Segundo o presidente do BC, isso permitirá a transferência de dinheiro online para offline direto do cartão
Não serão somente pessoas com smartphone com internet que poderão fazer transações por Pix, sistema de pagamento do Banco Central (BC). A expectativa é que, no quarto trimestre do ano, seja lançado um cartão pré-pago que poderá ser usado para fazer operações offline com Pix.
O cartão funcionará como um cartão de ônibus, supostamente como o Bilhete Único de São Paulo, no qual se carrega um valor em dinheiro que é transformado em crédito.
“Em algum momento teremos o cartão Pix. Você aproxima o celular e transfere [o dinheiro]. Você vai poder usar o cartão no mundo offline e quando voltar para o mundo online, você se conecta e pode transferir o seu saldo de volta. Em breve vamos oferecer esse produto também”, afirmou Robeto Campos Neto, em um webinar na segunda-feira (28).
O BC, em comunicado enviado ao CNN Brasil Business, afirmou que o Pix offline ainda não tem todos os detalhes confirmados, mas tem como objetivo dar ao pagador sem acesso à internet a possibilidade de efetuar uma operação via Pix.
“O Pix offline pretende ampliar os casos de uso atendidos pelo Pix, viabilizando, por exemplo, que um pagador que esteja sem acesso à internet possa efetuar um pagamento por Pix, entre outras situações de uso possíveis”, explicou o BC.
A funcionalidade está, ainda, em fase de estudos, e o cartão é uma das tecnologias que podem ser adotadas para a iniciação de um Pix offline.
Outras questões devem ser esclarecidas em um futuro próximo pelo BC, como o limite de valor para as transações, senhas e até mesmo se cartões de crédito ou débito poderão ser transformados em cartões Pix.
No terceiro trimestre, serão implementados o Pix Saque e o Pix Troco. O primeiro será destinado exclusivamente para o saque de dinheiro em espécie. Já o Pix Troco possibilitará a retirada de dinheiro associado a uma compra ou prestação de serviço.
Até o momento, 245 milhões de chaves foram cadastradas no sistema do Pix e 4,5 milhões de empresas utilizam o sistema. 60% das transações financeiras do Brasil em maio também foram realizadas usando a modalidade, segundo Neto.