Os médicos têm um vasto conhecimento sobre os diversos efeitos da quimioterapia e da radioterapia. Entretanto, nos últimos anos pesquisas demonstram os riscos da perda auditiva ou outros problemas relacionados (ex. zumbido) após o tratamento de câncer nos pacientes. Estes estudos revelam uma forte correlação entre a perda auditiva e o tratamento do câncer, devido principalmente aos medicamentos utilizados na quimioterapia.
É importante para o médico e o paciente terem ciência sobre as possíveis consequências do uso de ototóxicos durante o tratamento do câncer, como por exemplo, a perda auditiva permanente. Além da perda auditiva, alterações no equilíbrio e zumbido podem também ocorrer.
Medicações quimioterápicas a base de platina, como a cisplatina e carboplatina, são consideradas as primeiras “culpadas“ pela ototoxicidade. Existem outros medicamentos quimioterápicos que também são considerados ototóxicos, como Bleomicina, Vincristina, Vimbastina, Bromocripitine e Metotrexato (MTX) e mostarda de nitrogênio¹.
O grupo de quimioterápicos baseado na platina é frequentemente usado no tratamento do câncer de cabeça, pescoço, ovários e bexiga nos adultos. E também é usado no tratamento de câncer no cérebro, ósseo e de fígado em crianças.
A perda auditiva pode ser um aspecto negativo após o uso de determinados medicamentos da quimioterapia e radioterapia. Durante o tratamento de câncer, um audiologista pode monitorar os efeitos da ototoxicidade e recomendar uma intervenção precoce. Com os avanços na medicina, mais opções de tratamentos se tornaram disponíveis e as taxas de sobrevivência continuam a subir, assim fazem-se necessários profissionais da saúde para considerar a melhor qualidade de vida pós- tratamento. Quando o tratamento é finalizado, o profissional da audição poderá avaliar os efeitos da ototoxicidade e se necessário oferecer orientações e tratamentos que podem incluir os aparelhos auditivos e a reabilitação.