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Prefeitura pega 2.623 escorpiões em um único cemitério de Bauru

O vigia Geter Luiz, de 43 anos, informa que um escorpião caiu na cama onde o seu filho de 4 anos dormia

Neste primeiro semestre, o município capturou 3.270 animais em necrópoles, sendo 80% apenas no Cemitério do Redentor

Venenosos, os escorpiões são o temor de muita gente e oferecem riscos à saúde pública. Com o intuito de prevenir acidentes, a Prefeitura de Bauru realiza busca ativa em cemitérios, que abrigam condições ideais para a proliferação de animais do tipo. Nos primeiros seis meses de 2020, o município pegou 2.623 escorpiões em uma única necrópole. Do total de 3.270 animais capturados nestes locais, 80% saíram do Cemitério do Jardim Redentor.

Diretor da Divisão de Vigilância Ambiental, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, Roldão Antonio Puci Neto explica que as causas do fenômeno em questão giram em torno de diversos fatores e o primeiro deles diz respeito ao fato de a necrópole ser bastante antiga. “O local possui muitas baratas, consideradas o principal alimento dos escorpiões”, acrescenta.

Ainda de acordo com ele, até pouco tempo atrás, o cemitério também tinha um muro repleto de frestas, que funcionavam como um esconderijo para eles. “Diante disso, desenvolvemos um trabalho junto à Emdurb, responsável pela administração das necrópoles municipais. A empresa se incumbiu de melhorar as condições ambientais destes locais”, reforça.

Em nota, a assessoria de comunicação do órgão alega que aplica dois tipos de veneno, um a cada seis meses e outro uma vez por ano. Paralelamente, os funcionários fazem a captura manual dos aracnídeos, seguindo os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para o controle de pragas.

A Emdurb aproveita para orientar os visitantes a usarem sapatos fechados como forma de prevenção. Pede, ainda, que os moradores das imediações mantenham os quintais limpos para evitar a invasão dos escorpiões.

A empresa também informa que, rotineiramente, as pessoas depositam materiais inservíveis nas calçadas dos cemitérios. Solicita, portanto, a colaboração da população neste sentido e que essa conduta cesse.

Para Roldão, a busca ativa e o manejo ambiental são as melhores maneiras de combater a infestação de escorpiões. “Os inseticidas, dificilmente, conseguem penetrar nestes animais”, complementa.

NA CAMA

O vigia Geter Luiz, de 43 anos, vive na quadra 1 da rua São Matheus, no Jardim Redentor, bem perto do cemitério. Recentemente, um escorpião foi encontrado na cama onde o seu filho de 4 anos dormia. O homem mora naquele endereço há uma década e, desde então, convive com os aracnídeos. “Porém, do meio do ano passado para cá, a situação piorou, porque um vizinho depositou entulho em um terreno baldio que fica ao lado da minha casa”, descreve.

Geter, que trabalha à noite, não estava em casa quando o último animal foi encontrado. “A minha mulher me ligou e eu passei as orientações a ela, que capturou o bicho e o colocou em um pote com álcool”, informa. O vigia afirma que aparecem tantos escorpiões em sua casa que até possui uma pequena coleção de animais mortos nesta solução.

Questionada, a assessoria de comunicação da prefeitura esclarece que uma equipe de fiscalização se dirigiu até o terreno baldio para averiguação. Na ocasião, os servidores constataram que a altura do mato não atingia o mínimo necessário para elaborar a notificação de roçagem. Porém, o espaço possui muito lixo e, por isso, o poder público encaminharia outro tipo de notificação ao proprietário da área.

SERVIÇO

Para denunciar ou obter outras informações, basta entrar em contato através do telefone (14) 3103-8050, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Existe, ainda, a possibilidade de recorrer à Ouvidoria, cujo número é o (14) 3235-1156, ou pelo e-mail zoonose@bauru.sp.gov.br.

Pandemia causa impacto na busca ativa realizada pelo CCZ

A busca ativa de escorpiões é feita pela equipe da Divisão de Vigilância Ambiental, sediada no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Com a chegada da pandemia do novo coronavírus a Bauru, o procedimento ficou comprometido, porque o órgão precisou cortar horas extras. “O trabalho em questão deve ser feito, principalmente, à noite, afinal, estes animais têm hábitos noturnos”, observa Roldão Antonio Puci Neto.

Ainda de acordo com ele, tal decisão se deu para economizar e, também, evitar que os servidores fiquem fora das suas casas por muito tempo. “Logo, perdemos uma parte da nossa equipe e tivemos de remanejar a forma pela qual desenvolvemos o trabalho”, explica.

Segundo Roldão, a Vigilância Ambiental precisou diminuir as visitas aos imóveis. “A própria população chegou a recusar a busca ativa por medo da transmissão da Covid. Nós resolvemos focar nas orientações por telefone e nos atendimentos às ocorrências mais urgentes”, revela.

Conforme informações da assessoria de comunicação da Prefeitura de Bauru, a busca noturna nos cemitérios e residências permanece suspensa. Em junho, o município implantou uma equipe para desenvolver o trabalho somente no período da tarde.

COMUNICAÇÃO

A busca ativa ocorre quando o poder público é provocado de duas maneiras. Uma delas diz respeito às notificações de acidentes feitas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) tão logo os pacientes dão entrada em uma unidade de saúde.

Outra frente corresponde às denúncias. “Nós, então, nos organizamos para fazer as visitas. Olhamos todos os imóveis em volta daquele que originou determinada queixa para identificar o foco”, frisa.

Em alguns casos, Roldão explica que o imóvel reclamante abriga circunstâncias ideais para a proliferação destes animais: umidade, esconderijo (geralmente, entulho) e alimento (baratas).

Em outras situações, o foco está em terrenos baldios. “Repassamos a fiscalização, que assume a responsabilidade de informar e notificar os proprietários para a realização da limpeza. Se nada acontecer, eles são multados”, pondera. A limpeza, nestes casos, fica a critério da prefeitura, que envia a conta depois.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/noticias/geral/2020/06/727080-prefeitura-pega-2-623-escorpioes-em-um-unico-cemiterio-de-bauru.html

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