Está chegando a maior festa do cinema mundial, o Academy Awards – mais conhecido como Oscar. A Academia de Artes e Ciência Cinematográficas já anunciou os indicados da 92ª edição da premiação e, a seguir, você confere os filmes disponíveis para assistir no Brasil (seja nos cinemas ou no streaming), ou ainda aqueles que estreiam em breve. Aí é só assistir e escolher os seus favoritos!
Dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles (‘Cidade de Deus’) e escrito por Anthony McCarten (‘O Destino de uma Nação’), ‘Dois Papas’ é uma cinebiografia centrada em um dos momentos mais importantes para o catolicismo no século XXI – centrado em um encontro inusitado: não só a existência de dois papas vivos, mas um sendo conservador e o outro mais liberal. Destaque para as performances de seus dois gigantes protagonistas, Anthony Hopkins (‘O Silêncio dos Inocentes’) e Jonathan Pryce (‘A Esposa’) dão a esse drama biográfico uma dose surpreendente de bom humor, embora não seja o tipo de filme que você deseja ver se procura uma dramatização mais fiel aos eventos reais. No Oscar, ficou com três indicações (com Pryce e Hopkins, além de Roteiro adaptado).
Este é, certamente, o mais audacioso filme da Netflix em 2019, talvez em toda a história da plataforma até aqui. Afinal, trata-se de trazer para o serviço de streaming um dos maiores cineastas de Hollywood, que ajudou a revigorar a sétima arte a partir dos anos 1970: Martin Scorsese, o homem por trás de filmes como ‘Taxi Driver’ e ‘Os Infiltrados’. ‘O Irlandês’ é um antigo desejo do diretor, adaptando a história real do livro ‘I Heard You Paint Houses’, no qual o promotor e investigar Charles Brandt relata a vida de Frank “The Irishman” Sheeran, um assassino que trabalhou para os mafiosos da Família Bufalino – e que teria confessado o assassinato do sindicalista Jimmy Hoffa, cujo desaparecimento é um dos maiores mistérios da política dos Estados Unidos. A adaptação cinematográfica conta com famosos colaboradores de Scorsese, incluindo Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci e Harvey Keitel. O resultado final, ainda que longo, é um perfeito exemplar da filmografia de Scorsese, uma espécie de novo ‘Os Bons Companheiros’ e um ápice para os filmes sobre a máfia norte-americana. Indicado em 10 categorias, incluindo Direção, Edição, Roteiro adaptado e Melhor filme.
O diretor Quentin Tarantino reescreve a história e faz homenagem a grandes nomes de Hollywood ao apresentar a história de um ator em decadência e seu dublê (protagonizados com excelência por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt) e uma atriz em ascensão, além de diversos enredos paralelos pautadas pelo cenário do final dos anos 1960. Com elenco de peso, que inclui nomes como Al Pacino e Margot Robbie, Tarantino traz suas marcas como um roteiro presente com ótimos diálogos e uma fotografia excelente e, claro, uma pitada de violência e sangue – que não podiam faltar no seu nono longa-metragem. Indicado ao Oscar em 10 categorias, incluindo Direção, Melhor ator, Melhor ator coadjuvante e Melhor filme.
Todo estudante de jornalismo conhece o caso da Escola Base – quando os donos de uma instituição de ensino brasileira foram injustamente massacrados pela imprensa por supostos a abusos às crianças. ‘O Caso de Richard Jewell’ é, guardadas as proporções, a “Escola Base” da imprensa americana: o segurança particular, que salvou inúmeras vidas ao encontrar uma bomba no Centennial Olympic Park, em Atlanta, no ano de 1996, foi acusado de ele mesmo ser o autor do atentado terrorista – e foi massacrado em um julgamento pela imprensa. O filme, dirigido pelo mítico Clint Eastwood, sintetiza estes acontecimentos com um elenco de peso, incluindo Sam Rockwell, Kathy Bates (indicada ao Oscar pelo papel), Jon Hamm e Olivia Wilde. O longa, no entanto, traz uma controvérsia: a história traz a repórter Kathy Scruggs (interpretada por Olivia e já falecida) oferecendo sexo em troca de informações, o que não teria acontecido. De certa forma, ao defender Jewell, o filme comete o mesmo erro com Kathy. Em pré-venda no streaming e cartaz nos cinemas – clique no “+” para, na próxima página, encontrar o link com os horários das sessões.
