressivos e ansiosos, devido à incerteza e o medo de não conseguir arcar com as responsabilidades mensais e necessidade dos familiares.
O isolamento social, um dos mecanismos usados pela saúde pública para diminuir a propagação do vírus fez com que membros da família e amigos, que antes conviviam de forma próxima, passassem a ficar mais solitários, significando um grande sofrimento. Também, o medo de ser contaminado pelo vírus e sofrer as consequências da doença, o medo da morte pairando no ar.
Perante as crises sociopsicológicas provocadas pela pandemia, cada indivíduo reage e sente a situação de forma diferenciada, porém a frustração da perda da liberdade, da separação de pessoas queridas pode causar confusão mental, sentimentos de medo, ansiedade, uma espécie de anestesia como fuga da realidade.
Os impactos no comportamento podem ser sintomas físicos, como tremores, agitação, dores de cabeça, cansaço e palpitação, episódios de choro fácil, alterações no sono e até desorientação. As reações podem ser leves e passageiras, mas também extremas, impactando de forma negativa a saúde social e mental podendo iniciar um quadro de ansiedade ou de depressão ou mesmo agravar os que já existiam. Não é pouco frequente também o abuso de substâncias químicas nesse momento, como o álcool e outras drogas. Já que muitas pessoas optam por buscar conforto e alívio nestas substâncias a fim de diminuir o sofrimento e a frustração.
Mas deixo aqui um alerta: para quem já possui sintomas de ansiedade ou depressão, esta ‘fuga’ nas substâncias pode significar uma intensificação de um problema já existente. Na depressão, por exemplo, os episódios depressivos podem ser mais graves, evoluindo para a tentativa de suicídio.
Se estes sintomas estiverem presentes em pessoas conhecidas, buscar ajuda com um profissional capacitado ou pessoas treinadas é oferecer uma ajuda real. Sentir-se assim não é vergonhoso, é normal, todos nós estamos suscetíveis às doenças tanto físicas como mentais, e esta pandemia trouxe, de forma mais intensa, este aspecto de nossa fragilidade humana que sempre existiu.
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Psicóloga formada pela UNESP Bauru, especialista em Psicologia Clínica, Psicodrama e Trânsito, com aprimoramento em Psicoterapia Breve Psicanalista pela UNICAMP, CRP 70673-06. Realiza atendimentos na Rua Manoel Bento da Cruz, 18-85, Vila Brunhari, CEP 17013-710,
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