O número de mortes por Covid-19 em Bauru alcançou estabilidade nas últimas semanas, mas o número de novos casos confirmados ainda registra oscilação. De acordo com dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica municipal, a média móvel foi de 1,5 morte por dia nas duas últimas semanas, no período especificamente compreendido entre 17 e 30 de agosto.
Já o número de casos têm oscilado semanalmente, conforme explica o diretor da divisão, Ezequiel Santos. Entre 8 e 21 de agosto – o período mais recente já tabulado, a média móvel foi de 86,57 novos casos diários positivos de Covid-19 em Bauru.
“Nas últimas semanas, a média móvel está oscilando. Atravessamos 20 dias com uma média de 94, 96 casos por dia e tivemos uma redução para 61,5 na semana entre 15 e 21 de agosto, mas não quer dizer que há uma tendência de queda. Na semana que vem, poderemos ter um aumento”, comenta.
Tanto a Secretaria Municipal de Saúde quanto o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 utilizam a chamada média móvel entre os cálculos para avaliar a situação da pandemia na cidade. Basicamente, o número resulta da soma de novos casos ou mortes registrados ao longo de um período – que pode ser de uma semana ou 14 dias – e o resultado é dividido – por sete ou 14 dias – para obter a média diária.
Os dados da Vigilância Epidemiológica consideram, ainda, a metodologia epidemiológica recomendada para a geração de estatísticas, que prevê a contabilização dos casos com base na data de início dos sintomas e a das mortes baseada na data do óbito. O que a população e a própria imprensa recebem diariamente são os dados divulgados a cada dia, que podem trazer distorções, por exemplo, em razão de eventuais atrasos na liberação de resultados de exames.
“Quando a gente considera a data em que o paciente adoeceu e a data em que ele morreu, temos dados mais condizentes com a realidade”, frisa Santos, salientando que os casos assintomáticos também são contabilizados nas estatísticas, mas a partir da data de notificação.
PLATÔ
Diretor de Departamento de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Ricardo Cortez aponta que a estabilidade alcançada tem relação com diversos fatores, incluindo o número de pessoas que já foram infectadas e curadas, bem como a redução, desde o início da pandemia, da média de indivíduos que cada morador contaminado pode infectar, atualmente em 1,2.
Porém, este ainda está longe de ser um cenário de tranquilidade, já que o índice de três mortes a cada dois dias e de quase 90 novos casos diários está longe de ser uma estatística a ser comemorada. Vale destacar que, nesta segunda-feira (31), 54 pacientes estavam internados na UTI do Hospital Estadual, o que equivale a uma taxa de ocupação de 96%.
“Não estamos mais em uma ascendência tão grande como anteriormente, mas já tivemos semanas de queda de casos confirmados e, depois, de novo aumento, porque as pessoas afrouxaram as medidas de isolamento. Estamos, sim, em uma estabilidade, mas estabilidade de um número bastante alto. E, quanto mais as pessoas não respeitarem as regras, mais tempo a pandemia irá durar”, observa.
Ezequiel Santos acrescenta, inclusive, não ser possível identificar, em tempo real, o momento em que a cidade irá atingir o chamado platô, que corresponde à estabilização consistente de novos registros diários. “Nenhum país do mundo conseguiu identificar o platô durante a pandemia. Só será possível saber que atravessamos este período depois que ele passar”, completa.
Mais três óbitos
A Prefeitura de Bauru, por meio do Departamento de Saúde Coletiva, informou nesta segunda-feira (31) que mais três pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus no município. Agora, a cidade contabiliza 140 vítimas fatais da Covid-19. Todos os óbitos tiveram a investigação finalizada na segunda-feira (31) pela Vigilância Epidemiológica. A primeira vítima é uma mulher de 59 anos, que apresentou início dos sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 21 de agosto e o resultado positivo para a Covid-19 foi divulgado no dia 28. A paciente estava internada em um hospital privado da cidade e tinha cardiopatia. O óbito ocorreu no último domingo. A segunda vítima é uma mulher de 63 anos, que apresentou início dos sintomas da SRAG em 17 de agosto e o resultado positivo para a Covid-19 foi divulgado no dia 25. A paciente estava internada em um hospital privado da cidade e tinha cardiopatia, diabetes e pneumopatia. O óbito também ocorreu domingo.
A terceira vítima é um homem de 56 anos, que apresentou início dos sintomas da SRAG em 25 de julho e o resultado positivo para a Covid-19 foi divulgado no dia 9 de agosto. O paciente estava internado em um hospital privado da cidade e tinha diabetes e hipertensão. O óbito ocorreu no sábado passado. Até o momento, o município já notificou 7.265 casos positivos da doença, incluindo os 140 óbitos. Outras três mortes suspeitas estão em investigação e 557 pessoas aguardam resultados de exames. Ao todo, 4.755 pessoas são consideradas curadas da Covid-19 em Bauru.