O diretor Noah Baumbach (de ‘Frances Ha’) dedicou-se para filmes que tratam sobre a intimidade de famílias com profundos abalos em suas estruturas – e ‘História de um Casamento’ é considerado, até agora, seu melhor e mais comovente filme. De um ponto profundamente pessoal, Baumbach consegue um roteiro que é tão doloroso quanto compassivo, trazido à realidade pelas performances de Adam Driver e Scarlett Johansson (que certamente vão partir o seu coração). O filme concorreu ao prestigiado Leão de Ouro do Festival de Veneza e foi o segundo colocado no prêmio do público do Festival de Toronto. No Oscar 2020 ficou com seis nomeações, incluindo Roteiro original, Atriz (para Scarlett), Ator (Driver) e Melhor filme.
‘Jojo Rabbit’ é, sem dúvida alguma, um dos mais surpreendentes filmes da temporada de premiações de 2019-2020. O diretor Taika Waititi (‘O Que Fazemos nas Sombras’ e ‘Thor: Ragnarok’) usa a mente infantil de uma criança para, com muito humor, apresentar os males do extremismo. Destaque para as atuações de Scarlett Johansson, Sam Rockwll e do próprio Waititi, mas o show é mesmo dos jovens Roman Griffin Davis e Thomasin McKenzie. Não é, definitivamente, uma história para todos os gostos e há mais drama e lágrimas do que os divertidos trailers deixam transparecer, mas certamente é um filme que precisa ser assistido – e que, infelizmente e assustadoramente, ecoa muita coisa do mundo de hoje. Foram 6 indicações ao Oscar, incluindo Melho filme, Roteiro adaptado e Atriz coadjuvante (para Scarlett). Em cartaz nos cinemas, clique no “+” para encontrar o link das sessões.
Baseado em uma história real, acompanhamos Lloyd Vogel (Matthew Rhys, de ‘The Post: A Guerra Secreta’), um jornalista investigativo, se aproximando de um conhecido apresentador de programas infantis dos Estados Unidos (interpretado por Tom Hanks) para elaborar uma reportagem sobre ele. O encontro entre o jovem jornalista e Fred Rogers, que a princípio parecia infrutífero, se revela muito mais profundo do que eles imaginariam. Rancor, perdão, paternidade, vida e morte são alguns dos temas que surgem dessa relação. Definitivamente, uma amizade entre gerações que tem muito a nos ensinar. Destaque para a interpretação de Hanks, que lhe valeu a primeira indicação ao Oscar em 19 anos (a última tinha sido com ‘Náufrago’, em 2001). Em exibição nos cinemas – clique no “+” próximo ao título para encontrar mais informações, incluindo os horários das sessões.
‘Litte Women’ (ou, em português, ‘Mulherzinhas’), de Louisa May Alcott, é um clássico da literatura norte-americana. Foram diversas as adaptações para o cinema e a TV. Aqui, temos a versão da diretora Greta Gerwig (de ‘Lady Bird: A Hora de Voar’), que trouxe junto um elenco estrelado: Saoirse Ronan, Emma Watson, Laura Dern e Meryl Streep, além das presenças de Timothée Chalamalet (de ‘Me Chama Pelo Seu Nome’) Bob Odenking (‘Breaking Bad’) e Louis Garrel (‘O Formidável’), entre outros. O resultado é um filme cheio de alma, romance, leveza e com ótimas atuações (principalmente de Saoirse, pela qual foi indicada ao Oscar), em uma história que nos emociona a partir dos pequenos fatos do cotidiano. Indicado em seis categorias, inclusive na de Melhor filme. Em exibição nos cinemas – clique no “+” para encontrar o link com as sessões.
