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Preços de combustíveis: donos de postos fazem novas denúncias

Polícia Civil de Bauru apura preços de combustível vendido por distribuidoras Maurício Avilez Veles, Edivaldo Tuschi, Izildinha Tuschi, Orlando Mendes e delegado Fábio Mariotto

Donos de postos de combustíveis voltaram a reclamar sobre a diferenciação de preços praticados por distribuidoras da cidade. Ontem à noite, quatro empresários, membros da Associação de Revendedores de Combustíveis de Bauru e Região, foram ao Plantão Policial para registrar boletim de ocorrência (BO) coletivo contra um posto e uma distribuidora, que deverão ser chamados pelo delegado Fábio Mariotto a prestar esclarecimentos.

É ele quem já preside inquérito instaurado, conforme o JC noticiou, em dezembro do ano passado para apurar a existência da mesma prática suspeita em relação às três distribuidoras de Bauru – Raízen, Petrobras e Grupo Ultra, que fornece combustível para os postos Ipiranga.

A queixa dos empresários, mais uma vez, é de que as distribuidoras estariam vendendo combustíveis com larga diferença de preços, favorecendo grandes clientes.

No caso específico registrado em boletim de ocorrência, um proprietário de posto apresentou ao delegado nota fiscal emitida ontem de compra de etanol a R$ 2,30, o litro, enquanto um outro estabelecimento da cidade, abastecido pela mesma distribuidora, estava comercializando o produto na bomba – ou seja, ao consumidor final – a R$ 2,25.

“Quando começamos a fazer pressão comercial, a reclamar, o posto mudou o preço no meio da tarde, passando para R$ 2,39”, aponta Orlando Mendes. Segundo ele, ao adquirir etanol a R$ 2,30, o litro, o preço mínimo cobrado na bomba precisa ser de R$ 2,59 para ter condições de continuar mantendo seu estabelecimento em funcionamento. “Queremos que seja esclarecido como um posto que compra da mesma distribuidora que eu consegue vender combustível a estes preços”, acrescenta.

‘VILÃO’

Embora a negociação de valores entre distribuidoras e postos seja livre, considerando aspectos, por exemplo, como prazos para pagamento, o grupo alega que as excessivas margens negociadas vêm gerando concorrência desleal, com sérios prejuízos aos revendedores que pagam mais caro. “Precisamos acabar com este estigma de que quem vende combustível mais caro é vilão. Na verdade, nós somos vítimas, assim como toda a sociedade. Todos estão sendo prejudicados”, argumenta o presidente da associação, Edivaldo Tuschi, alegando que os empresários lesados estão precisando demitir funcionários em razão das perdas.

Segundo o delegado Fábio Mariotto, um boletim de ocorrência para apurar a prática de crime contra a ordem econômica seria registrado ainda ontem. Ele deverá intimar as empresas acusadas pelo grupo a apresentar notas fiscais que possam justificar a diferença tão grande de valores.

“Vamos verificar a possibilidade de estas companhias estarem praticando dumping, que consiste em comercializar produtos a um preço inferior ao do mercado para um grupo privilegiado, com o objetivo de prejudicar economicamente um outro grupo de empresas”, cita.

DEFESA

Em matéria publicada no mês passado pelo Jornal da Cidade, as três distribuidoras informaram que não haviam sido notificadas sobre a instauração do inquérito policial. A Ipiranga e a Petrobras acrescentaram que operam de acordo com a legislação vigente, em regime de livre iniciativa e concorrência, em que cada revendedor define o preço final ao consumidor.

Em nota, a Ipiranga ressaltou, ainda, que “não compactua com práticas ilegais” e que “preza pela transparência e ética em todas as suas ações e relações”. Já a Petrobras afirmou estar “pronta a esclarecer as autoridades competentes sobre o funcionamento do mercado de distribuição de combustíveis”.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Geral/2018/09/precos-de-combustiveis-donos-de-postos-fazem-novas-denuncias.html

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