A Comissão Provisória do Partido Social Liberal (PSL) de Bauru, que recebeu em um grande evento suas principais lideranças do Estado de São Paulo no último dia 29 de junho, está inativada por decisão da própria agremiação desde o dia 3 de julho, conforme consta no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, a informação só veio à tona nesta segunda-feira (29), exatamente 1 mês depois do anúncio da filiação e pré-candidatura do ex-vereador Raul Gonçalves Paula a prefeito.
Nos bastidores da política local, o ex-vereador por 4 mandatos e presidente da Câmara Municipal em duas oportunidades, Pastor Luiz Carlos da Costa Valle, é cotado para assumir a legenda 17. Ele que, por sua vez, havia se autodeclarado prefeitável para o pleito de 2020 sem consultar o próprio Partido, gerando um desgaste com demais figuras da legenda.
Com a decisão de inativar a Comissão Provisória local por parte do próprio Partido, todas as possibilidades estão postas à mesa novamente e, de acordo com o Blog do Nevada, o pastor segue alinhado com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, presidente estadual do PSL e indicado para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
SURPRESO
O então presidente da Comissão Provisória do PSL Bauru, Kleber Ciro, disse à reportagem do Bauru Online estar surpreso com o ocorrido e que não foi comunicado oficialmente.
Ele teria procurado a advogada Karina Kufa, advogada pessoal de Eduardo Bolsonaro e eleitoral dele e do pai, o presidente Jair Bolsonaro, além do próprio Partido. Segundo Kleber Ciro, não houve uma resposta sequer, entretanto, uma reunião com o Diretório Estadual agendada para esta sexta-feira (2), em São Paulo, estaria mantida.
DR. RAUL
Pelo adiantado da hora, não foi possível contato com o ex-vereador Raul Gonçalves de Paula.
Entretanto, Kleber Ciro admitiu que esta insegurança gerada pela inatividade do PSL, dias após as principais lideranças estaduais e nacionais do Partido declararem apoio a Raul para as eleições 2020, pode gerar impacto naquele que, em suas próprias palavras, é o principal nome para a Prefeitura e que é cobiçado por várias legendas.
DECISÃO DE NÃO ACEITAR EX-MILITANTES DE ESQUERDA NÃO IMPACTOU
Desde que assumiu a presidência estadual do PSL/SP em junho, Eduardo Bolsonaro tem determinado um filtro, que é proibir que ex-filiados a PT, PCdoB, PSOL, PDT, PSTU, PCO e PCB nos últimos dez anos ocupem posições de liderança no partido. Em comum, eles estão alinhados com ideologias de esquerda, assim como o PV, mas esse ficou de fora da lista.
Essa questão surgiu pelo fato de Raul Gonçalves de Paula ter origem no PV e Kleber Ciro ter vínculos passados, inclusive de ter feito campanhas, para o vereador Sandro Bussola, que despontou no PT e hoje está no PDT.
Curiosamente, um dos principais expoentes do PSL, senador Major Olímpio, teve raízes no PV, partido que, assim como os demais, defende a descriminalização do aborto e a legalização da maconha.
Perguntado sobre a relação com Bussola, Kleber Ciro disse que naquele tempo congregava na Assembleia de Deus Ministério Madureira, onde o vereador era pastor e que o apoiou por conta da Igreja estar “fechada” com ele.