Esqueça, aqui, o típico filme de super-herói. Não há ação desenfreada, nem mocinhos no longa-metragem dirigido por Todd Phillips (‘Se Beber, Não Case!’). O que existe é uma Gotham City suja, misógina e preconceituosa, na qual os cidadãos menos favorecidos lutam para viver e se rebelam contra os mais ricos – de certa forma, baseada na Nova York real do final dos anos 1970 e começo dos 1980. Não é por menos que ‘Taxi Driver’ é uma das maiores referências do filme: também é cria do sistema e do cinema daquela era. Nesse contexto, temos um estudo de personagem quase puro, em uma atuação impecável de Joaquin Phoenix (‘Ela’). Não se trata, porém, de glamourizar o vilão ou de fazer o público criar simpatia pelo assassino. Há críticas às pessoas (incluindo aos desajustados), à sociedade e à sua falta de olhar para o bem-estar de todos. Nomeado ao Oscar em 11 categorias (recorde do ano) – incluindo Melhor ator (Phoenix), Direção, Roteiro adaptado e Melhor filme.
O filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019 é um daqueles que precisa ser visto. Embora a história se passe na Coreia do Sul, o comentário social sobre a desigualdade de ‘Parasita’ é tão universal quanto magistralmente apresentado pelo diretor Bong Joon-ho (‘Okja’), auxiliado por um elenco cujas performances são realmente dignas de nota. O cineasta sul-coreano consegue nos envolver com uma história eletrizante e cheia de adrenalina, que brinca com todas as expectativas de ser uma sátira social divertida e de humor ácido. Todas as reviravoltas inesperadas da trama, bem como sua conclusão chocante, fazem deste um longa-metragem que o deixará pensando por muito após os créditos finais. Indicado em seis categorias, incluindo Filme internacional e Melhor filme. Clique no “+” ao lado do título e, na próxima página, encontre o link dos horários nos cinemas.
O diretor Sam Mendes (de ‘Beleza Americana’) mergulha fundo na trajetória de dois soldados britânicos que precisam passam pelo front alemão, em plena Primeira Guerra Mundial, com a missão de entregar uma mensagem importante a um general Aliado. Tudo isso feito em longos takes de cerca de oito minutos, dando ao espectador a impressão de um grande plano sequência, (quase) sem interrupções. Ainda que não se passe, exatamente, em tempo real, o longa-metragem traz uma sensação extrema de realidade, enquanto nos envolve com uma história amarga e impactante. Afinal, guerras apenas causam a morte dos inocentes e dos corajosos que entram em batalha, enquanto aqueles que puxam as cordas estão distantes do sangue e do calor das bombas. O filme é temperado por uma bela fotografia (principalmente no trecho noturno) e um time de atores britânicos de primeiro escalão. Nomeado em 10 categorias, entre elas de Diretor e Melhor filme. Em cartaz nos cinemas. Clique no “+” para encontrar o link de venda de ingressos e outras informações.
‘A Ascensão Skywalker’ traz uma sensação de encerramento para a saga principal da franquia ‘Star Wars’, com seus nove filmes, fechando as pontas soltas deixadas pelos dois longas-anteriores e também fazendo reverência a todo o legado deixado por George Lucas. Mérito do diretor e co-roteirista J.J. Abrams (o também responsável por ‘O Despertar da Força’, a abertura desta trilogia), que usa a eterna batalha entre a luz e o lado sombrio para construir uma história que busca claramente inspirar aqueles que assistem para, juntos, lutarem pelo bem maior. Ainda que para alguns essa mensagem possa soar um pouco piegas, certamente ela o fará se sentir melhor. No elenco, destaca-se a presença de Carrie Fischer, que morreu antes do começo das gravações – o que não impediu que fossem usadas cenas gravadas anteriormente para não só homenagear a eterna Leia, mas colocar a general como parte importante da trama. Indicado em três categorias, incluindo Trilha original e Efeitos visuais. Em pré-venda no iTunes/Apple TV e em cartaz nos cinemas – clique no “+” ao lado do título para, na próxima tela, encontrar o link dos horários das sessões.
