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Peronismo perde maioria no Senado argentino pela primeira vez em 40 anos

Com mais de 90% dos votos contabilizados, eleições deste domingo (14) representam derrota para o governo de Alberto Fernández

Argentina realizou as eleições legislativas neste domingo (14), em um dia que transcorreu sem incidentes. As urnas foram abertas às 8h no horário local (mesmo horário de Brasília) e encerradas às 18h. Até o momento, mais de 90% dos votos já foram contabilizados.

Os resultados preliminares representariam uma derrota para a coalizão governista, a Frente de Todos. Embora o partido no poder tenha melhorado os números em relação às eleições primárias realizadas em setembro, a oposição prevaleceu em nível nacional, de acordo com os dados da votação deste domingo.

Além disso, um dado já projetado nas eleições primárias se confirmou: pela primeira vez desde a volta da democracia em 1983, o peronismo perde a maioria no Senado.

Depois de conhecer os primeiros resultados, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, falou em mensagem dirigida à população do país. “Hoje começa a segunda parte do nosso governo”, disse ele, argumentando que os argentinos têm “direito à esperança”.

“A Argentina, mesmo com essas dificuldades, tem avançado e continuará avançando. Estamos nos levantando”, disse Fernández. Entretanto, disse ser necessário que “a relação entre o Governo e o Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados e no Senado, seja frutífera, para o interesse geral do nosso país”.

Por outro lado, referiu-se à dívida como o “maior obstáculo”, afirmando que “também é hora de resolver o problema derivado da dívida contraída pelo governo que me precedeu com o Fundo Monetário Internacional”.

Novas medidas

Sobre este ponto, anunciou que na primeira semana de dezembro vão enviar ao Congresso “um projeto de lei que especifica o ‘Programa económico plurianual para o desenvolvimento sustentável’”.

“Este programa contemplará os melhores entendimentos que nosso governo alcançou com o corpo técnico do FMI nas negociações conduzidas por nosso ministro da Economia, Martín Guzmán, sem renunciar aos princípios de crescimento econômico e inclusão social”, disse o presidente.

Por fim, concluiu: “Não partilho, de forma alguma, a posição de quem diz que 1não temos destino’. Quem não se responsabiliza pelos danos que causou não pode dar-nos lições”.

Logo após o fechamento das urnas, a vice-presidente Cristina Kirchner anunciou que não estaria presente no diretório da Frente para Todos no fechamento do dia.

“Disseram-me para descansar. Nada para se preocupar, mas o esforço para participar do evento atrasou a evolução pós-operatória. Portanto, esta noite não poderei estar, como gostaria e como sempre fiz, no local. Um abraço a todas e a todos”, postou em seu Twitter.

Redefiniçao do mapa político

Nessas eleições, os argentinos escolheram os candidatos para renovar 127 das 257 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 das 54 cadeiras na Câmara dos Senadores.

Previamente, em 12 de setembro, foram realizadas as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), primeira etapa da eleição, na qual cada partido apresentou candidatos diferentes para os cargos.

Nesse caso, os cidadãos definiam com o seu voto qual de todos esses candidatos deveria ser o candidato eleito para as eleições gerais, que é a segunda fase do processo.

Oito províncias elegeram 24 senadores nestas eleições. Dois para a maioria e um para a primeira minoria em cada distrito. A Frente de Todos colocou em jogo 15 das 41 cadeiras que tinha, e o Juntos por el Cambio, 9 das 25 que teve.

Por outro lado, a Câmara dos Deputados renova com estas eleições 127 das suas 257 cadeiras. Ao contrário dos senadores, que representam as províncias, os deputados representam o povo argentino. Eles têm mandatos de quatro anos e são eleitos por meio de um sistema de representação proporcional nos 24 distritos em que o país está dividido.

(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em espanhol)

FONTE: CNN

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