Grupo Zanchetta, de Boituva (SP), já pagou sinal de 25% dos 196,4 milhões e três parcelas. Decisão tem recurso no TJ, mas não suspende controle da gestão desde já
Nélson Itaberá
O Frigorífico Mondelli foi comprado pelo Grupo Alliz, de Boituva (SP), por R$ 196,4 milhões. A oferta homologada pelo juiz em exercício da 1ª Vara Cível do Fórum de Bauru, Marcelo Andrade Moreira, teve o pagamento do valor inicial de R4 49,1 milhões e de três parcelas do restante. O saldo foi dividido em 12 vezes. O grupo Alliz integra a marca Zanchetta Alimentos.
O processo recebeu impugnação, indeferida pelo magistrado. O Grupo Alliz já está assumindo a gestão do frigorífico de Bauru. Um recurso chegou ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (agravo), mas sem efeito suspensivo. A homologação da venda conta com carta de fiança bancária (Banco do Brasil) aceita pelo Judiciário.
A proposta de compra do frigorífico bauruense teve a concordância do administrador judicial. O Grupo Alliz é especializado em abate, indústria de ração e transporte na área de proteína branca (frango). O grupo tem frigorífico consolidado em área de 420 mil m2, em Boituva.
O advogado Thiago Munaro, que defende os interesses do credor Charles Marc Henry Léguille, informou que a parte concordou com a proposta. O comprador pagará, ainda, o equivalente ao chamado ativo circulante, cujo capital deixado sob a gestão de Charles Léguille está em torno de R4 75 milhões.
O processo de falência conta também com a venda, anterior, da Fazenda Santo Antonio, por R$ 33 milhões. Um dos acionistas pediu impugnação. Constantino Mondelli Júnior apresentou vários pontos contra a fornalização do negócio, entre eles apontou a atualização do ativo de R$ 75 milhões desde a origem, esclarecimento sobre qual o procedimento a ser adotado em relação aos trabalhadores (se terão de ser demitidos e readmitidos em caso de homologação da venda), qual o procedimento de transferência do negócio, entre outros.
O desfecho do processo ainda trará como será feito o pagamento do passivo de R$ 56 milhões e de outros R$ 104 milhões de dívidas com o Fisco (impostos, previdência, FGTS e outros), a definição sobre a avaliação da marca e se a sede do frigorífico (na região do Mary Dota) será objeto de arrendamento ou outra forma de pagamento.
O Sindicato da Alimentação considerou o negócio satisfatório. O diretor sindical Antonio Carlos de Oliveira Matheus, o Pardal, já havia adiantado ao Jornal da Cidade de Bauru, em matéria em 13/04/2019, que o Grupo Alliz é “muito forte, uma potência na área de proteína branca, com consolidação em indústria de ração, transportadora própria e abate de frango”. O negócio envolve pelo menos 610 funcionários para uma produção efetiva de 700 bois (abatidos, desossados e embalados por dia).