Um foi o maior construtor de carros esportivos na história, intimamente ligado ao sucesso e aos tempos românticos automobilismo. O outro recebeu duas grandes heranças: o nome do maior industrial da história e a fábrica que ele criou – ainda que passando por uma grande crise. ‘Ford vs Ferrari’ é um filme que coloca esses dois nomes frente a frente, em uma história real (ainda que com suas liberdades poéticas). A versão cinematográfica é dirigida por James Mangold (‘Logan’, ‘Johnny & June’), que faz um trabalho competente, criando tensão e drama até para quem sabe o desfecho da história. A reconstrução dos anos 1960, incluindo cenários, figurinos e, claro, carros, está impecável, assim como as sequências de corrida – que não trazem aquela sensação de computação gráfica, estando um nível acima de ‘Rush’ neste sentido. Nas atuações, temos um bom Matt Damon na pele do também mítico Carroll Shelby, e um incrível (mais uma vez!) Christian Bale como o intempestivo e veloz piloto britânico Ken Miles. O longa aparece em quatro categorias, sendo a principal a de Melhor filme.
Lançamento nos cinemas em 30 de janeiro, mas já com sessões de pré-lançamento em cinemas selecionados – clique no “+” para encontrar todas as informações. O longa se passa no inverno de 1968, quando .com a carreira em baixa, Judy Garland aceita estrelar uma turnê em Londres, por mais que tal trabalho a mantenha afastada dos filhos menores. Ao chegar ela enfrenta a solidão e os conhecidos problemas com álcool e remédios, compensando o que deu errado em sua vida pessoal com a dedicação no palco. Indicado a Melhor atriz, com Renée Zellweger, e por Maquiagem & penteados.
James Gray (‘Amantes’, ‘Era Uma Vez em Nova York’) não é um cineasta prolífico, mas tem o mérito de variar bastante os temas que aborda. Agora, o nova-iorquino nos traz ‘Ad Astra: Rumo às Estrelas’, com uma épica história que se passa no espaço. O cerne do roteiro é a busca pela identidade masculina por meio da busca de uma figura paterna ausente, distante e abstrata. As semelhanças com ‘Interestelar’, de Christopher Nolan, são diversas (até os dois filmes possuem a fotografia de Hoyte Van Hoytema), no sentido dramático e na maneira como as sequências de ação são usadas. O trabalho de Brad Pitt é excelente, com um desempenho bastante contido, onde ele diz mais com gestos e expressões do que com palavras. Nomeado por Mixagem de som.
A arte pode ser produzida constantemente ou há um momento em que é necessário parar para refletir nela? A reflexão sobre o trabalho cinematográfico no próprio cinema não é algo novo (‘8 ½’, ‘Adaptação’) e agora é a vez do cineasta espanhol Pedro Almodóvar embarcar nessa jornada. O cineasta viaja por sua memória com extrema sensibilidade, inocência e desgosto, e transmite perfeitamente a dor e a angústia da terceira idade, mas não antes de encher os olhos e o coração do público. Parte da seleção oficial do Festival de Cannes, onde ganhou o prêmio de melhor ator (Antonio Banderas). No Oscar, Banderas também foi indicado – além da produção ter sido nomeada por Filme internacional.
Esta é uma animação em stop motion produzida pelo estúdio Laika, os responsáveis por joias como ‘Coraline e o Mundo Secreto’, ‘Os Boxtrolls’ e ‘Kubo e as Cordas Mágicas’. Por isso, ‘Link Perdido’ oferece uma perfeição visual autêntica e espetacular, que acerta em cheio os aficionados por animações. Curiosamente, este filme é muito menos sombrio se comparado aos seus antecessores, o que o torna mais adequado para toda a famíli. Se você assistir em inglês, também encontrará um elenco esplêndido de vozes liderado por Hugh Jackman (‘O Rei do Show’), Zoe Saldana (‘Guardiões da Galáxia’) e Zach Galifianakis (‘Se Beber, Não Case’) . Vencedor do Globo de Ouro 2020 como melhor filme de animação. Indicado como Melhor animação.
