JC integra campanha internacional de liberdade de expressão

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Uma lembrança visível do que aconteceria se não houvesse jornalistas para informar sobre os fatos que afetam a vida das pessoas. É este o impacto que a campanha #WithoutNews (#SemNotícias) quer provocar, hoje, em todo o mundo.

A ação, da qual o Jornal da Cidade faz parte, é promovida pelo museu da notícia Newseum, sediado em Washington, e visa conscientizar sobre os riscos a que jornalistas estão sujeitos, seja por atuarem em zonas de conflito ou por serem intimidados, ameaçados, atacados e até mortos em razão das denúncias que tornam públicas. Em homenagem a estes profissionais, hoje, todas as capas de jornais da exposição física e online do Newseum, incluindo o JC, serão substituídas por um fundo preto com a inscrição #WithoutNews.

Renato Zaiden, diretor do Grupo Cidade e presidente Associação Paulista de Jornais (APJ), que reúne os principais jornais regionais diários do País no Estado de São Paulo, lembra que o JC participará da iniciativa com a publicação de um anúncio na página 3 da edição de hoje, além desta reportagem, para levar aos leitores a importante mensagem que a campanha traz. “O oxigênio da democracia é a liberdade de expressão e cidadania se pratica desta forma, com pensamentos divergentes, discussão, troca de ideias e informação. Defender o jornalismo é defender a vida dos cidadãos em favor desta liberdade de expressão”, destaca.

Também hoje, será realizado um evento em Washington em homenagem aos 48 jornalistas mortos em trabalho no ano passado em todo o globo. Deste total, um grupo representativo de 14 terá seus nomes incluídos no Memorial de Jornalistas existente no museu.

BRASILEIRO

Entre eles, está João Miranda do Carmo, do site SAD Sem Censura, de Santo Antônio do Descoberto (GO). Ele foi morto a tiros em 24 de julho de 2016 e a suspeita é de que o crime tenha ocorrido por vingança ou motivação política, já que o jornalista fazia denúncias contra políticos e postava notícias sobre a violência e o tráfico de drogas na cidade. Também serão homenageados profissionais do Afeganistão, Índia, Iraque, Líbia, México, Somália, Síria e Ucrânia.

“Todos os anos, o Newseum seleciona um grupo representativo de jornalistas cujas histórias ilustram ao mundo a variedade de perigos e ameaças que todos os jornalistas enfrentam globalmente, incluindo zonas de conflito, terrorismo, ameaças para a saúde, organizações criminosas e governos corruptos. Todo jornalista que morre em busca de notícias e informações é digno de reconhecimento”, informou o departamento de marketing do museu, em e-mail enviado ao JC.

Este é o terceiro ano em que o Newseum realiza a campanha #WithoutNews, sempre na primeira segunda-feira de junho.

O NEWSEUM

Inaugurado em 1997, o Newseum tem como missão promover, explicar e defender a liberdade de expressão. Desde sua mudança de endereço, em 2008, mais de 7 milhões visitaram o edifício localizado na histórica avenida Pensilvânia, entre o Capitólio dos Estados Unidos e a Casa Branca, em Washington. Os sete andares de exposição interativa incluem 15 galerias e 15 teatros. Entre as exposições mais memoráveis, estão a Galeria do 11 de Setembro, a Galeria do Muro de Berlim e a Galeria de Fotografias do Prêmio Pulitzer, que possui fotografias premiadas desde 1942. Em seu site, www.newseum.org, o museu disponibiliza diariamente mais de 1 mil capas de jornais do mundo todo. A exibição teve início em 1997 e o JC passou a fazer parte deste painel em 2004.

O Memorial de Jornalistas também foi inaugurado em 1997. Hoje, são mais de 2,3 mil nomes de repórteres, fotógrafos, radialistas e executivos de notícias mortos desde 1837, que ficam expostos em painéis de vidro em uma das galerias do museu

VISITA AO MUSEU

Em novembro do ano passado, a bauruense Ana Lúcia Horta e seu marido, Júlio Horta, aproveitaram que estavam nos Estados Unidos para um congresso médico e foram conhecer o museu da notícia Newseum. “É impactante. É tudo muito interativo. E, com certeza, você sai de lá enxergando a imprensa de um modo diferente”, resume Ana Lúcia. “Tudo lá é muito interativo. Você recebe informações o tempo todo. Mostra a participação da imprensa em toda nossa história”, complementa, destacando as seções dedicadas às coberturas de grandes eventos, como o muro de Berlim, as guerras mundiais e os atentados de 11 de setembro.

“Outro ponto que me chamou bastante a atenção foi um mapa que eles têm mostrando o nível de liberdade de expressão em cada País”, relata.

No Newseum, uma ferramenta oferece a opção de consultar as primeiras páginas de todos os jornais do mundo. “Quando colocamos ‘Brasil’, o primeiro jornal que apareceu foi o Jornal da Cidade. Ficamos surpresos porque imaginávamos que apareceria um jornal de Capital, mas não. O primeiro foi o JC”, relata.

Um dos pontos que mais chamou a atenção de Ana Lúcia foi o nível de informação presente no Newseum. Ao contrário da maioria dos museus – que foca no passado -, o da notícia também tem grande presença do presente. “Isso é muito interessante. Além de toda essa parte histórica, o museu fica o tempo todo passando notícias em tempo real. É realmente um museu que eu indico a todos. Você passa horas lá e, como eu disse, passa a ver a imprensa de um modo diferente”, conclui.

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