Cada escola deve ser considerada única. É preciso identificar os problemas da sua clientela, planejar estratégias para solução do maior número deles e subsidiar continuamente a atuação do professor na interação com a nova geração. Somente assim será possível criar as condições para que cada aluno.
O grande avanço alcançado na educação foi a expansão das oportunidades para ingresso na educação básica, antes destinadas prioritariamente a uma elite. Mas a universalização foi feita nos mesmos padrões de ensino do passado, como se todos os matriculados tivessem as mesmas condições de vida, a mesma estrutura familiar e o mesmo acesso a bens culturais.
Para qualquer processo de melhoria da educação, é prioritário saber mais sobre o seu principal ator, o aluno. Quem é? O que quer? Quais seus sonhos? Para conhecer mais, há várias pesquisas disponíveis, entre elas a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) realizada – em 2009, 2012 e 2015 – em parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde, com o apoio do Ministério da Educação. Foram levantadas informações com estudantes do 9º ano do ensino fundamental.
Apoio da família – 61,6% moram com pai e mãe, 30,7% moram com a mãe (30,7%). 4,1% moram só com o pai e 3,6%, nem com a mãe nem com o pai. 71,9% dos meninos e 61,7% das meninas responderam que os pais entenderam seus problemas e preocupações.
Falta em todo o país um olhar atento aos nossos alunos para traçar caminhos para acolhimento de cada um em nossas escolas. É essencial que os formuladores de planos de educação, leis e normas conheçam os perfis da criança, do adolescente e do jovem, para criar políticas flexíveis que permitam adequar diretrizes gerais à realidade.
Solidão
24% das meninas se sentiam sozinhas “na maioria das vezes ou sempre”. Elas também, em percentual (15,6%) bem maior que os meninos (7,2%), perderam o sono devido a preocupações.
Violência
15,4% foram agredidos fisicamente por um adulto da família. Eles afirmaram que não compareceram à escola por falta de segurança no trajeto casa-escola (12,6%) ou por falta de segurança na escola (10,9%). 9,0% afirmaram se sentiram humilhados por provocações de colegas da escola.
Uso de drogas e bebidas
24,9% responderam ter consumido bebidas alcoólicas; 6,4% usaram drogas ilícitas. Quando perguntado se tinham amigos que usam drogas, 22,5% responderam “sim”, percentual maior que o registrado em âmbito nacional (17,6%).
Walter Vicioni Gonçalves
Especialista em planejamento educacional, em formação profissional e ensino técnico. Bacharel e licenciado em pedagogia pela Universidade Mackenzie – SP. Diretor regional do SENAI-SP, superintendente do SESI-SP e diretor da Faculdade SESI-SP de Educação.