Terceira parte da trilogia ‘Como Treinar Seu Dragão’, que elevou (ainda mais) a qualidade das animações da DreamWorks. Soluço e Banguela retornam mais velhos e experientes, em uma aventura cheia de ação, sequências de tirar o fôlego e, claro, companheirismo. Mais do que uma aventura para a criançada, é uma guia de como contar uma boa história e de como fechar, com competência, uma trilogia. Para quem quiser assistir legendado, o elenco de vozes originais é estelar e inclui nomes como Cate Blanchett, Kit Harington, Craig Ferguson, Gerard Butler, Jonah Hill e, claro, America Ferrera e Jay Baruchel. Indicado na categoria de animação.
Este filme é sobre uma mão, que tem consciência própria, em busca de seu corpo – o que, em um primeiro momento, pode parecer um conceito completamente ridículo. Mas não se deixe enganar: ‘Perdi Meu Corpo’ é uma fábula surrealista catártica sobre sentir-se vivo e completo. Co-escrito por Guillaume Laurant (roteirista de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’) e baseado em seu romance ‘Happy Hand’, este filme é uma das melhores animações de 2019, premiada na Semana da Crítica do Festival de Cannes e pelo público do Festival de Annecy (um dos mais importantes do mundo, focado em animação). Certamente o deixará impressionado com suas belas – e às vezes macabras – imagens. Mais um indicado na categoria de animação.
Dirigido por Jay Roach (‘Trumbo: Lista Negra’) e escrito por Charles Randolph (‘A Grande Aposta’), ‘O Escândalo’ é um drama biográfico oportuno lançado após a onda de queixas de assédio sexual em Hollywood e na indústria de mídia dos EUA em geral. Às vezes, não transcende o sensacionalismo, mas o filme é um ótimo ponto de partida para começar a conhecer os movimentos #MeToo e Time’s Up. Os destaque fica por conta das performances de Nicole Kidman, Charlize Theron, Margot Robbie e um assustador John Lithgow como Roger Ailes. Nomeado em três categorias, incluindo Atriz (com a Charlize) e Atriz coadjuvante (Margot Robbie). Em cartaz nos cinemas – clicando no “+” você encontra, na página seguinte, o link para os horários das sessões.
Quem diria que, no começo, o Papai Noel era tão parecido com o Grinch? ‘Klaus’, a estreia na direção de Sergio Pablos (roteirista e criador de ‘Meu Malvado Favorito’), é um ótimo filme para toda a família, que também busca resgatar a estética e a sensação das animações tradicionais. Mas o mais importante de tudo é que ela tem uma bela história, que também se afasta dos clichês típicos dos filmes de Natal para nos dizer algo realmente original e emocionante. O elenco de vozes é luxuoso, com J.K. Simmons (‘Whiplash’) e Jason Schwartzman (‘O Fantástico Sr. Raposo’) nos papéis principais. Também indicado Animação longa-metragem.
“Amigo, estou aqui”, diz a clássica canção de ‘Toy Story’. Neste quarto filme, os personagens retornam – agora sob a tutela de Bonnie – para mais uma aventura, que começa depois que a menina cria, a partir de um garfo, um novo amigo no primeiro dia no jardim de infância. Dessa forma, o longa-metragem constrói uma história não só sobre amizade, mas também sobre aceitarmos quem somos, não importa o quanto somos diferentes. No áudio original, ‘Toy Story 4’ traz um elenco de vozes estelar, com Tom Hanks, Tim Allen, Christina Hendricks, Jordan Peele e Keanu Reeves. Já a dublagem em português conta com as marcantes vozes de Marco Ribeiro e Guilherme Briggs. Indicado na categoria Animação longa-metragem e Canção original (com “I Can’t Let You Throw Yourself Away”).
