Horário de atendimento integra as queixas do segmento
Proprietários de bares, lanchonetes, pizzarias, food trucks e músicos de Bauru realizam, na manhã desta terça-feira (28), um protesto na Praça das Cerejeiras, em frente à prefeitura, para demonstrar desaprovação ao novo decreto municipal que disciplinou atividades econômicas, colocando a cidade de volta à fase laranja do Plano São Paulo.
Com validade até 9 de agosto, o regramento permitiu, entre outros pontos, a abertura deste segmento das 10h às 16h. A medida desagradou parte dos empresários porque os que funcionam à noite não foram contemplados. Um carro de som com um caixão e músicos chama atenção de quem passa pelo local.
“Os bares, lanchonetes, pizzarias e demais restaurantes noturnos ficaram de fora do decreto. O prefeito havia prometido flexibilização, mas como fazer um bar trabalhar à tarde? É difícil, impossível neste momento. Se o horário de permissão fosse estendido também das 18h às 23h, aliviaria para todos”, comenta Luiz Fernando Gimenes, porta-voz de bares e proprietário do James Joyce Irish Pub.
“Complicado favorecer uns e desfavorecer outros do mesmo setor. O vírus só contamina as pessoas à noite, de dia não?”, questiona Lazinho Ernesto Capriolli Junior, proprietário do Vitrola Bar.
Milka Brazissa, proprietário dos restaurantes Parmegrill, também defende a revisão da medida. “O público que frequenta o restaurante de dia é o mesmo que frequenta à noite. E as restrições a serem seguidas também são as mesmas. Não vejo motivos para deixar um abrir e o outro não”, afirma o empresário.
REPERCUSSÃO
O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru e Região não integrará o protesto de hoje, mas o presidente da entidade, Carlos Momesso, também afirma que o regramento beneficiou apenas parte da categoria. “Alguns bares, lanchonetes e pizzarias vão continuar sem poder funcionar. Estamos em contato permanente com a prefeitura e tentando dialogar”, afirma.
O assunto também repercutiu na Câmara Municipal. Os vereadores Guilherme Berriel (MDB) e Manoel Losila (MDB) pediram que a prefeitura reconsidere o horário, permitindo que os estabelecimentos possam funcionar por seis horas diárias, mas cada um em seu turno.
‘NÃO PERMITE’
Questionado, o prefeito Clodoaldo Gazzetta disse que a lei estadual não permite a alteração e ressaltou que, pela fase laranja à risca, bares e restaurantes não poderiam nem voltar a ter o consumo no local.
“Eu entendo a situação, mas nenhuma cidade teve o funcionamento noturno permitido. O que eu podia adaptar eu já fiz. Se mexer mais do que isso, estarei descumprindo a lei”, diz o prefeito.
