Após enfrentar um período difícil, a indústria voltou a registrar saldo positivo no nível de emprego na região. Ao todo, foram 900 postos de trabalho criados entre janeiro e maio deste ano nos 25 municípios abrangidos pela diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Ainda que o volume não seja tão expressivo, o fato de a região vir registrando, sucessivamente, saldos positivos desde fevereiro aponta para uma tendência de reaquecimento do setor. Para o economista Wagner Ismanhoto, contudo, as incertezas no cenário político ainda podem frear esta curva ascendente.
No ano, até maio, a variação do nível de emprego industrial na diretoria regional foi de 2,82%, influenciada, principalmente, pelos setores de artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (38,41%); coque, petróleo e biocombustíveis (17,81%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (10,37%); máquinas e equipamentos (7,44%) e produtos de borracha e de material plástico (6,41%).
Até o momento, apenas janeiro registrou resultado negativo em 2017, com queda de 0,07% no nível de emprego em relação a dezembro de 2016. Fevereiro teve alta de 1,51% em relação a janeiro, março contabilizou variação positiva de 0,67% na comparação com fevereiro, o saldo de abril foi 0,52% superior a março e o de maio, 0,17% maior que o de abril.
“Já não vemos mais o desemprego naquelas proporções que tivemos num passado recente, mas ainda falta muito para repor todos os postos de trabalhos perdidos durante a crise. De qualquer maneira, o fato de o cenário ter parado de piorar já é um sinal positivo”, pontua Ismanhoto.
INDEFINIÇÃO
O economista avalia que, até os primeiros meses do ano, o empresariado projetava a retomada de investimentos e, por consequência, dos empregos, principalmente a partir do segundo semestre. Mas, após as novas denúncias que voltaram a chacoalhar o cenário politico e envolveram até mesmo o nome do presidente Michel Temer, o setor industrial foi tomado, mais uma vez, por insegurança.
“Creio que o mercado está entrando, de novo, em marcha lenta. Enquanto não houver uma definição um pouco mais clara para os empresários, para os investidores, sobre quem será o nosso presidente, sobre a condução da política econômica, todo mundo vai ficar sem saber o que fazer”, lamenta.