Ao lado de ‘Excelentíssimos’ e ‘O Processo’, ‘Democracia em Vertigem’ fecha uma verdadeira trilogia sobre os bastidores da atual política no Brasil. Dirigido por Petra Costa (de ‘Elena’), este longa aborda a ascensão e queda de Dilma Roussef. A grande diferença em relação aos outros documentários é que a produção da Netflix traz também uma visão pessoal, da própria diretora (filha de pais que lutaram contra a ditadura militar), o olhar das ruas e o noticiário (no Brasil e fora dele). Tudo isso ilustrado por imagens que alternam uma perspectiva no meio das multidões e dos fatos, com uma câmera na mão, com belas sequências que revelam a beleza da arquitetura de Brasília. Fechando tudo isso, temos um retrato da polarização política que vive o país nos últimos anos. Indicado a Melhor documentário.
Com apenas 40 minutos, ‘A Vida em Mim’ é um documentário poderoso que irá informá-lo sobre uma doença que você provavelmente não conhece, a Síndrome da Resignação, que afeta principalmente as crianças refugiadas. Simples, compassivo e elegante, este documentário é uma maneira de refletir sobre a crise da imigração e seu impacto na vida dos mais inocentes. Indicado a Melhor documentário curta-metragem.
Em cartaz nos cinemas – clique no “+” ao lado do título para, na próxima página, encontrar o trailer e outras informações. O longa começa quando Stéphane, um jovem que acaba de se mudar para Montfermeil, se junta ao esquadrão anti-crime da comuna. Colocado no mesmo time de Chris e Gwada, dois homens de métodos pouco convencionais, ele logo se vê envolvido na tensão entre as diferentes gangues do local. Nomeado na categoria de Filme internacional.
Continuação de ‘Malévola’, trazendo mais uma vez Angelina Jolie no papel da vilã icônica de ‘A Bela Adormecida’. Se o primeiro filme tinha o mérito de apresentar uma interessante visão sombria do conto de fadas, com foco na antagonista, esse ar de novidade acaba se perdendo em ‘Malévola: Dona do Mal’ – ainda mais em um momento no qual diversos outros clássicos da Disney estão ganhando reinterpretações live action, com atores de carne e osso. Ainda assim, o longa-metragem investe bastante na fantasia, cheio de fadas, animais fantásticos e cenários belos, tudo criado com o que há de melhor na computação gráfica. Pode não agradar a todos que se interessaram pelo filme de 2014, mas certamente irá satisfazer aqueles que querem apenas uma fantasia padrão Disney, que inclui no pacote um açucarado final feliz. Não por menos, foi indicado ao Oscar na categoria de Maquiagem e penteados.
‘Vingadores: Ultimato’ é a conclusão de um arco grandioso da Marvel Studios, construído por meio de 22 filmes e que durou 11 anos. O quarto longa-metragem d’Os Maiores Heróis da Terra começa pouco depois dos eventos de ‘Vingadores: Guerra Infinita’, após Thanos reunir as Joias do Infinito na famosa Manopla do Infinito, estalar os dedos e matar metade dos seres vivos do universo. Os heróis que sobraram vão atrás de uma forma de reverter os atos do vilão, em uma história densa (ainda que inclua toques de humor, além de muita ação) e com diversas referências aos filmes anteriores – fechando ciclos das mais diversas formas. Nomeado por Efeitos visuais.
‘O Rei Leão’, o original, foi parte importante do renascimento das animações da Disney, que voltaram a ter relevância no cinema mundial também por conta daquela história sobre um leãozinho herdeiro do trono que se vê obrigado a enfrentar o tio usurpador, tudo baseado em referências como Shakespeare, o anime ‘Kimba, o Leão Branco’ e até a Bíblia. Com direção de Jon Favreau (‘Mogli, o Menino Lobo’), o novo ‘O Rei Leão’ repete a história famosa, mas se perde no distanciamento do público justamente pelo excesso de realismo que tenta alcançar. Ainda que deslocado do que vemos na imagem, o trabalho de voz original é incrível, incluindo nomes como Donald Glover, Beyoncé, Seth Rogen, James Earl Jones, Chitewel Ejiofor e muitos mais. Como as músicas originais compostas por Elton John também estão presentes, fica impossível não se empolgar e cantar ‘Circle of Life’ e ‘Hakuna Matata’ – mesmo que a razão fique o tempo todo lhe dizendo que a primeira versão continua sendo muito melhor. Indicado ao Oscar por Efeitos visuais
‘Rocketman’ une história real, liberdades poéticas e fantasia para contar a trajetória que transformou o tímido Reginald Dwight em Elton Hercules John, um dos maiores músicos e performers da cultura pop mundial. A atuação de Taron Egerton no papel principal é primorosa, assim como a reconstrução de época e a montagem – tudo feito na medida para unir trechos musicais com acontecimentos mais dramáticos. A direção é de Dexter Fletcher (produtor de ‘Bohemian Rhapsody’), e o elenco ainda conta com Jamie Bell (‘Billy Elliot’) e Bryce Dallas Howard (‘Histórias Cruzadas’). Ainda que a história se perca entre tantas canções marcantes (principalmente a partir do segundo ato), o filme é diversão garantida para todos os fãs de rock’n’roll. Indicado duas vezes em Canção original, pela músicas “(I’m Gonna) Love Me Again”.
