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Grupo visa criar próteses a baixo custo

Evento no auditório da USC de Tecnologia Assistiva da Sorri e Unesp, Jose Aguiomar Foggiatto

Um grupo formado pela Unesp, em Bauru, além de outras universidades do Sul do País, estuda a fabricação de órteses e próteses a baixo custo às pessoas com deficiência. A ideia, que utiliza uma impressora 3D, foi apresentada durante o 2.º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (CBTA) e o 2.º Encontro Regional de Atenção à Pessoa com Deficiência (ERAPD), nessa quarta-feira (19), no município.

De acordo com o professor e pesquisador da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – uma das instituições que compõem a Rede de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (RPDTA) -, José Aguiomar Foggiatto, a proposta do grupo é usar a engenharia para auxiliar as pessoas com deficiência.

“Nós temos alguns terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, por exemplo, utilizando procedimentos antigos, que, muitas vezes, são caros e desconfortáveis para os usuários”, argumenta.

Ainda segundo o professor, o objetivo é desenvolver tecnologias de baixo custo e acessíveis a qualquer profissional da área da saúde.

Foggiatto, que é da Engenharia Mecânica e, nos últimos 20 anos, trabalha com impressão 3D, revela que a pesquisa da equipe consiste em produzir órteses e próteses, com base em três procedimentos: a digitalização – para imprimir qualquer peça, você precisa ter o modelo 3D -, a modelagem – porque o modelo que chega à impressora não é perfeito – e a impressão 3D propriamente dita.

Esta tecnologia é recomendada, porque já é popular e com preço acessível. Para se ter ideia, uma impressora 3D custa, em média, R$ 1 mil.

O investimento para imprimir a prótese também é considerado baixo. “O quilo do material utilizado – PLA, ABS ou Poliuretano Termoplástico – vale aproximadamente R$ 120,00 e dá para imprimir várias próteses. Então, um único objeto do tipo, sem contar a hora/máquina, não passa de R$ 20,00”, defende.

O primeiro passo é popularizar a ideia e o segundo é convencer o SUS de que esta tecnologia possibilita o mesmo benefício do que a comercial, da placa aquecida, cujo custo aproximado é de R$ 400,00.

AGREGANDO VALOR

O pesquisador relata, ainda, que firmou uma parceria com um professor de Goiás, que desenvolve o comando de voz para próteses e órteses, também a baixo custo. “O projeto, como um todo, ainda está em fase de pesquisa e não há qualquer empresa incubada que trabalhe com ele”, acrescenta.

Porém, quando o assunto é prótese craniana, a UTFPR já abriga uma empresa incubada, que pretende lançá-la no mercado em breve.

Fotos: Malavolta Jr.
Nessa quarta (19), o professor José Aguiomar Foggiatto falou sobre próteses e órteses produzidas a baixo custo
Maria Elisabete Nardi (Sorri) e Luiz Paschoarelli (Unesp)

TECNOLOGIA ASSISTIVA

Diretora executiva da Sorri, Maria Elisabete Nardi alega que a entidade preza pela qualidade de vida das pessoas com deficiência e pensa na sua autonomia. Inclusive, abriga uma área de desenvolvimento de produtos especiais, além de fornecer, via SUS, órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.

“Em Bauru, as pessoas são extremamente favorecidas, pelas instituições que estão na cidade, considerada um grande centro de tecnologia assistiva. Reconheço a importância de todos os meios que beneficiam a pessoas com deficiência e vulnerabilidade social”, frisa.

Já o professor titular do Departamento de Design da Unesp, em Bauru, Luís Carlos Paschoarelli acredita que o município seja um dos maiores centros de reabilitação do País. “Nós reunimos diversas instituições que trabalham em prol desta causa, como a Sorri, a Apae, a USP, a Unesp, o Hospital Lauro de Souza Lima etc”, observa.

Segundo o professor, a Unesp, em Bauru, faz parte da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (RPDTA), composta, também, pela UTFPR, UFPR, UFSC E UDESC.

SERVIÇO

Até amanhã, o CBTA e o ERAPD trarão 19 palestrantes ao auditório da USC. A junção de ambas as iniciativas em um único evento partiu da Sorri e da Unesp, em Bauru, com organização da USC, do Laboratório de Ergonomia e Interfaces e da Pós-Graduação de Design da Unesp. Já os parceiros são a Secretaria Municipal de Saúde, a RPDTA, a USC, a UTFPR, a UFPR, a Udesc e a UFSC.

A programação completa do evento está disponível no https://www.cbta2018.com.

Fonte: https://www.jcnet.com.br/Geral/2018/09/grupo-visa-criar-proteses-a-baixo-custo.html

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