Os diretores indicados ao Oscar por ‘The Last Truck: Closing of a GM Plant’ (que também funciona como um pelúdio não-oficial deste filme), Steven Bognar e Julia Reichert, trazem em ‘Indústria Americana’ uma abordagem jornalística tão precisa e pessoal quanto necessária. Eles partem do principio de que o público está ciente das ameaças que o mundo enfrenta devido à globalização desenfreada, de modo que eles evitam fornecer todo esse contexto, o que lhes dá mais tempo para examinar as reais tensões das empresas internacionais em termos humanos. Deve-se notar que esta é a primeira produção da nova produtora fundada pelo casal Obama, e certamente lutará para conquistar um lugar entre os indicados ao Oscar. Indicado a Melhor documentário.
Poucos filmes, no cinema atual, alcançaram o status do primeiro ‘Frozen’. Por isso, não é surpresa que a Walt Disney Animation tenha voltado ao universo baseado no conto de fadas ‘A Rainha da Neve’, de Hans Christian Andersen, para uma segunda história estrelada pela rainha Elsa e pela princesa Anna. O casal Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez, responsáveis pelas canções do longa anterior, está de volta – e “Into the Unknown” é, desde já, que está indicada a um estatueta da Academia. Para os adultos, destaca-se o nível no qual a animação chegou, de um realismo nos cenários que nos faz imaginar que tudo aquilo é (magicamente) real – tudo isso apesar do roteiro, que ficou um pouco arrastado e sem o charme do primeiro filme. Já as crianças vão adorar tudo, principalmente o (mais uma vez) divertidíssimo Olaf, dublado por Fábio Porchat na versão em português. Indicado na categoria de animação. ‘Frozen 2’ está em pré-venda no iTunes/Apple TV e em exibição nos cinemas – é só clicar no “+” para conferir, na próxima página, o link com os horários das sessões.
O produtor brasileiro Rodrigo Teixeira se une novamente ao diretor Robert Eggers (que, juntos, foram os responsáveis pelo sucesso ‘A Bruxa’) para mergulhar novamente no mundo do terror – agora com uma bela fotografia em preto e branco. A história se passa em um lugar inóspito, um farol, e aposta em um elenco enxuto (com Willem Dafoe, de ‘No Portal da Eternidade’, e Robert Pattinson, de ‘Bom Comportamento’) para nos envolver com medos, receios e alucinações provocadas pelo isolamento. É um filme que requer paciência e um olhar afiado, mas, se você se deixar levar pela atmosfera, será recompensado. Indicado por Fotografia – e em cartaz nos cinemas (clique no “+” para, na próxima página, encontrar os links dos horários das sessões).
‘Superação: O Milagre da Fé’ é um filme com fortes cores de religião que não se desvia de sua mensagem a qualquer momento: lembrar-nos de que o que nos une é muito mais importante do que o que nos separa. O coração do longa – embora isso soe bastante óbvio – é o amor e a fé que nascem na família. Embora possa ser um pouco meloso, o longa-metragem busca envolver não apenas os cristãos, mas também um público mais amplo. Indicado por Canção original, com “I’m Standing With You”.